15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hipertensão arterial sistêmica mal controlada e suas complicações potencialmente fatais: relato de caso de acidente vascular cerebral hemorrágico

Introdução/Fundamentos

Até julho de 2019, mais de 200.000 mortes foram causadas devido a doenças cardiovasculares no Brasil. Um dos principais fatores de risco para essas patologias, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é altamente prevalente, afetando 32,5% dos brasileiros adultos e mais de 50% daqueles acima dos 60 anos. Ainda assim, as taxas de mau controle pressórico atingem até 75% da população hipertensa, mostrando que as graves consequências dessa morbidade são menosprezadas.

Objetivos

Ressaltar a desvalorização de HAS não controlada, resultando em grave complicação, através de um relato de caso.

Caso

Paciente sexo masculino, 64 anos, portador de HAS, diabetes melitos tipo 2 e tabagista, em uso de atenolol, sinvastatina, insulina, metformina e omeprazol. Foi levado ao Pronto Socorro (PS) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no dia 31/07/19 após ter sido encontrado por familiar caído ao lado da cama, desacordado, com liberação dos esfíncteres e presença de vômito (convulsão/acidente vascular encefálico?). Foi realizado intubação orotraqueal, devido a pontuação 3 na escala de coma de Glasgow e anisocoria. Segundo familiares, paciente possuía péssimo controle pressórico, apresentando níveis de pressão sistólica entre 180 e 200 mmHg, devido tratamento irregular. Nos últimos dias, relataram que o mesmo não apresentou cefaleia ou outros sintomas neurológicos. Foi levado sedado para realização de tomografia de crânio, apresentando pontuação -5 na escala de agitação e sedação de Richmond, pupilas médio-fixas e edema de membro inferior direito. Essa evidenciou AVC hemorrágico em tronco cerebral, sem possibilidade de cirurgia de acordo com avaliação do neurocirurgião.

Conclusões/Considerações finais

As complicações decorrentes de emergências hipertensivas são desvalorizadas se comparadas as outras queixas referentes à elevação da pressão arterial em PS, como pseudocrises. A hemorragia intraparenquimatosa (HIP) representa de 10 a 15% dos AVC, sendo a ponte o local com menor acometimento (5-12% dos casos). Embora mais raro que os demais tipos de AVC, a HIP apresenta mortalidade acima de 90% em pacientes com escore de Glasgow menor que 9 e hematoma maior que 60 mL. O caso acima demonstra que essas complicações podem ocorrer sem sintomatologia expressiva prévia, e, mesmo que sejam gravíssimas, medidas simples como controle pressórico adequado, aderência a tratamento e mudanças no estilo de vida, são altamente eficazes como prevenção.

Palavras-chave

Acidente vascular cerebral, hipertensão, mortalidade.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Amanda Lima Aldrighi, Catarina Ribeiro Tassoni, Gustavo de Macêdo