15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hérnia mesocólica como diagnóstico raro em caso de obstrução intestinal em idoso

Introdução/Fundamentos

Hérnias internas têm prevalência de 1-2% na população e uma das complicações é a obstrução do intestino delgado, em 0,2-0,9% dos casos. Deve-se considerar essa possibilidade em casos de obstrução intestinal, destacando-se os idosos, os quais geralmente apresentam queixas inespecíficas e manifestações clínicas atípicas. Esses, quando com dor abdominal, demonstram um risco de mortalidade de 6 a 8 vezes maior comparados a pacientes mais jovens. Apesar de exames de imagem serem úteis para tal, a clínica predomina como principal orientação de diagnóstico e é de extrema importância para evitar o agravo do caso.

Objetivos

Abordar a importância do diagnóstico clínico em casos de obstrução intestinal por hérnias internas em idosos.

Caso

Paciente masculino, 76 anos, interna em um hospital no interior do Rio Grande do Sul com dor e distensão abdominal, com piora nas últimas 48 horas, referindo náuseas e eliminação de flatos, porém sem evacuar há 4 dias. Ao exame físico apresentou-se levemente desidratado, afebril, com abdome distendido, sem sinais de irritação peritoneal, toque retal normal e exames laboratoriais sem alterações. A tomografia computadorizada de abdome identificou espessamento do intestino delgado causando suboclusão intestinal. O paciente ficou em observação por 24 horas, relatando piora da dor abdominal e episódios de vômito fecaloide. Foi, então, encaminhado para uma laparotomia exploradora, sendo que no transoperatório foi identificada uma hérnia interna em um segmento do intestino delgado através do mesocólon transverso com necrose de alça, optando-se por uma enterectomia com anastomose termino-terminal. Houve boa evolução pós-operatória.

Conclusões/Considerações finais

Infere-se, portanto, que hérnias internas devem ser consideradas em casos que o idoso apresenta dor, vômito e constipação. É fundamental identificar os fatores de risco, juntamente com a solicitação de exames laboratoriais e de imagem para auxiliar na identificação da etiologia. Dentre os sinais e sintomas mais prevalentes estão dor, desidratação, massas anormais na palpação abdominal - que podem indicar abscesso, volvo ou tumor obstrutivos -, ruídos hidroaéreos diminuídos/ausentes e distensão abdominal – em 56-65% dos pacientes. O exame retal deve ser realizado para identificar impactação fecal ou massa retal obstrutivas. No caso relatado, portanto, a clínica do paciente foi o maior indicativo da necessidade de tratamento cirúrgico de urgência.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Cruz - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade de Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Giovana Maria Fontana Weber, Larissa Moser Rocha, Marcelo Randon Gallegos Monterroso, Dóris Medianeira Lazaroto Swarowsky, Inácio Swarowsky