Datos del trabajo


Título

VIVENCIANDO O TRANSPLANTE HEPATICO: REALIDADE, DESAFIO E INSEGURANÇA

Introdução

O avanço científico aumentou, gradativamente, a sobrevida dos pacientes transplantados(1). A portaria 1160/2006(2) determina os critérios que devem ser avaliados pela equipe multiprofissional antes de inserir o paciente em lista. A possibilidade dos agravos no Transplante Hepático (THx), despertam a necessidade de acompanhamento, vigilância e planejamento do cuidado em todos os períodos do transplante. Ao retornar ao domicílio após o THx, o paciente enfrenta uma série de cuidados e restrições, cujo manejo depende exclusivamente dele e dos familiares dispostos a auxiliá-lo. Além dos cuidados diários, o paciente deve retornar frequentemente ao ambulatório de transplantes, conforme rotina pré-estabelecida pela equipe que o acompanha considerando suas condições clínicas(2,3). Todos esses fatores demandam ao paciente necessidade de saúde, muitas vezes impostas por restrições (físicas, alimentares, financeiras, entre outras) alterações no cotidiano de vida do paciente e família, uso de medicamentos contínuos e realização de exames semanais. Na maioria das vezes, esses são os entraves que podem levar o paciente a não adesão do tratamento, ao desenvolvimento de intercorrências, complicações, internações frequentes e até mesmo a morte(4,5)

Objetivos

Compreender as necessidades de saúde dos pacientes submetidos ao Transplante Hepático.

Método

estudo qualitativo, exploratório e descritivo, desenvolvido em um ambulatório de transplantes de um hospital escola. Os sujeitos do estudo foram pacientes submetidos ao THx entre 2011 a 2017. Critérios de inclusão: pacientes que realizaram o THx e seguiram a continuidade do tratamento do pós THx na referida instituição. Exclusão: pacientes que realizaram transplante em outra instituição e pacientes menores de 18 anos. O primeiro contato com os participantes foi no ambulatório para atendimento de rotina da equipe, apresentando os objetivos do estudo. Foi entregue o TCLE para ser assinado para aqueles que aceitaram participar da pesquisa. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. Após a transcrição das entrevistas essas foram validadas pelos sujeitos. O material transcrito foi submetido à análise de conteúdo, em sua modalidade temática, que engloba o desenvolvimento de três etapas: pré-análise a partir da leitura flutuante e constituição do corpus; exploração do material com codificação, a partir do recorte do texto nas unidades de registro; e tratamento dos resultados obtidos e interpretação, trabalhando-se com significados emergentes dos dados(6).

Resultados

as entrevistas ainda estão sendo realizadas. Até o momento participaram do estudo cinco pacientes, sendo uma mulher e cinco homens. Quatro deles já haviam realizado o THx há mais de seis meses, um deles há dois meses e outro paciente realizou a 15 dias. Todas as entrevistas foram realizadas no ambulatório de transplante, em um ambiente privativo. A média de duração das entrevistas foi de 45 minutos. Após análise das entrevistas emergiram duas categorias. Por meio da categoria sobrecarga de atividades e informações ao paciente transplantado foi possível compreender que o paciente está impactado pela cirurgia, com dores frequentes, uso de dispositivos invasivos e diante de tal situação enfrenta a sobrecarga de informações e atividades, as quais são impostas pela equipe de saúde para continuidade do tratamento. Os pacientes referem não ter tempo para descansar e recuperar-se, e relacionam com a rotina da equipe na realização dos cuidados. Um dos pacientes reforçou que somente em um dia foi realizado punção venosa oito vezes, entre coleta de sangue para laboratório e punções para medicações. Outro participante relatou que a equipe começa a entrar no quarto às cinco da manhã. E depois da meia noite continuam entrando em horários mais intercalados, mas chegam fazendo barulho, acendendo a luz, o que impossibilita o descanso. Tudo isso acaba estressando o paciente. A segunda categoria adaptação a nova vida de transplantado representa o momento que o paciente recebe alta hospitalar e necessita iniciar uma nova realidade imposta pelo THx. Durante as falas dos pacientes compreende-se que mesmo após todas as orientações recebidas da equipe de saúde durante a hospitalização, a chegada ao domicilio é tumultuada. Ao retornar ao domicílio o paciente se vê frente à necessidade de realizar várias mudanças em sua rotina, desde a alimentação diferenciada quanto à quantidade de açúcar, sal, consumo somente de alimentos cozidos nos primeiros seis meses. Junto a isso, enfrenta a limitação de contato com outras pessoas, bem como o uso de inúmeros medicamentos que devem ser utilizados em horários pré-agendados. Todos os pacientes apontaram que os primeiros meses são bastante tumultuados em casa, necessitando praticamente durante o dia todo de ter alguém por perto ajudando, para auxiliar nos controles glicêmicos e atividades em casa, conforme relato:“Tem momentos que a gente fica muito inseguro não sabe se o valor da glicemia está certo, se está muito alto como faço para corrigir. Enfim, alguns momentos são tensos (E4)”.

Considerações Finais

por meio das informações obtidas junto aos pacientes que realizaram o transplante hepático foi possível compreender que a situação de saúde deles no pós-operatório é bastante sobrecarregada de atividades tanto no hospital como no domicilio. Essa realidade mostra a importância e a necessidade de criar novas estratégias de adaptação do paciente e família na tentativa de amenizar o estresse vivenciado por eles antes de realizar o transplante.

Palavras Chave

Enfermagem. Transplante hepático. Qualidade de vida. Adesão ao tratamento

Area

Outros

Instituciones

UFSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Neide da Silva Knihs, Aline Lima Pestana Magalhães, Marisa da Silva Martins, Laisa Fischer, Fernanda Lunardi, Sibele Schuantes