Datos del trabajo


Título

PERCEPÇAO DE PUERPERAS SOBRE VIOLENCIA OBSTETRICA DURANTE INTERNAÇAO

Introdução

A violência obstétrica é realidade nas instituições hospitalares, responsáveis pela realização do parto. Muitas puérperas relatam experiências negativas com relação à falta de humanização. A demonstração de um comportamento holístico e respeitoso de parte dos profissionais que assistem o trabalho de parto, com menos mecanização, reduz os impactos negativos sobre a mulher, tornando o parto um momento agradável. A Maternidade Segura foi uma estratégia criada pelo Ministério da Saúde para o enfretamento da realidade de violências sofrida pelas mulheres durante a internação para o parto, melhores condições de internação, proporcionado o respeito à dignidade humana, abrangendo todo o contexto social em que a mulher está inserida.

Objetivos

Descrever percepção de puérperas sobre a violência obstétrica hospitalar durante a internação para o trabalho de parto.

Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, realizada em uma maternidade de referência em obstetrícia localizada no município de João Pessoa-PB. A amostra foi composta por 15 puérperas. A técnica utilizada para coletar os dados foi uma entrevista semiestruturada contendo uma questão norteadora “fale sobre as experiências vivenciadas aqui durante o trabalho de parto e parto”. As entrevistas foram gravadas e transcrita na integra. Os dados foram organizados conforme a Técnica de Análise de Conteúdo Temático segundo Bardin, que analisa as falas por meio de procedimentos sistemáticos. Considerando-se os preceitos éticos as puérperas foram codificadas (P1, P2, P3......).O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Centro Universitário de João Pessoa, sobre o número: 2.742.841.

Resultados

Quando foi pedido para puérperas falarem sobre suas experiências durante a internação, destacaram-se pontos negativos que caracterizaram violências sofridas por essas mulheres e que deram origem a duas categorias: “Verbalizações e expressão negativas durante a assistência prestada pelos profissionais” e “Procedimentos desnecessários como desencadeador de desconforto e incomodo”. A violência obstétrica pode-se mostrar de diversas formas no trabalho de parto e parto, desde a não explicação e solicitação de autorização para a realização de procedimentos, até a injúria verbal, exprimida por palavras ofensivas, visando impedir a mulher de demonstrar o que estava sentindo no momento antecedente e durante a parturição. As maiorias desses episódios ocorreram no pré-parto e parto, respectivamente, seguido do momento de admissão. O resultado obtido nesse aspecto converge com os estudos já publicados na literatura, considerando o momento em que a violência ocorre com maior frequência é durante a admissão na unidade hospitalar e na assistência ao parto na sala de pré-parto e parto do Centro Obstétrico. Assim, os profissionais que trabalham na área obstétrica, sejam profissionais da saúde ou equipe de apoio, devem oferecer proteção e cuidado holístico a mulher em todo ciclo gravídico puerperal, utilizado técnicas baseadas em evidências, com um olhar humanístico e com o mínimo de procedimentos e necessários. Ao analisar os dados, desse estudo com relação à assistência desses profissionais, percebe-se um despreparo na prática, no que diz respeito ao que é preconizado pelo Ministério da Saúde e aos direitos humanos. Os resultados observados nas temáticas em destaque refletem uma assistência obstétrica centrada no modelo biomédico, curativo, que vê o individuo fragmentado, refletindo a assistência atual, que está presente desde a institucionalização do parto que ocorreu no início do século XX. Esses dados violentos corroboram com a pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito sobre partos e nascimentos que traz cada vez mais dados de procedimentos violentos em vários partos realizados no Brasil. Durante revisões sistemáticas, foi constatada em todos os artigos a prática da violência institucional obstétrica, sendo a negligência, a forma mais adotada, seguida pela violência verbal, e a violência física. Sendo praticada, principalmente, por médicos e enfermeiros. Essa violência pode ser exercida por qualquer atitude dos profissionais de saúde nos processos reprodutivos, através de uma atenção desumanizada, com abuso de utilização de ações intervencionistas, alta medicalização e que transformem em patologia, os processos naturais e fisiológicos do parto. A enfermagem obstétrica com uma formação centrada no parto humanizado pode trazer grandes contribuições para a prática obstétrica, sendo este o profissional que vem ganhando espaço em todas as esferas ministeriais de humanização no parto.

Considerações Finais

A violência obstétrica é um assunto delicado por envolver instituições, profissionais e mulheres que preferem esquecer os momentos difíceis vivenciados no decorrer do trabalho de parto e evidenciar algumas práticas que dependendo da individualidade de cada gestante poderia ter sido evitada, por ser desnecessária. As hipóteses de violência multiprofissional ocorrida durante o período de internação, que embasaram o presente estudo foram confirmadas; o que nos faz repensar sobre nossa postura enquanto profissional de saúde, nossa missão frente a um paciente que necessita de auxílio, e nós, capacitados cientifica e tecnicamente, priva informações e assistência digna a paciente e seu acompanhante. Portanto necessitamos urgente de profissionais capacitados e humanizados para o acompanhamento adequado com boas práticas obstétricas.

Palavras Chave

violência, puerperas, obstetricia

Area

Outros

Autores

WILMA FERREIRA GUEDES RODRIGUES, TÁSSIA REGINE DE MORAIS ALVES, Maria Milaneide Lima Viana, Maria Alice Gomes Nunes, Núbia Nóbrega da Silva Messias, Rozileide Martins Simões CANDEIA, Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho Carvalho