15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: RELATO DE CASO E O IMPACTO FETAL DO TRATAMENTO TARDIO

Introdução/Fundamentos

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, a transmissão congênita pode decorrer de infecção primária da mãe durante a gestação ou reagudização de infecção prévia, no qual o parasita atinge o concepto por via transplacentária. Elevado risco de transmissão acontece no último trimestre gestacional e o maior risco de dano ocorre no primeiro trimestre, podendo resultar em: aborto espontâneo, nascimento prematuro, morte neonatal, ou sequelas como a clássica Tríade de Sabin: retinocoroidite, calcificações cerebrais e hidrocefalia ou microcefalia.

Objetivos

Relatar um caso de toxoplasmose congênita por meio do estudo da história clínica e dados obtidos do prontuário.

Caso

Mãe de 16 anos, gesta 2, partos 0, aborto 1, fez 7 consultas pré-natal, na 20ª semana positivou sorologia de toxoplasmose, ficando sem tratamento até a 34ª semana, quando foi encaminhada para hospital de referência por alterações fetais no ultrassom morfológico (hidropsia fetal, hepaesplenomegalia ,ascite) e iniciou o tratamento 3 dias antes no nascimento. Foi indicada cesárea por comprometimento fetal. Recém-nascido pré-termo com 34 semanas e APGAR 6/8, hidropsia fetal, ascite, icterícia, hepatoesplanomegalia, cianose ,insuficiência respiratória ,atendido por neonatologista e transferido para UTI , permanecendo em ventilação mecânica 15 dias. Iniciado esquema tríplice Pirametamina, Sulfatazina e Ácido fólico. Exames de internação: raio-x com hepatoesplenomegalia importante, ascite, rins e área cardíaca com diâmetros aumentados. Radiografia de crânio com calcificações no córtex cerebral. Exame de fundo de olho com retina hipocrômica sem foco corioretinite. O perímetro cefálico inicial era 31 cm e aumentou 0,5 cm nos 25 dias de internação, tendendo a microcefalia (P10%). Teve alta com 25 dias de vida, mamando em seio materno e medicado com esquema tríplice, encaminhado para ambulatório de neurologia, pediatria e oftalmologia.

Conclusões/Considerações finais

A toxoplasmose congênita tem elevada morbimortalidade, produzindo impacto socioeconômico importante. A infecção fetal aumenta 25% no 1º trimestre para 65% no último, atingindo 90% nas últimas semanas de gestação. Inversamente, as manifestações clínicas da Toxoplasmose Congênita tenderão a ser mais severas se a infecção ocorrer precocemente ou o tratamento for tardio. Portanto, é essencial o acompanhamento sorológico periódico durante a gestação, buscando o diagnóstico e tratamento precoce.

Palavras-chave

Toxoplasmose; Recém-nascido; Tratamento precoce

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIDAVI - Santa Catarina - Brasil

Autores

Eduarda Fritsche, Vinicius Beckhauser Thiesen, Eloísa Fritsche, Marlou Cristine Ferreira Dalri, Gustavo Nogueira Schincariol Vicente, Dhara Giovanna Santin de Souza