15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Apresentação pulmonar de paracoccidiodomicose aguda em jovem hígido

Introdução/Fundamentos

Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica endêmica adquirida exclusivamente em países da America Latina. Seu agente etiológico é o fungo Paracoccidioides brasiliensis, cuja infecção pode progredir para doença granulomatosa sistêmica com acometimento visceral e cutâneo.
Não há dados precisos sobre sua incidência no Brasil. A taxa de mortalidade é de 1,45 casos/milhão de habitantes, sendo portanto, a 3º causa de morte por doença infecciosa crônica.
A infecção é considerada assintomática ou com sintomas respiratórios discretos e duradouros, podendo envolver dois padrões: a forma aguda/subaguda (também chamada de juvenil), com raro comprometimento pulmonar e a forma crônica.

Objetivos

Descrever o caso de PCM com manifestação rara e aguda em paciente jovem e hígido e ressaltar a importância do diagnóstico da doença.

Caso

Paciente de 18 anos de idade, masculino, negro, procedente de Jarinu – SP, previamente hígido, procurou serviço em questão com sintomas pulmonares sugestivos de infecção bacteriana. Evoluiu com necessidade de suporte ventilatório invasivo na entrada. Devido ao padrão radiológico foi optado por iniciar poliantimicrobianos empíricos: oseltamivir, ceftriaxona, claritromicina e sulfametoxazol / trimetropina. Prosseguida investigação com tomografia computadorizada de tórax que sugeria infecção por tuberculose (padrão miliar), foi iniciado esquema com RHZE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) e solicitado sorologias séricas para pesquisa de fungos. Após estabilização do quadro recebeu alta hospitalar apenas com RHZE. Paciente retornou ao serviço oito dias após com novo quadro febril. Após discussão multidisciplinar foi optado pela realização de lavado broncoalveolar para melhor elucidação. Nos resultados finais de sorologias séricas foi visto positividade para Blastomicose (1/8), compactuando assim com diagnostico final. Iniciado terapêutica com anfotericina B com melhora clínica importante, o paciente recebeu alta com encaminhamento aos ambulatórios de pneumologia e infectologia.

Conclusões/Considerações finais

O presente relato reforça a alta prevalência da PCM em nosso meio, com desfecho muitas vezes desfavorável. O caso acima mostrou que esta doença ainda apresenta muitas faces que ainda não conhecemos. Por fim, pacientes com um quadro respiratório e/ou sistêmico, devem ser submetidos a uma busca sistematizada quanto à possibilidade diagnóstica desta patologia, independente da faixa etária ou da manifestação clinica/radiológica.

Palavras-chave

Paracoccidioidomicose; micose sistêmica; forma aguda

Área

Clínica Médica

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ - São Paulo - Brasil

Autores

MARCOS RENAN DINIZ ASSIS, DANIELE LIMA COSTA, CAIO FRAZATTO, LUIS HENRIQUE BIGNOTTO