15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

IMPRESSIONANTE E SUSTENTADA EVOLUÇÃO DE UM CASO DE MELANOMA METASTÁTICO TRATADO COM IPILIMUMAB

Introdução/Fundamentos

O melanoma é a neoplasia maligna dos melanócitos, considerado o tipo mais grave de câncer de pele, devido ao alto risco de metástase. Sua presença tem sido associada a mau prognóstico, apresentando sobrevida global de 8 a 10 meses. Por conta disso, tem sido alvo de pesquisas em terapias inovadoras, como o uso de imunoterápicos.

Objetivos

Avaliar a evolução de uma paciente com melanoma metastático tratada com o imunoterápico ipilimumab, um anticorpo monoclonal IgG1 anti-CTLA-4.

Caso

Mulher, 50 anos, diagnosticada com melanoma extensivo superficial em dezembro de 2005 e tratada com exérese da lesão observou, nove anos depois, aparecimento de nódulo palpável abaixo da pele adjacente à cicatriz da lesão primária. Foi realizada biópsia que mostrou metástase de melanoma em linfonodo isolado e solicitada Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET-CT), que apresentou nódulo hipermetabólico em mediastino e hemiface direita. Optou-se pela ressecção da lesão mediastinal e, a partir disso, iniciou-se a terapia sistêmica com o imunoterápico ipilimumab, em regime ambulatorial. No PET-CT de controle houve diminuição progressiva da lesão em hemiface direita, sendo encaminhada para o serviço de cirurgia, que fez o procedimento de ressecção da lesão. Em progressivos PET-CTs de controle foi comprovada ausência de anormalidades anatômicas e/ou metabólicas de relevância oncológica. A paciente segue em acompanhamento com o serviço de oncologia.

Conclusões/Considerações finais

O ipilimumab é indicado para pacientes com melanoma metastático. Em estudos de fase II e III, a média de sobrevida global dos pacientes em uso de ipilimumab foi de 11,4 meses, com taxa de sobrevivência de 3 anos em 22% dos pacientes. A curva de Kaplan e Meier mostrou um platô inicial em torno do terceiro ano após o início da terapia, que se estendeu em até 10 anos, em alguns pacientes. A sobrevida livre de doença para a paciente estudada foi de 4 anos a partir da última dose do ipilimumab, em conformidade com os dados encontrados. Muito embora a paciente em questão seja um dos exemplos do bom perfil de segurança e eficácia do ipilimumab, as únicas modalidades terapêuticas farmacológicas fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2013, são o tratamento com dacarbazina e agente interferon. Visto que, após este ano, outros agentes apresentaram melhor resposta reconhecida para o tratamento do melanoma avançado, deve-se considerar uma atualização urgente das modalidades terapêuticas disponibilizadas pelo SUS.

Palavras-chave

Melanoma
Ipilimumab
Imunoterapia

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

José Gustavo Zanis Dias de Oliveira, Juliana Hickmann de Moura, Rafael Simas, Luis Carlos Stoeberl