15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Concepção de um Protocolo de Atendimento a Acidentes com Material Biológico pelo Serviço de Urgências e Emergências Médicas e Implantação em uma Clínica Escola de Odontologia de uma Universidade Privada

Fundamentação/Introdução

O acidente com material biológico é comum entre os universitários que se expõem a este risco. Os alunos não são protegidos por leis trabalhistas e a inexperiência os torna vulneráveis aos acidentes e suas consequências. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) o Serviço de Urgências e Emergências Médicas (SUEM) atende aos alunos acidentados, principalmente os de odontologia, desde 2014. Em 2018, houve a criação de um protocolo próprio de atendimento, o que possibilitou a identificação de um grande número de pacientes-fonte com sorologias positivas e uma resposta adequada nestes casos.

Objetivos

O protocolo objetiva estabelecer um fluxo padronizado, rápido, eficaz, seguro e válido de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil (MS).

Delineamento e Métodos

Este relato de experiência analisa os registros após implantação de protocolo próprio entre abr/2018 e jun/2019. Pautado nas diretrizes do MS, ele ocorre em três níveis: prevenção (registro do Anti HBS do aluno, informações do paciente, responsabilização dos professores acerca do fluxo, dados epidemiológicos); resposta rápida e adequada após o acidente (preenchimento de ficha de atendimento e termo de consentimento, coleta de testes rápidos, encaminhamento do paciente-fonte e do aluno ao hospital referência); e acompanhamento do caso até sua conclusão.

Resultados

No período analisado, ocorreram 54 acidentes. Destes, em 50% dos casos o paciente-fonte teve seus testes não reagentes para as três sorologias avaliadas (HIV, HBV e HCV). Em 4 casos o teste rápido de HBsAg foi inconclusivo, sendo necessário exames adicionais e início da terapia com imunoglobulina. Em 3 casos (5,5%) o teste anti-HIV foi reagente e o aluno encaminhado para início da quimioprofilaxia. Em 1 caso o anti-HCV foi reagente. Em 19 casos não foi possível realizar os testes no paciente-fonte por diversos motivos (paciente-fonte desconhecido ou ausente no momento do acidente; negativa em realizar os testes ou no atendimento; testes de baixa qualidade ou faltantes).

Conclusões/Considerações finais

O aumento dos acidentes motivou a implantação do protocolo, o que possibilitou maior adesão ao fluxo, consequentemente gerando uma resposta eficaz, ágil e validada pelas diretrizes do MS, aumentando a segurança na prática clínica. O alto número de casos com sorologias positivas demonstra a necessidade de um protocolo bem estabelecido, com fluxos determinados para a resposta rápida e prevenção de complicações e consequências decorrentes do acidente.

Palavras-chave

urgência, emergência, acidente com perfurocortante, exposição a material biológico, clínica escola.

Área

Clínica Médica

Autores

Priscilla Quinoli Becker, Vivian Alessandra Batista, David Esmanhotto