Datos del trabajo


Título

AÇOES DA REDE VIDA NO TRANSITO DE FLORIANOPOLIS

Introdução

Mundialmente os desastres de trânsito estão entre as principais causas de morte e traumas(1). O Brasil contribui muito para esse cenário ocupando o quinto lugar em número de mortos, atrás apenas da China, Índia, Rússia e Estados Unidos(2). O estado de Santa Catarina ocupa a 11ª colocação dentre os 27 estados da Federação, em relação ao número de mortes no trânsito(3). Diante dessa problemática, a Organização das Nações Unidas lançou, em 2011, a Década de Ação pelo Trânsito Seguro 2011-2020, sendo convidados dez países (Brasil, Camboja, China, Egito, Índia, Quênia, México, Rússia, Turquia e Vietnã) para o desenvolvimento de um projeto de redução da morbimortalidade no trânsito. No Brasil a estratégia adotada é o Programa Vida no Trânsito (PVT), coordenado pelo Ministério da Saúde. Iniciado em cinco capitais brasileiras, uma em cada região do país (Palmas, Teresina, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande), o PVT foi expandido a partir de 2012 para as demais capitais e para municípios com mais de um milhão de habitantes. O Programa tem como objetivo promover intervenções efetivas de segurança no trânsito que apresentem evidência na redução das mortes e feridos graves(4). Para o fortalecimento do Programa, Florianópolis lançou, em julho de 2014, a Rede Vida no Trânsito (RVT), a qual reúne organizações governamentais, sociais e empresariais, e está aberta à participação de todos aqueles, indivíduos ou organizações, que desejam trazer paz ao trânsito. Frente a esse contexto realizou-se esta pesquisa que está vinculada ao projeto “Ações de promoção da saúde na segurança do trânsito de municípios de Santa Catarina”, do Laboratório de Pesquisas no Cuidado de Pessoas em Situações Agudas de Saúde (GEASS), da Universidade Federal de Santa Catarina.

Objetivos

Descrever as ações realizadas pela Rede Vida no Trânsito na perspectiva dos seus membros.

Método

Estudo descritivo, qualitativo, baseado no referencial teórico das Representações Sociais. Realizada na RVT do município de Florianópolis, a pesquisa teve a participação de trinta membros da Rede, selecionados intencionalmente de acordo com os critérios de inclusão: ser membro da RVT há no mínimo seis meses; ter idade mínima de 18 anos; e estar participando das atividades da RVT no período de coleta de dados. Todos os membros da RVT que atenderam a esses critérios foram convidados para a pesquisa e, os que aceitaram participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados ocorreu de junho a agosto de 2016 por meio de entrevista individual semiestruturada a partir da pergunta: para você, quais são as ações realizadas na Rede Vida no Trânsito? Para a organização dos dados se utilizou o software Qualiquantisoft e, para a análise, a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, constituída de quatro figuras metodológicas: Expressões-Chave (ECHs); Ideia Central (IC); Ancoragem (AC); e Discurso do Sujeito Coletivo propriamente dito (DSC). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catariana.

Resultados

Não houve entre os participantes predomínio em relação ao sexo e a idade variou de 25 a 63 anos. Todos possuem ensino superior completo em áreas variadas: Medicina, Ciências Sociais, Odontologia, Economia, Enfermagem, Gestão Ambiental, Naturologia, Gestão de Negócios, Direito, Pedagogia, Educação Física, Sociologia, Jornalismo, Engenharia de Produção Civil, História e Engenharia Mecânica. A maioria dos participantes (n=16) atua na RVT há mais de dois anos. Todos mantêm seu vínculo de trabalho fora da Rede e participam da mesma de modo espontâneo ou vinculado ao seu trabalho, por meio das reuniões mensais ampliadas, dos Grupos de Trabalho, Grupo de Informação e/ou da Secretaria Executiva. Emergiram das falas dos participantes dois DSC acerca das ações da RVT, cada um com uma Ideia Central, denominadas: IC1- Múltiplas ações; e IC2- Mobilização intersetorial. A primeira ideia envolve especialmente ações direcionadas à prevenção dos acidentes de trânsito, com destaque para a produção de informações e a sua divulgação por meio de campanhas educativas (participação no dia mundial sem carro, na maratona intermodal, no Maio Amarelo, blitz, projetos como Balada pela Vida entre outros). Ações midiáticas junto à sociedade também são foco da RVT, as quais buscam conquistar novos parceiros, promover a visibilidade da Rede e ampliar a discussão sobre a temática. Ainda, a RVT tem proposto ações de melhoria relacionadas à infraestrutura para um trânsito seguro, buscando mais atuação política em relação às condições das rodovias. O planejamento de ações efetivas parece ser algo que se inicia na Rede, devido a sua prematuridade. A segunda ideia de ações da RVT revelada nos discursos, Mobilização intersetorial, está centrada na valorização do trabalho compartilhado e integrado, com o envolvimento de diferentes profissionais e setores da sociedade para melhorar às condições de vida no contexto do trânsito.

Considerações Finais

As ações desenvolvidas pela RVT estão sustentadas na intersetorialidade, essencial para se atingir segurança no trânsito, e bastante focadas na prevenção dos acidentes para garantir a vida e na mobilização e sensibilização da sociedade para alcançar mais parceiros. Este estudo poderá contribuir para uma avaliação da RVT e subsidiar melhorias na sua atuação junto à sociedade.

Palavras Chave

Acidente de trânsito; Promoção da Saúde; Políticas Públicas; Colaboração intersetorial; Segurança; Enfermagem.

Area

Promoção da saúde

Instituciones

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Mirela Schmidt Virgilio, Eliane Regina Pereira Nascimento, Patrícia Madalena Vieira Hermida