15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

GESTANTE PORTADORA DE ARTERITE DE TAKAYASU SEM TRATAMENTO ADEQUADO: RELATO DE CASO.

Introdução/Fundamentos

A Arterite de Takayasu (AT) é uma vasculite crônica de grandes vasos que geralmente acomete mulheres jovens. Em caso de gestação existe considerável morbimortalidade. O presente relato debate a importância de diagnóstico e início de tratamento adequado precocemente na AT e, atenção multiprofissional em caso de gestação.

Objetivos

Descrever um caso clínico de paciente portadora de Arterite de Takayasu que, apesar de resistência ao tratamento e má adesão, apresentou evolução satisfatória na gestação.

Caso

Paciente feminina de 16 anos, iniciou investigação devida hipertensão arterial refratária e sopro sistólico em foco aórtico e pulmonar com pulsação em fúrcula esternal, em uso de captopril, propranolol e hidroclorotiazida.
Arteriografia evidenciou arco aórtico com redução do calibre em porção descendente; tronco braquiocefálico direito com arteriomegalia, artéria subclávia esquerda com estenose estimada de 70%, aorta torácica com paredes irregulares e estenose estimada de 65% no terço médio. Ecocardiograma demonstrou fração de ejeção de 67%. Aos 17 anos foi feito diagnóstico de Arterite de Takayasu e demonstrou má adesão ao tratamento medicamentoso proposto.
Aos 22 anos, queixava-se de fraqueza, parestesia em membros inferiores, claudicação, dispneia aos pequenos esforços e precordialgia. Pressão arterial (PA) em membro superior direito de 136x72mmHg e PA em membro superior esquerdo de 120x70mmHg e diminuição global de pulsos à esquerda.
Ainda com 22 anos, descobriu gestação no segundo trimestre, fez uso de ácido fólico, metildopa e AAS, sem tratamento específico para a AT. Apresentou hipertensão de 180x100mmHg com 38 semanas, sendo indicado parto cesáreo.
Com 23 anos, retornou ao ambulatório de reumatologia, referindo piora clínica e, pela primeira vez, apresentou-se disposta a iniciar o tratamento com corticoide.

Conclusões/Considerações finais

A AT é uma vasculite crônica de grandes vasos, ocorrendo principalmente em mulheres jovens. O diagnóstico é feito através de clínica, exames laboratoriais e de imagem. O tratamento se dá com corticoide em altas doses, assim como imunossupressores. As portadoras de AT que desejam gestar devem ser esclarecidas sobre os riscos e complicações, como hipertensão, insuficiência cardíaca, restrição de crescimento intrauterino, aborto e óbito fetal. Com este relato, os autores elucidam a importância do diagnóstico e tratamento precoce para uma gestação bem sucedida. Sugere-se abordagem multiprofissional visando controle rigoroso da PA e tratamento anti hipertensivo.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Autores

Bárbara Wiese, Filipe Martins de Mello, Gabriela Aparecida Schiefler Gazzoni, Isabella de Oliveira, Mateus Henrique Hornburg de Paula