15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Seguimento de doadores renais de aproximadamente 10 anos - Importância do ácido úrico como marcador de disfunção renal em mulheres

Fundamentação/Introdução

O transplante renal constitui a terapia de escolha para a maioria dos pacientes renais crônicos por aumento de sobrevida e melhora da qualidade de vida. A nefrectomia para doação renal em geral não representa risco aumentado de Doença Renal Crônica ao doador, mas alguns estudos verificaram que a DRC pode ocorrer tardiamente, associada a novas comorbidades adquiridas por estes pacientes como hipertensão arterial, proteinúria, doença cardiovascular e obesidade. Diversos estudos associam a hiperuricemia com efeitos tóxicos renais como vasoconstricção, retenção de sódio, aumento de radicais livres e piora da resistência insulínica.

Objetivos

Verificar o impacto da nefrectomia unilateral nos parâmetros clínicos laboratoriais de doadores renais após seguimento de aproximadamente 10 anos.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal com 50 pacientes com indivíduos doadores renais de ambos sexos, previamente saudáveis à época da doação renal, que consultaram ao menos 3 vezes no ambulatório de acompanhamento de doadores renais, sendo verificado história clinica e exames laboratoriais. Os dados foram catalogados e analisados em programa estatístico graphpad utilizando os testes Shapiro-Wilk, teste t não-pareado, Mann-Whitney (p<0.05) e correlações de Pearson and Spearman.

Resultados

Tempo médio após doação 10,4+/-4 anos mulheres e 8+/-4,4 anos para homens.Quanto à doença atual 30% apresentavam diagnóstico de HAS, 12,2% intolerância à glicose, 33% dislipidemia, 18% litíase renal e 9% diabéticos. Apesar dos valores médios da PAS e PAD terem aumentado nos doadores homens e mulheres não foi estatisticamente significante. O IMC , os níveis de colesterol e a hemoglobina não foram diferente após 10 anos de seguimento mas os níveis de ácido úrico tanto em homens quanto em mulheres mostraram-se aumentados, assim como a TFGe que diminuiu em ambos os sexos – diminuição de 42,7 +/- 17,5ml/min em homens e de 32 +/-19,2 ml/min para mulheres. O ácido úrico correlacionou-se negativamente com a TFGe somente nas mulheres pré-doação e pós-doação respectivamente (r=-0,50 p=0,04 ) (r=-0,69 p=0,01). A área sob a curva na análise ROC para ácido úrico determinando TFGe diminuída foi estatisticamente significante para o sexo feminino (p<0,001) com ponto de corte ácido úrico >5,35.

Conclusões/Considerações finais

Verificou-se que após seguimento de aproximadamente 10 anos os níveis séricos de ácido úrico correlacionaram-se com diminuição da TFGe em mulheres.

Palavras-chave

Transplantes, nefrectomia, função renal, ácido úrico, comorbidades.

Área

Clínica Médica

Instituições

HU-UFMA - Maranhão - Brasil, UFMA-Universidade Federal do Maranhão - Maranhão - Brasil

Autores

Erika Cristina Ribeiro Lima Carneiro, Patricia Gonçalo Sousa Morais , Alair Reis Araújo, Jeremias Júnior Gonçalo Gaspar, Thales José Ribeiro Gonçalo de Sousa, Natal Rodrigues Chagas Júnior