15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

GRANULOMATOSE EOSINOFÍLICA COM POLIANGEÍTE: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A granulomatose eosinofílica com poliangeíte é uma vasculite de pequenos vasos rara associada ao anticorpo anticitoplasma de neutrófilo (ANCA). Caracteriza-se por asma de origem tardia, hipereosinofilia, vasculite necrotizante e granulomas eosinofílicos extravasculares, podendo acometer coração, pulmões, trato gastrointestinal, rins e sistema nervoso.

Objetivos

Relatar caso de granulomatose eosinofílica com poliangeíte no município de Joinville/SC, ressaltar a importância do diagnóstico precoce e explanar opções terapêuticas.

Caso

VMAC, feminina, 32 anos, foi encaminhada para seguimento ambulatorial de quadro de vasculite. Possuía histórico de asma e rinite alérgica com início há 5 anos, além de episódios de pneumonia, insuficiência respiratória, litíase renal e pielonefrite de repetição. Apresentava também dor em membros superiores e inferiores, parestesia e perda da destreza dos movimentos que foi caracterizada como neuropatia periférica. Foi submetida à biópsia pulmonar que evidenciou presença de artérias com espessamento intimal moderado, sugerindo sequela de vasculite. Paciente recebeu, em seu acompanhamento prévio, o diagnóstico de granulomatose eosinofílica com poliangeíte devido à clínica e por apresentar eosinofilia em exames. Após, foi submetida a infusões mensais de ciclofosfamida, referindo melhora da função respiratória e piora da neuropatia, necessitando suspender o tratamento. Atualmente, faz uso de várias medicações, sendo que utiliza azatioprina, micofenolato de mofetila e medicações para dor neuropática, entretanto, ainda sem melhora do quadro.

Conclusões/Considerações finais

A granulomatose eosinofílica com poliangeíte é uma vasculite rara com incidência de 1.8 a 6.8 casos por milhão na população em geral. A partir do histórico de asma tardia associada ao quadro de dor neuropática, foi possível suspeitar-se da síndrome. A eosinofilia presente nos exames laboratoriais e a biópsia corroboram a hipótese diagnóstica.
A base do tratamento consiste em ciclos de corticosteroides com resposta em cerca de 80% dos pacientes. Entretanto, não foram eficazes no presente caso e, por isso, optou-se pelo uso da ciclofosfamida que obteve melhora da função pulmonar, mas agravou o comprometimento neurológico.
As vasculites, como a granulomatose eosinofílica com poliangeíte, são patologias que possuem um diagnóstico complexo, portanto, torna-se imprescindível o conhecimento da síndrome para a realização de diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVILLE - Santa Catarina - Brasil

Autores

Heloiza Castro, Taynara Cristina da Cruz Ferreira, Pedro Weingrill