Dados do Trabalho
Título
DOENÇA CELÍACA E SUA ASSOCIAÇÃO COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Fundamentação/Introdução
A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) apresenta quadro clínico heterogêneo, definida como doença crônica, com forte determinante genético e características autoimunes. É essa autoimunidade que faz pacientes diabéticos terem maior propensão em manifestar a Doença Celíaca (DC). A associação entre as duas doenças é preocupante, visto que esta última, geralmente é assintomática nesses pacientes, e o atraso no diagnóstico pode trazer aumento da morbimortalidade.
Objetivos
Entender a associação entre DM1 e DC, sendo possível evidenciar suas causas e possíveis consequências. Tal fato é de extrema importância para agir de modo antecipatório e, assim, tornar possível o diagnóstico e tratamento precoce, a fim de evitar complicações futuras.
Delineamento e Métodos
O presente trabalho foi elaborado a partir de uma revisão narrativa de literatura. Como base, foram utilizados artigos de revisão literária e ensaios clínicos controlados, fundamentados em uma seleção no banco de dados do Medline e SciELO.
Resultados
A DM1 e a DC podem se associar por compartilharem o mecanismo genético comum no sistema HLA, sendo que seis em cada sete pacientes com tal associação apresentam a combinação HLA-B8 e HLA-DR3. Entretanto, além da combinação genética existe um desencadeante externo (o glúten), um auto antígeno (a enzima transglutaminase tecidual – tTG) e a presença de reações imunológicas, esses são fatores responsáveis pelas alterações patológicas que tornarão a doença passível de ser detectada por avaliação sorológica. O Brasil possui poucos dados quando se trata de prevalência, mas em Pernambuco, segundo estudos quanto a dosagem de anticorpos antitransglutaminase (AATG), foi encontrado um grupo de crianças e adolescentes diabéticos com elevada soro prevalência, nele, cerca de 21% dos pacientes apresentavam anticorpos positivos. Baixa estatura, problemas de reprodução, osteoporose, osteomalácia e distúrbios neurológicos são resultados que essa associação pode gerar.
Conclusões/Considerações finais
A associação entre DM1 e DC torna imprescindível o tratamento multiprofissional, para melhor adequar o escore nutricional das crianças e jovens acometidos. A dieta isenta de glúten é o início de mudanças necessárias, além do acompanhamento para aqueles que ainda estão na fase inicial do diabetes e que ainda não foram diagnosticados com a DC. Um alerta deve ser dado para a maior valorização e detecção precoce dos sintomas gastrintestinais, observando medidas terapêuticas que visem melhorar a qualidade de vida e o prognóstico da doença a médio e longo prazo.
Palavras-chave
Diabetes mellitus tipo1, Doença Celíaca e auto imune.
Área
Clínica Médica
Autores
Marcela Gimenes Alves, Eduarda Grigol Gruhn, Suellem Mazo Candido Piza