Datos del trabajo


Título

ANALISE DA PERCEPÇAO DOS TRABALHADORES DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO – UPAS

Introdução

Este é um recorte de um estudo mais amplo, sobre o modelo de servicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), que são unidades de atuação intermediária, posicionadas entre a atenção primária e a rede hospitalar. Foram criadas com o intuito de diminuírem o fluxo de pacientes para a rede terciária, com melhor resolutividade de casos agudos de caráter ambulatorial que estavam para além da função das unidades de atenção primária. Assim, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou walking-ing, constituem-se em uma das portas de entrada para o acesso ao sistema de saúde, se inserem no atendimento secundário e são serviços não hospitalares, que fazem parte da Rede de Atenção à Saúde Integral e às Urgências. São reguladas regionalmente, se diferenciando de serviços de pronto atendimento tradicionais, pois se caracterizam por estabelecerem relação com unidades de saúde da atenção básica, unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) e com a rede hospitalar, e é integrada ao SAMU (SANTOS, 2003; Brasil,2008, MACHADO,2009).Ainda que as UPAs tenham sido criadas recentemente no SUS, esse modelo existe nos Estados Unidos e no Canadá desde a década de 1970. A criação dessa modalidade de serviço tem o objetivo de diminuir a demanda, expressa pelas filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos que possam ser resolvidos nas UPAs, ou unidades básicas de saúde, sejam encaminhados para as unidades hospitalares, servindo ainda de retaguarda para o SAMU. Estes atendimentos podem ser solucionados no local, sendo o paciente estabilizados e/ou encaminhados para os hospitais ou redirecionados às Unidades Básicas de Saúde. De acordo com as suas atribuições, as UPAs devem funcionar 24 horas por dia, realizar a classificação de risco dos pacientes, resolver os casos de baixa e média complexidade, estabilizar os casos de pacientes graves e possuir estrutura física e recursos humanos e tecnológicos suficientes para o atendimento da população de sua área de abrangência (SILVA et al, 2012).

Objetivos

Analisar a percepção dos trabalhadores das Unidades de Pronto Atendimento – UPAS, de Fortaleza, Ceará sobre a inserção desses serviços na rede de atenção à saúde do município.

Método

Trata-se de um estudo descritivo e analítico, de abordagem qualitativa. Os participantes do estudo foram recortados de uma amostragem mais ampla de atores de UPAS e foram 36 (trinta e seis) trabalhadores de nível médio e superior, das diversas categorias profissionais e usuários que aceitaram participar da pesquisa. Os dados foram coletados a partir de observação direta e entrevistas em seis serviços da capital. As entrevistas foram realizadas entre os meses de junho e agosto de 2016 com uso de roteiro semi estruturado e submetidas à análise de conteúdo com identificação de categorias principais: ´percepção de atendimento resolutivo 24h de porta aberta; e percepção de atendimento seletivo com classificação de risco.

Resultados

Foram identificados duas categorias: a percepção de atendimento resolutivo 24h de porta aberta, cujo principal característico é acolher a todos por demanda espontânea. O “Não volta ninguém “! Para os profissionais esta percepção está associada a condições como epidemias e de melhor resolutividade do serviço. O motivo de buscar a UPA para atendimentos proprios da unidade de saúde de atenção primária é por não haver o profissional médico nas unidades básicas e muitas das vezes e principalmente por falta de conhecimento sobre a finalidade da UPA.A superlotação e as dificuldades dos profissionais em realizar um acolhimento e atendimento humanizado se deve ao contexto da baixa integração com a rede de atenção primária e terciária e outros segmentos do sistema de saúde. Sobre a percepção da UPA como um serviço destinado a realizar atendimento seletivo com classificação de risco. O relato dos profissionais é que a dificuldade do fluxo no atendimento se dá por superlotação dessas demandas com usuários de quadros clínicos caracterizados na classificação de Manchester como perfil de atendimento de atenção primária. A mesma dificuldade se dá com os serviços terciários da rede, com demoras e recusas, o que dificulta a Regulação da Rede de Atenção à Saúde em fazer os usuários de maior gravidade percorrerem de forma adequada a linha de cuidados da Urgência e Emergência para a serviços de maior complexidade.Ocorre a superlotação também nos setores de observação da UPA, pelo fato de muitas das vezes não conseguirem o remanejo dos pacientes que são referenciados para outros serviços e acabam se prolongando o tempo de estadia deste paciente, o que gera outros conflitos, pois a UPA não tem estrutura para internação. Os profissionais demonstraram conhecimento sobre a finalidade das UPAS e apontaram a falta de informação da população e a divulgação inadequada nos meios de comunicação como os principais motivos da procura equivocada pelas unidades.

Considerações Finais

O tempo de permanência para aguardar o remanejo do paciente seria de no máximo 24h, oque de fato não acontece. Os profissionais demonstraram conhecimento sobre a finalidade das UPAS e apontaram a falta de informação da população e a divulgação inadequada nos meios de comunicação como os principais motivos da procura equivocada pelas unidades.

Palavras Chave

Urgência e Emergência, Unidade de Pronto atendimento, Superlotação.

Area

Organização da Atenção em Saúde

Autores

Silvia Helena Bastos, Catia Ramos Oliveira