Datos del trabajo


Título

SISTEMA DE CLASSIFICAÇAO DE PACIENTES NA PRATICA ASSISTENCIAL

Introdução

A busca da enfermagem pela integralidade do cuidado é contínua, mesmo com as facilidades da tecnologia o cuidado não pode ser substituído, ao contrário, ele vem se tornando cada vez mais complexo. As mudanças das demandas de atendimento estão ocorrendo e é necessário reestruturar os processos organizacionais e analisar o perfil das necessidades assistenciais a fim de propor estratégias de organização e dimensionamento de recursos humanos da enfermagem (SILVA, 2016). Para identificar o perfil dos pacientes assistidos conforme grau de dependência é necessário classifica-los quanto ao grau de dependência em relação a equipe utilizando um sistema de classificação que melhor atenda o perfil da instituição e validado na literatura. A aplicabilidade dos instrumentos de classificação ainda é um desafio, pois há a preocupação em elaborar novos instrumentos que considerem as peculiaridades das instituições. Para tanto, é importante num primeiro momento estruturar uma rotina de classificação, e então, com dados fidedignos buscar as melhorias (SANTO ET AL, 2007).

Objetivos

O objetivo geral é relatar o processo de implantação de um sistema de classificação de pacientes.

Método

Trata-se de um relato de experiência, sobre a implantação de uma instrução de trabalho para definição de um sistema de classificação de pacientes quanto ao grau de dependência. Foi realizado no ano de 2013 em um hospital de convênios no litoral norte de Santa Catarina. O setor de internação, onde foi utilizada a escala de análise do grau de complexidade dos pacientes, foi de perfil Clínica Médica, contemplando 16 leitos de internação adulto. A equipe era formada por quatro enfermeiros e 16 técnicos de enfermagem, que totalizavam 44 horas/ semanais de trabalho, sendo 1 enfermeiro e 4 técnicos de enfermagem por turno. Foi realizado uma reunião para definições de modelo de escala e implementação na rotina, treinamento in loco sobre a apresentação da escala a ser utilizada e revisão no sistema informatizado para adequação no prontuário eletrônico disponibilizando a escala de complexidade assistencial e o resultado obtido.

Resultados

A busca por um instrumento sistematizado de classificação para avaliação do grau de dependência dos pacientes tornou-se uma necessidade através de relatos da equipe de sobrecarga de trabalho e perfil de “pacientes exigentes”, com isso era necessário identificar o perfil dos pacientes e entender as exigências relacionadas ao perfil clínico assistencial do paciente. Estudos trazem a utilização de escalas de classificação de pacientes propostas na literatura, como o estudo de Urbanetto et al (2012), que para avaliar o grau de dependência em relação aos cuidados de enfermagem de idosos internados utilizou o método de Perroca e Gaidzinski, que é voltado para as necessidades humanas básicas preconizadas por Wanda Horta e fundamentado por levantamento bibliográfico. O estudo de Faria et al (2009) propõe a utilização da escala de classificação de pacientes em conjunto com a escala de risco para úlcera por pressão, para que o enfermeiro avalie os pacientes através de uma única escala, respaldada pelo método de Fugulin para classificar o risco assistencial e Braden para classificar a risco para úlcera por pressão. Santos et al (2007), devido a necessidade de complementar o sistema de classificação de pacientes no hospital do estudo, trazem um complemento à escala de Fugulin et al incluindo na avaliação os pacientes portadores de feridas, redefinindo o somatório de valores que indicam a categoria assistencial dos pacientes de forma a complementar e contribuir na avaliação dos diferentes perfis de pacientes. Devido a realidade da instituição do estudo e considerando a necessidade de traçar o perfil dos pacientes, optou-se pela escala de Fugulin et al (1994), por ser referendada pelo COFEN através da resolução 293/04 e por ter sido considerada pela equipe de enfermeiros com informações mais objetivas e abrangentes, avaliando: estado mental, oxigenação, sinais vitais, motilidade, deambulação, alimentação, cuidado corporal, eliminação, terapêutica, sendo nesse primeiro momento da implantação de fácil manuseio e adaptação para inclusão de uma atividade na rotina. Cada categoria avaliada possui quatro opções de gradação da complexidade assistencial, o enfermeiro escolhe a opção que se encaixa na condição do paciente, no final gera uma pontuação que classifica o cuidado do paciente conforme complexidade assistencial: intensivo, semi-intensivo, alta dependência, intermediário, mínimo. A instituição possui o sistema informatizado, assim a escala de Fugulin et al (1994) foi revisada e disponibilizada no sistema informatizado da instituição diretamente no prontuário eletrônico do paciente. Definido a escala e viabilizado o instrumento via prontuário eletrônico, ficou estabelecido como rotina todo paciente admitido na internação é realizada a avaliação através da escala pelo enfermeiro que recebeu o paciente e todos os dias na rotina a noite é feito dos pacientes já internados. Com o resultado da classificação, no início do turno, o enfermeiro analisa a complexidade assistencial para, assim, definir qual técnico de enfermagem ficará responsável pelo cuidado do paciente naquele plantão.

Considerações Finais

A busca por instrumentos para auxiliar a mensurar o grau de dependência dos pacientes em relação a assistência de enfermagem prestada é importante para nortear a tomada de decisão do cuidado. Na prática utilizar o sistema de classificação de pacientes pode proporcionar conhecimentos específicos acerca do cuidado, das necessidades do setor e na organização da equipe de enfermagem. A inclusão de um instrumento foi de fácil adaptação para os enfermeiros em sua rotina de trabalho, não onerando tempo à suas atividades diárias, a praticidade de utilizar uma escala em um sistema informatizado, que ao incluir as informações automaticamente gera o score de resultado, contribui para a melhor adaptação na rotina, armazenamento e acesso a informação no prontuário eletrônico. As informações geradas pela aplicação de um sistema de classificação de pacientes se transformarão em indicadores para que se possa analisar a assistência prestada, planejar melhorias de atendimento, confrontar indicadores assistenciais, analisar ocorrência de eventos adversos e melhorar o cuidado na sua integralidade.

Palavras Chave

Avaliação em Enfermagem; Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde; Processo de Enfermagem

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Instituciones

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Thabata Larissa Agostini dos Santos, Luciara Fabiane Sebold, Ana Izabel Jatobá de Souza, Eliane Matos, Monique Meneses Aguiar