15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Estenose Aórtica Supravalvar – Relato de Caso

Introdução/Fundamentos

A estenose aórtica supravalvar trata-se de um estreitamento localizado ou difuso da aorta ascendente que se inicia imediatamente acima do nível das artérias coronárias na margem superior dos seios de Valsalva. Ao contrário das outras formas de estenose aórtica, as artérias coronárias estão sujeitas às pressões sistólicas elevadas do ventrículo esquerdo, em geral são dilatadas e tortuosas e suscetíveis à aterosclerose prematura. Os óstios das coronárias podem ser obstruídos pelos folhetos da valva aórtica.

Objetivos

Utilizar relato de uma valvopatia rara, estenose aórtica supravalvar (EAS), visando difundir seu conhecimento a fim de aumentar a sensibilidade à sua suspeição e diagnóstico.

Caso

Paciente feminina, 33 anos, parda, apresentou dor torácica atípica iniciada há 3 dias, procurou, assim, atendimento em consultório particular, onde foi encaminhada no mesmo dia à Unidade de Pronto Atendimento de Araguaína (UPA). Ex-Tabagista, parou de fumar há 3 anos. Ao exame físico, em regular estado geral, afebril, eucorada. Murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios. Exame cardiovascular a ausculta revela sopro sistólico em foco aórtico irradiado para o pescoço e fúrcula, ritmo cardíaco regular, em 2 tempos. Eletrocardiograma de admissão apresenta perda de forças septais, sugestivo de isquemia subepicárdia em parede lateral e extrassístoles ventriculares. Troponina positiva. Com hipótese diagnóstica de Infarto agudo do miocárdio. Dois dias depois foi encaminhada para um Hospital de Referência, lúcida, orientada, eupneica, anictérica, normotensa, sem queixas de dor e troponina negativa e enzimas cardíacas sem alterações para parecer da cardiologia. Revela ter feito extração dentária no dia da internação no HRA com indicação de profilaxia à endocardite bacteriana pelo dentista. Foi requerido, então, um Ecocardiograma transtorácico que confirmou estenose aórtica supravalvar de grau importante, hipertrofia ventricular esquerda do tipo concêntrica de grau discreto e uma insuficiência mitral de grau leve. Por último foi solicitado um Ecocardiograma transesofágico para afastar a hipótese de dissecção de aorta e confirmou o diagnóstico de EAS. Foi, então, a paciente encaminhada para cirurgia cardiovascular para troca de valva aórtica.

Conclusões/Considerações finais

A EAS é uma valvopatia congênita rara que deve ser diagnosticada quão prévio possível para indicação cirúrgica, antes que seus efeitos comprometam outras estruturas, como, principalmente, valva aórtica e VE.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Nathalia Dias Galvão, Gislane Borges Pereira, Rafaella Dias Galvão, Mario Gomes de Campos Neto, Lilian Cristhian Ferreira dos Santos Rocha