15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESTENOSE SUBAÓRTICA EM PUÉRPERA COM ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL INADEQUADA: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

No ciclo gravídico puerperal, as cardiopatias são a primeira causa não obstétrica de morte materna, complicando de 0,2 a 4,0% das gestações nos países ocidentais.

Objetivos

Enfatizar a importância do diagnóstico precoce de doenças potencialmente tratáveis durante o pré-natal para diminuir os riscos para mãe e bebê.

Caso

T.T.S., 19 anos, parda, primigesta de 39 semanas, pré-natal irregular, submetida à cesariana eletiva cursando, após raquianestesia, com taquicardia e dispneia. Ao final do procedimento o feto nasceu vivo (Apgar 9/10). Paciente encaminhada à unidade de terapia intensiva, necessário suporte ventilatório invasivo; exame físico com sopro sistólico ejetivo rude em foco aórtico (5/6+). Ecocardiograma (ECO) transtorácico evidenciou estenose aórtica (EAo) importante, gradiente médio de 80 mmHg, hipertrofia ventricular esquerda (HVE) concêntrica moderada (átrio esquerdo 36, septo 18 e parede posterior do ventrículo esquerdo 14) e fração de ejeção de ventrículo esquerdo de 70% (Teicholz), sendo sugerida realização de ECO transesofágico. Este evidenciou HVE concêntrica leve a moderada, EAo importante (gradiente médio 66 mmHg) e imagem filamentosa aderida à face aórtica da válvula, interrogando membrana subaórtica ou vegetação. A paciente foi transferida para a enfermaria, mantendo dispneia mesmo com a redução do gradiente transvalvar; indicado tratamento cirúrgico. No ato operatório, confirmado anel membranoso subaórtico e valva com folhetos normais. Feita ressecção da membrana e desobstrução da via de saída de VE sem necessidade de valvoplastia ou troca valvar. A paciente recebeu alta hospitalar após 3 dias da cirurgia.

Conclusões/Considerações finais

A avaliação clínica detalhada é fundamental durante o pré natal, incluindo boa anamnese e exame físico, pois diagnósticos precoces e condutas adequadas podem mudar o prognóstico, melhorando a taxa de morbimortalidade materna e infantil. No caso em tela, o diagnóstico deveria ser suspeitado desde o início da gestação, no pré natal. Se houvesse acompanhamento regular, seria reconhecido como pré natal de risco e seria oferecido a devida assistência para a gestante, diminuído os riscos para ela e para o bebê.

Palavras-chave

Área

Clínica Médica

Instituições

Secretaria Municipal de Saúde de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raiane Fonseca Silva Herdy, Darteson da Silveira Gutierrez, Nilton Ferreira da Costa Junior , Matheus Sigiliano Carneiro