15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Imoderação na solicitação de exames complementares na clínica médica

Fundamentação/Introdução

Exames complementares; excesso; médico.

Objetivos

A evolução da ciência e o uso das tecnologias caracterizam um estreitamento das relações interpessoais. A humanização do contexto médico-paciente está sendo esquecida e cada vez mais os profissionais utilizam métodos complementares para avaliar seu paciente. Logo, o profissional da saúde deve ter racionalidade na hora de propor um exame complementar.

Delineamento e Métodos

Avaliar os parâmetros de saúde preconizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e comparar com o número de exames complementares realizados em uma amostragem, analisando se os pedidos ficam dentro do normalizado ou se ultrapassam os valores propostos.

Resultados

Estudo exploratório descritivo que avaliou a relação entre a realização de exames complementares e os parâmetros de saúde preconizados pelo SUS, presentes na portaria nº1.101 de 2002. Utilizou-se como fonte populacional o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com dados de 2018. Em relação aos dados de exames complementares solicitados utilizou-se os registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, que englobaram todo o ano de 2018. Adotou-se como parâmetro a cidade de Pelotas, pertencente ao estado do Rio Grande do Sul, com uma população estimada para o ano de 2018 de 341.648 habitantes.

Conclusões/Considerações finais

Segundo a portaria 1.101, o número de consultas médicas é de 3,25 consultas/habitante/ano, sendo para Pelotas previsto 1.110.356 consultas médicas para 2018. Dentre essas consultas, segundo os parâmetros fornecidos, de 30-50% do total de consultas deve ser destinado para a área da clínica médica. Dessas, 80,26% poderão ter exames complementares solicitados, apresentando, assim, 445.585 exames/ano sugeridos para a cidade de Pelotas no ano de 2018. Em relação aos exames básicos, utilizou-se exames bioquímicos, hematológicos e microbiológicos. Somando a quantidade realizada desses exames para Pelotas no ano de 2018, chegou-se ao número de 779.097 efetuados. Isso demonstrou um aumento de 1,4 vezes no número de exames, o que comprova que são realizados além do necessário.

Palavras-chave

Após análise dos dados, pode-se inferir que a prática racional de realização de exames não ocorre em Pelotas. Há um gasto de recursos desnecessário explícito nessa dinâmica, impactando no âmbito financeiro e social da saúde. Logo, deve-se praticar uma medicina de qualidade, priorizando a anamnese e o exame físico, a qual é regida pelo tripré: saber do profissional, contribuição do paciente e recursos adequados no tempo determinado para cada patologia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Bruna Laila Tansini, Vitória Borges Pasquali, Alexandra Lopes Cousin, Júlia Gheno Dos Santos, Bárbara Day Taylor, Ana Carolina Kieling