15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ENCEFALOMIELITE DISSEMINADA AGUDA (ADEM) EM UMA PACIENTE ADULTA JOVEM: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) é uma doença desmielinizante e tipicamente monofásica, frequentemente antecedida por um gatilho imunológico pós-infeccioso ou pós-vacinal e pode ser a primeira manifestação de uma doença desmielinizante crônica, como a Esclerose múltipla, seu principal diagnóstico diferencial. Os sintomas neurológicos surgem dias a semanas após a doença prodrômica, podendo ocorrer encefalopatia, meningismo, ataxia, déficits sensoriais e oculomotores.

Objetivos

Reportar a evolução de uma paciente com ADEM.

Caso

Paciente sexo feminino, 30 anos, admitida com cefaleia holocraniana há nove dias refratária a análgicos, associada a dor retrorbitária, fotofobia, mialgia e náuseas. Relatava piora dos sintomas e início de dor de forte intensidade em região abdominal, acompanhada de astenia e episódio de vômito há dois dias. Relatava suspeita de dengue há seis meses, sem exame confirmatório. Negava processos infecciosos e vacinação recentes. Na história fisiológica, referia esforço miccional e evacuação ausente há uma semana. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, hipocorada e com abaulamento suprapúbico, sugerindo retenção urinária. Possuía rigidez de nuca, sensibilidade epicrítica alterada e teste de Romberg à direita. Iniciou-se Ceftriaxona 2 g de 12/12 horas para tratamento empírico de meningoencefalite e foram solicitados tomografia de crânio e exames laboratoriais, que não apresentavam alterações significativas. Durante a internação, evoluiu com irritabilidade, confusão mental, sonolência, diplopia binocular, nistagmo horizontal, ataxia e parestesia em membros. Diante a gravidade do caso, foi encaminhada à unidade de terapia intensiva em uso de Ceftriaxona e Aciclovir 10 mg/kg de 8/8 horas. Exame citoquímico do líquido cefalorraquidiano revelou proteinorráquia elevada e pleocitose. A ressonância nuclear magnética evidenciou lesões de hiperintensidade em imagens ponderadas em T2 com ausência de hipossinal em T1, fortemente relacionadas à ADEM. Perante diagnóstico de doença desmielinizante, iniciou-se pulso de Metilprednisolona 1g/dia por 5 dias. A paciente evoluiu com melhora clínica tendo alta para enfermaria após dois dias. Ao 9º dia de internação recebeu alta e foi encaminhada à neurologia e fisioterapia em regime ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

Mister é que médicos generalistas tenham conhecimento sobre ADEM, para que, frente a pacientes com sinais sugestivos, sejam capazes de solicitar exame de maior elucidação diagnóstica e terem abordagem incisiva.

Palavras-chave

Encefalomielite Disseminada Aguda; ADEM; Doença Desmielinizante.

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIFAGOC - Minas Gerais - Brasil

Autores

Lorrayne Duarte Batista, Karen Soares Brandão, Luara Mychelle Silveira Neres, Marina Gomes Martins Freitas, Bruno Santos Farnetano