15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DE TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO PARA DOENÇA DE CASTLEMAN EM PACIENTE HIV+

Introdução/Fundamentos

A doença de Castleman (DC) é uma doença linfoproliferativa atípica que afeta os linfócitos B. A DC é rara e a sua incidência exata é desconhecida. Apresenta a forma localizada e multicêntrica, sendo mais frequente a forma localizada.

Objetivos

Analisar o tratamento quimioterápico (QT) na doença de Castleman em paciente HIV+.

Caso

M.P.S, 54 anos, feminino, há 3 anos apresentava sudorese noturna, dispneia e astenia com intensificação dos sintomas nos últimos 2 anos. Nega perda ponderal no período. Presença de linfonodomegalia cervical. HIV+, diagnosticado em 2013. Apresenta traço de anemia falciforme e depressão + transtorno bipolar. Nega histórico de câncer na família. Ex-etilista e ex-tabagista. Usuária de cocaína por 5 anos. Em uso de Ácido Valproico, Omeprazol, Ritonavir, Tenofovir + Lamivudina e Atazanavir. Em exame físico foi encontrado esplenomegalia, hipertrofia amigdaliana bilateral, linfonodomegalia cervical bilateral E>D de até 1,5 cm, fibroelásticos e móveis. Linfonodomegalia supraclavicular e axilar bilaterais. Sorologias para sífilis, hepatite B e Hepatite C negativas. Realizado imunohistoquimica de linfonodo cervical esquerdo, que mostrou linfonodo com hiperplasia angiofolicular condizente com doença de Castleman, variante hialino-vascular. Após o diagnóstico de doença de Castleman, foi optado por tratamento com QT com ciclofosfamida, oncovin e prednisona (COP). Paciente permanece em tratamento.

Conclusões/Considerações finais

A doença de Castleman foi descrita pela primeira vez em 1956. Apresenta três variantes histológicas: vascular hialina, plasmocitária e mista. Algumas hipóteses etiológicas da doença são a auto-imunidade, alteração da regulação das citocinas e/ou infecção, principalmente pelo vírus herpes 8 que, nos doentes infectados pelo HIV, parece estar relacionado com a doença multicêntrica. O diagnóstico definitivo é obtido com biopsia e histologia do nódulo linfático. O tratamento da DC multicêntrica é a terapêutica multimodal, em oposição à cirurgia na forma localizada. Na doença multicêntrica, a corticoterapia em altas doses pode resultar em remissão, com redução progressiva da dose de acordo com a evolução do paciente. A QT com COP pode ser uma opção nos doentes com doença progressiva e má resposta aos corticóides. As principais causas de morte na forma multicêntrica são as infecções, progressão para linfoma não Hodgkin ou sarcoma de Kaposi.

Palavras-chave

Doença de Castleman, quimioterapia, HIV+.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Erasto Gaertner - Paraná - Brasil

Autores

Anna Carolina Brehm, Anna Carolina Mendes Zanetti, Carolina Dorigon Bantle, Loren Lis Arruda Siqueira, Jordan Zanetti Silva