Dados do Trabalho

Título

CORRELAÇÃO INADVERTIDA ENTRE APLV E MUCO NAS FEZES

Fundamentação/Introdução

APLV, muco nas fezes, proteína do leite.

Objetivos

Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) quando acomete tubo digestivo pode se manifestar por síndrome da alergia oral, FPIES, esofagite eosinofílica, refluxo gastroesofágico, enteropatia perdedora de proteína, proctocolite, cólica e constipação refratárias. Nos consensos de alergia alimentar, a presença de muco nas fezes não é sinal clínico para aventar o diagnóstico. Nas mídias sociais e nas avaliações de pais o muco tem sido usado como diagnóstico de APLV bem como sua presença está associada à não resolução da doença.

Delineamento e Métodos

O objetivo deste estudo consiste em observar dados de pacientes pediátricos para análise da correlação entre APLV e muco nas fezes.

Resultados

Realizado revisão de prontuário em serviço de atendimento de gastroenterologia pediátrica na cidade de Blumenau entre os anos de 2017 a 2018. Foram selecionados somente os pacientes que vieram referenciados de pediatras gerais ou que vieram espontaneamente para avaliação de APLV, baseados somente no achado muco nas fezes.

Conclusões/Considerações finais

Foram identificados como sendo 30% da população atendida com a suspeita APLV. Destes, 80% haviam recebido a informação nas redes sociais e 20% nos pediatras gerais. Todos já chegaram com dieta de isenção de proteína do leite. 70% não tinham nenhum outro sinal e sintoma associado à APLV. 30% tinham além do muco, sangue nas fezes e diarreia. Dos 70% que tinham somente muco nas fezes, dieta de 4 semanas de isenção de proteína do leite com posterior teste de provocação oral (TPO) não modificou a presença de muco nas fezes.

Palavras-chave

Presença de muco nas fezes de forma isolada pode ocorrer em lactente amamentado sem associação com APLV. O contrário também é verdadeiro: pode haver APLV sem muco nas fezes. Há necessidade de se desmistificar esta correlação, reduzindo abordagens desnecessárias.

Área

Clínica Médica