15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Ferritina como adjuvante bioquímico para análise de risco e prevenção de doenças cardiovasculares

Fundamentação/Introdução

O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio metabólico caracterizado pela elevação persistente da glicose sérica e ocasionado pela deficiência da secreção de insulina pelas células-beta do pâncreas, resistência periférica a ação da insulina ou ambas. Os defeitos da ação da insulina em tecidos-alvo (como fígado, músculo e tecido adiposo) iniciam um processo inflamatório crônico de baixa intensidade, o qual participa de forma relevante no processo de aterosclerose e eventos coronarianos agudos. Nesse sentido, os marcadores inflamatórios podem se tornar importantes ferramentas laboratoriais para estratificar e predizer eventos cardiovasculares – atualmente, usa-se a Proteína C Reativa de alta sensibilidade (PCR-US), mas a ferritina, a qual se eleva nas 24-48 horas iniciais, pode ser um marcador de fase aguda.

Objetivos

Avaliar a correlação entre PCR-US, ferritina e lipídeos de pacientes diabéticos como forma de desenvolvimento de marcadores bioquímicos para a prevenção, acompanhamento e cuidado nas doenças cardiovasculares.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal com 50 indivíduos diabéticos do tipo 2 do sexo masculino, com média de idade de 61+8 anos; índice de massa corporal de 29,1+3,2 km/m2.

Resultados

A análise de correlação de Spearman para dados não paramétricos evidenciou uma forte correlação positiva entre PCR-US e ferritina (0,85), moderada correlação positiva de PCR-US com colesterol total e LDL-colesterol (0,39 e 0,49), respectivamente, e fraca correlação positiva com triglicerídeos séricos (0,12). Isso indica que a elevação da ferritina tem uma ligação direta com a elevação da PCR-US; moderada com colesterol total e LDL-colesterol e fraca para triglicerídeos. Por outro lado, apresentou uma moderada correlação negativa com glicose (-0,57), HDL-colesterol (-0,40) e hemoglobina glicada (-0,36) indicando que a elevação de ferritina exprime uma relação inversamente proporcional ao aumento de glicose, hemoglobina glicada e HDL-colesterol.

Conclusões/Considerações finais

Em conclusão, os dados obtidos nesse estudo apontam que a ferritina apresenta uma forte correlação positiva com PCR-US, triglicerídeos e LDL-colesterol. Quando analisada em conjunto com essas dosagens, pode servir como um importante adjuvante bioquímico para analise de risco e prevenção de doenças cardiovasculares, sendo, portanto, de grande relevância no cuidado e acompanhamento de doenças crônicas não transmissíveis – como o DM, de modo a advertir e evitar morbimortalidade.

Palavras-chave

Ferritina; Diabetes Mellitus; Inflamação

Área

Clínica Médica

Autores

Amanda Justi, Pamela Tatsch , Luciano de Oliveira Siqueira