Dados do Trabalho
Título
EMERGÊNCIA EM ACIDENTES OFÍDICOS: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES
Fundamentação/Introdução
Introdução: Os acidentes ofídicos são sempre considerados uma emergência médica. Em 2017 a Organização Mundial da Saúde reconsiderou estes acidentes como doença negligenciada. O tratamento depende basicamente do conhecimento do médico assistente e/ou da identificação do animal agressor. No Brasil, em 88,5% das notificações enviadas ao SINAN não há identificação correta da serpente pela falta de conhecimento dos profissionais de saúde. Isto ocasiona o emprego de soro heterólogo inespecífico, aumentando os custos e os riscos de eventos adversos. Estes envenenamentos podem ocasionar insuficiência respiratória aguda, distúrbios hemorrágicos, insuficiência renal transitória ou permanente, necrose de tecidos e até amputação de membros. Como o soro específico é o único tratamento eficaz, é imperativo a classificação da gravidade do acidente e a identificação do animal agressor.
Objetivos
Objetivos: Demonstrar a importância do conhecimento do tipo de envenenamento afim de promover o tratamento adequado, o manejo correto durante a internação e a identificação das possíveis complicações tardias.
Delineamento e Métodos
Material e Métodos: Entre janeiro e junho de 2019 foi realizado um estudo retrospectivo e observacional dos acidentes ofídicos atendidos no setor de emergência de um hospital universitário.
Resultados
Resultados: Foram atendidos e tratados precocemente 22 acidentes, sendo 50% deles classificados como botrópicos, 32% como crotálicos e 18% como não peçonhentos. Quarenta por cento dos acidentes (9) apresentaram complicações clínicas tais como: celulite (5); distúrbio de coagulação sanguínea (3); síndrome compartimental (2); lesão renal aguda (1); reação adversa durante infusão do soro (4) e doença do soro (1), sendo que, 5 pacientes tiveram mais de uma complicação. O diagnóstico etiológico foi baseado nos sinais clínicos e na descrição do animal pelo paciente. Em dois casos atendidos precocemente houve diagnóstico incorreto sendo classificados como crotálicos leves devido à ausência de sintomas no local da picada e desconhecimento do tipo de serpente pelo paciente. Após 12 horas de evolução foi observado que se tratavam de acidentes botrópicos e só então foram corretamente tratados.
Conclusões/Considerações finais
Conclusões: O diagnóstico etiológico deve ser realizado corretamente com base no quadro clínico e na identificação e distribuição geográfica da serpente. A internação e a observação da evolução clínica após a soroterapia são fundamentais para a confirmação diagnóstica e detecção precoce das complicações.
Palavras-chave
Palavras-chave: envenenamento, acidente ofídico, acidente botrópico, acidente crotálico, serpentes venenosas
Área
Clínica Médica
Autores
HELENA ALVARENGA SARDENBERG, MÔNICA BANNWART MENDES, BENEDITO BARRAVIERA