15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Arterite Temporal complicada com acidente vascular encefálico e neuropatia óptica isquêmica anterior bilateral

Introdução/Fundamentos

Síndrome de Horton, arterite de células gigantes (ACG) ou arterite temporal é definida como vasculite granulomatosa crônica multissistêmica, de etiologia desconhecida, incidente em indivíduos com mais de 50 anos e sexo feminino (3:1). O diagnóstico é tardio e associa-se à crescente morbimortalidade decorrente das principais complicações: acidente vascular encefálico (AVE), neuropatia óptica isquêmica anterior e aneurisma de aorta.

Objetivos

Relata o caso de uma vasculite sistêmica, considerada uma doença rara, de modo atípico, por ser um caso no sexo masculino.

Caso

Paciente V.F.R 65 anos, sexo masculino, diabético, ex-tabagista, apresentando quadro de febre não termometrada há 4 meses, associada a perda de 5kg de peso corporal, sintomas constitucionais que comumente precedem as demais manifestações características da doença. Também relatado quadro de redução progressiva da acuidade visual e claudicação mandibular, sendo o primeiro uma complicação já estabelecida e a segunda uma manifestação clássica da doença. Queixa de cefaleia bitemporal de caráter pulsátil com períodos de exacerbações associada à hipersensibilidade do couro cabeludo, sintoma cardinal da patologia em questão. Nega manifestações auditivas e polimialgias reumáticas, as quais configuram as principais manifestações clínicas extracranianas de ACG. Ao exame físico artéria temporal comumente vista nesses casos, não foi evidenciada. A fundoscopia revela papila óptica edemaciada com pequenos focos hemorrágicos característicos de neuropatia óptica isquêmica anterior bilateral. Ressonância magnética de crânio evidenciando AVE isquêmico em região occipital bilateral, sendo áreas de isquemia crônica e áreas de isquemias aguda, complicação incomum. Iniciado baixa dose de prednisona devido a descontrole glicêmico, aguardando controle para pulsoterapia.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico da arterite temporal é eminentemente clínico e laboratorial, sendo confirmatório com biopsia. No presente caso a existência de três dos critérios clínicos necessários para diagnóstico de acordo com o Colégio Americano de Reumatologia (idade superior ou igual a 50 anos; cefaleia localizada e de início recente; VHS aumentado), aliados à presença das complicações oculares e encefálicas já existentes, são suficientes para configurar ACG mesmo na ausência de biopsia.

Palavras-chave

Reumatologia. Síndrome de Horton. Arterite de células gigantes.

Área

Clínica Médica

Instituições

ITPAC Porto Nacional - Tocantins - Brasil, UFT - Tocantins - Brasil

Autores

Maria Luisa Oliveira Souza, Allethéa Robertha Souza Silva, Leticia Lopes Coimbra, Maria Eduarda Guimarães Leal, Mariana Antunes Fiorotto de Abreu