Dados do Trabalho
Título
Hipertensão Pulmonar por TEP crônico com uma década de evolução e os desafios frente aos diferentes esquemas terapêuticos utilizados – relato de caso
Introdução/Fundamentos
A Hipertensão Pulmonar (HP) por Tromboembolismo Pulmonar (TEP) Crônico – dita HPTEC – define-se por HP observada após período mínimo de 3 meses após TEP, desde que excluídas outras causas de HP. A resolução parcial do defeito perfusional é comum, porém cerca de 3,8% dos que sobrevivem ao TEP agudo evoluem, após 2 anos, para HPTEC.
Objetivos
O caso relatado tem 10 anos de seguimento e aborda o uso de diferentes tratamentos e o controle clínico com terapia dupla, especialmente após associação com Riociguat.
Caso
Mulher, 50 anos, balconista aposentada. Apresentou trombose venosa profunda (TVP) e TEP agudo maciço em 2008 após mamoplastia. Foi tratada com trombólise + enoxaparina e anticoagulação oral com Varfarina (RNI mantido em faixa terapêutica). Evoluiu com dispneia mMRC 2 nos primeiros 6 meses e ecocardiograma transtorácico (Eco TT) com ventrículo direito dilatado e pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) 55 mmHg. Aventou-se tromboendarterectomia pulmonar, porém era tecnicamente inviável. Iniciou-se terapia dupla com Sildenafil + Bosentana, com boa resposta. Após um ano mantinha-se bem clinicamente: cateterismo cardíaco direito (CATE D) em 2011 com pressão média da artéria pulmonar (PMAP) 60 mmHg, sendo colocado filtro de veia cava. Após 3 anos piorou: dispneia mMRC 3-4, edema em membros inferiores (MMII) e ascite refratária. Trocou-se terapia dupla para Tadalafil + Ambrisentana,6 além de iniciado oxigenoterapia. Teste de caminhada de 6 minutos (2015): 361m e dessaturação até 80%. Em 2017 obteve-se Riociguat7 via judicial. Esquema foi trocado para Ambrisentana + Riociguat. Em 2018, paciente melhor com dispneia basal mMRC 1-2, edema MMII 1+/4+, TC6m sem uso O2: 333m, com dessaturação até 91%.
Conclusões/Considerações finais
A tromboendarterectomia é o tratamento de escolha para os pacientes com HPTEC devido seu potencial de cura, porém a seleção de pacientes para cirurgia depende da extensão e localização dos trombos, do grau de HP, da idade do paciente e presença de comorbidades. Riociguate é indicado para tratamento da HPTEC, especialmente nos casos inoperáveis. Este medicamento foi associado à melhora significativa na resistência vascular periférica (RVP) e na PMAP no CATE D e também no TC6m.
Palavras-chave
Área
Clínica Médica
Instituições
FURB - UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - Santa Catarina - Brasil
Autores
JULIA ORSI, Débora Ropelato, Caroline Uber Ghisi, Ricardo Albaneze, Marina Andrade Lima, Anna Sofia Silva Amorim