15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1) DIAGNOSTICADA APÓS CETOACIDOSE DIABÉTICA QUE EVOLUIU PARA PANCREATITE AGUDA GRAVE: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A cetoacidose diabética (CAD) se faz uma associação entre hiperglicemia, cetose e acidose metabólica. Representa uma complicação da DM1 devido a deficiência absoluta de insulina. A hipertrigliceridemia grave é uma complicação incomum da DM que pode desencadear pancreatite aguda. A tríade de CAD, hipertrigliceridemia grave e pancreatite aguda é uma condição grave e raramente relatada na literatura.

Objetivos

Descrever um relato de caso de paciente jovem com DM1, descoberto após CAD e que apresentou uma evolução atípica.

Caso

Feminina, 18 anos, admitida com dor abdominal, dispneia e hálito cetônico há 24 horas. Ao exame de admissão, HGT de 345 mg/dl, gasometria com pH de 6,29 e HCO3 2,0mmol/L. Paciente foi internada para tratamento de cetoacidose diabética, evoluiu com insuficiência respiratória e instabilidade hemodinâmica, necessitando cuidados de Unidade de Terapia Intensiva. Exames admissionais evidenciaram leucócitos 19.840 mm3, amilase 197 U/L, lipase 6.024 U/L e triglicerídios 2.232,7 mg/dL. A tomografia computadorizada (TC) de abdome apresentou sinais de pancreatite aguda complicada. Iniciado antibioticoterapia com Meropenem e Vancomicina. Após três dias de internação, evoluiu com injúria renal aguda e foi iniciado terapia substitutiva renal. A mesma permaneceu internada para o tratamento do quadro clínico em questão, conforme protocolo institucional. Houve melhora clínica após 27 dias de internação, com a função renal reestabelecida, normalização das enzimas pancreáticas e triglicérides. Paciente recebeu alta hospitalar e orientada para uso contínuo de insulina NPH e estatina, bem como encaminhamento para ambulatório de endocrinologia e fonoaudiologia (devido disfonia). Durante o acompanhamento com endocrinologia, foi otimizado a insulinoterapia. Exames de rotina colaborando com a estabilização do quadro glicêmico. Após 65 dias, retorna à instituição devido quadro de dispneia e estridor laríngeo. Avaliada pelo serviço de cirurgia torácica após broncoscopia evidencia estenose crítica de traqueia, sendo submetida a traqueoscopia associada a dilatação de estenose traqueal. Paciente encontra-se, no momento, em ventilação espontânea com adequado controle glicêmico.

Conclusões/Considerações finais

Com o presente caso, chama-se atenção para que na presença de cetoacidose diabética e pancreatite aguda o clínico esteja ciente da possibilidade de hipertrigliceridemia associada. O reconhecimento precoce dessa tríade tem importantes implicações no manejo e prognóstico do paciente.

Palavras-chave

Cetoacidose diabética; Pancreatite aguda; Hipertrigliceridemia.

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Aparecida Schiefler Gazzoni , Bárbara Wiese, Isabella de Oliveira, Marcos da Costa Melo Silva, Vanessa Vizentin