15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Infarto agudo do miocárdio como primeira manifestação de trombofilia: Relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Síndrome antifosfolípide é uma doença autoimune sistêmica sendo uma das principais causas de trombofilia adquirida, que acomete leitos vasculares, com predomínio venoso, podendo estar associada ou não a morbidez gestacional. O diagnóstico é obtido através da presença de anticorpos antifosfolípides, associado ao quadro clínico cuja manifestação com eventos tromboembólicos arteriais são menos frequentes e o acometimento coronariano ainda mais raro.

Objetivos

Relatar o caso de uma adulta jovem com precordialgia atípica que evoluiu com infarto agudo do miocárdio como primeira manifestação da síndrome antifosfolípide.

Caso

Paciente feminino, 36 anos, deu entrada no serviço com precordialgia irradiada para epigástrio, com 12 horas de evolução, desencadeada após estresse emocional e piora à palpação. Negava comorbidades, uso de medicação contínua e histórico familiar de doença aterosclerótica. O eletrocardiograma da admissão evidenciou área eletricamente inativa em parede anterior com onda Q de V1 a V3 e supradesnivelamento de ST em abóboda sugerindo aneurisma apical. Apresentou elevação sérica dos marcadores de necrose miocárdica. A cineangiocoronariografia evidenciou oclusão da artéria coronária descendente anterior no terço proximal sem demais lesões e ventriculografia com aneurisma ântero-apical. No ecocardiograma, disfunção contrátil segmentar do ventrículo esquerdo e aneurisma apical com fração de ejeção estimada de 45% pelo método de Simpsom. Devido a idade da paciente e ausência de fatores de risco para doença aterosclerótica foram solicitados exames para investigação de trombofilia que se apresentaram positivos para os marcadores da Síndrome do Anticorpo antifosfolípide com presença moderada do anticoagulante lúpico através de dois métodos, anticorpo anticardiolipina IgG 38,3GPL/mL (positivo >15GLP/mL) e IgM 21,7MPL (positivo >12,5MPL/mL) e anti-beta2-Glicoproteína I IgG 27 UR/mL (positivo >20UR/mL) e IgM 14UR/mL (negativo <20UR/mL). Foi iniciado anticoagulação oral com Warfarina, recebendo alta com INR em faixa terapêutica. Paciente encontra-se bem clinicamente, em seguimento ambulatorial e sem novos eventos tromboembólicos.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico de trombofilia deve ser pesquisado, sobretudo em mulher jovem, sem comorbidade prévia e que tenha apresentado evento tromboembólico. O atendimento imediato desses pacientes, diminuem complicações, dando maior sobrevida e melhor qualidade de vida.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Eduarda Caroline Moreira Vieira, Talita Tiemi Hoshino Bueno, Caroline Brandi Molina, Fabio Rossetto Leão, Charlene Troiani do Nascimento