15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CARDIOTOXICIDADE RELACIONADA A RADIO E QUIMIOTERAPIA: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A cardiotoxicidade é um dos efeitos adversos mais significativos do tratamento oncológico, com elevada morbimortalidade, destacando-se insuficiência cardíaca (IC) e isquemia miocárdica.

Objetivos

Demonstrar a importância do rastreio do risco cardiovascular antes, durante e após tratamento oncológico, visando evitar danos irreversíveis.

Caso

E.S.V.F., 59 anos, história de Neoplasia de Mama aos 40 anos, submetida à radioterapia (RT) e quimioterapia (QT) adjuvante com Doxorrubicina + Ciclofosfamida, interrompido após o 1º ciclo devido a extrassístoles ventriculares. Em seguida fez 5 ciclos Ciclofosfamida + Metotrexato + Fluorouacil, além de Tamoxifeno por 5 anos. Foi tratada com Amiodarona por 3 anos. Após 3 anos da suspensão do antiarrítmico, Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) evidenciou disfunção sistólica global do ventrículo esquerdo (VE) leve, sem alteração segmentar, sendo iniciado Carvedilol. Teste Ergométrico (TE) evidenciou Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) no início do esforço, sugerindo Doença arterial coronariana (DAC); submetida a cintilografia miocárdica que evidenciou perfusão do radiofármaco homogênea e fração de ejeção (FE) no stress de 46%. Após 6 meses novo TE com BRE no início do esforço e novo ECOTT com FE 43%, leve aumento do volume diastólico do VE, moderada disfunção sistólica global do VE com alteração segmentar difusa, sendo a dose do Carvedilol aumentada para 25mg e iniciado Espironolactona 25mg/dia. Foi submetida a uma Agiotomografia de Coronárias que evidenciou fistulas coronárias (descendente anterior) para o tronco pulmonar. Paciente desde o início do diagnóstico de insuficiência cardíaca (IC) permanece assintomática, classe funcional NYHA I.

Conclusões/Considerações finais

A avaliação da cardiotoxidade é fundamental durante a QT e RT; o acompanhamento clínico através de exames físicos e complementares, como ECOTT, é fundamental, pois diagnósticos precoces e condutas adequadas podem mudar o prognóstico, melhorando a taxa de morbimortalidade da insuficiência cardíaca e isquemia miocárdica associados ao tratamento oncológico. No caso em tela, a cardiotoxicidade foi evidenciada precocemente com a arritmia cardíaca, porém as alterações da IC e isquemia miocárdica nos exames complementares surgiram anos após a o tratamento. Com a avaliação precoce o primeiro esquema foi substituído, a paciente tratada para as alterações cardiovasculares, mantendo-se desde então assintomática e com o câncer resolvido.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Sthefany Maria Viana Ferreira, Raiane Fonseca Silva Herdy, Alyne Simões e Silva, Ruany Miranda Maldonado, Lais Ribeiro Lacerda