Datos del trabajo

Título

COLETA DE SANGUE ARTERIAL PARA GASOMETRIA: VIVENCIA DE ENFERMEIROS DE TERAPIA INTENSIVA E EMERGENCIA

Introdução

Os processos de análise e monitorização da gasometria arterial (GA) são essenciais no diagnóstico e na gestão do estado de oxigenação e do equilíbrio ácido-base dos pacientes de alto risco, bem como no tratamento a pacientes críticos. Para a análise segura dos dados gasométricos, faz-se necessária uma amostra do sangue arterial também segura. A punção arterial para fins de GA é um procedimento realizado por enfermeiros e demanda competência técnica e científica para sua execução. Sendo assim, é necessário estar dotado de conhecimentos, capacidades e habilidades para garantir rigor técnico e científico na execução. Segundo um estudo realizado durante o procedimento da coleta de sangue arterial em recém-nascidos, observou-se que, em 73% dos recém-nascidos que necessitaram de gasometria arterial, a punção foi realizada com êxito em uma única tentativa. Porém, sete deles necessitaram de duas a quatro tentativas, demonstrando, assim, a importância da habilidade técnica do enfermeiro. (Pinheiro et al, 2015). Diante da importância da coleta e do armazenamento adequado do sangue arterial para o diagnóstico dos distúrbios do equilíbrio ácido-base e para a segurança do paciente questiona-se qual a prática utilizada pelos enfermeiros?

Objetivos

Conhecer quais os procedimentos adotados pelos enfermeiros da emergência e da terapia intensiva para a coleta de sangue arterial para gasometria.

Método

Trata-se de um estudo descritivo com análise qualitativa dos dados, realizado nas unidades de Emergência Geral e de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes adultos de um hospital geral de Florianópolis/SC. A escolha dessas unidades se deu por conta da frequente realização do exame gasométrico, devido às condições clínicas dos pacientes. O estudo teve parecer favorável do Comitê de Ética da instituição, parecer nº 1.828.086. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram coletados em dezembro de 2016 e janeiro de 2017, por meio de entrevista semiestrutura. Os enfermeiros foram questionados acerca dos procedimentos adotados para a realização da gasometria arterial. As entrevistas foram individuais e, para garantir a fidedignidade das informações, foram registradas em áudio. Tiveram duração média de 20 minutos e foram realizadas no local de trabalho, em ambiente privativo. Posteriormente, foram transcritas na íntegra pelo pesquisador. Do total de 26 enfermeiros considerados elegíveis, 12 se dispuseram a participar do estudo. A técnica da análise de conteúdo utilizada nesta pesquisa aconteceu após a transcrição na íntegra das entrevistas e a leitura cuidadosa para a extração do conteúdo relacionado ao objeto do estudo. Os depoimentos transcritos permitiram a seleção das questões mais significativas, que foram agrupadas em categorias.

Resultados

Dos 12 enfermeiros que participaram do estudo, seis atuavam na unidade de emergência adulta e seis na unidade de terapia intensiva. Quanto às características dos profissionais, 11 são do sexo feminino e um do sexo masculino. No que se refere ao maior grau de formação profissional, cinco possuem especialização, seis, mestrado em enfermagem, e um, doutorado em enfermagem. O tempo de atuação em terapia intensiva foi de três a oito anos (média de cinco anos e meio) e na unidade de emergência, de um a sete anos (média de quatro anos). Com o tratamento e a análise dos dados, emergiram as seguintes categorias: preparo do paciente; preparo do material; artéria de escolha; técnica da coleta; procedimento pós-coleta.

Considerações Finais

Este estudo identificou quais os procedimentos adotados pelos enfermeiros em relação à coleta de sangue arterial para gasometria. Foi possível perceber através dele que, na sua maioria, os participantes entrevistados têm conhecimento sobre o procedimento técnico da coleta de sangue arterial e sobre os cuidados após a punção. Foi notória a preocupação com alguns cuidados por parte dos participantes, como: a importância de explicar o procedimento ao paciente a fim de estabelecer uma relação de confiança; o preparo do material a ser utilizado; além de a artéria de escolha, radial, ser a principal artéria evidenciada pelos participantes, corroborando com achados na literatura. Foi relatada também pelos participantes a compressão do local da punção após a coleta como um dos cuidados mais importantes. Por outro lado, os resultados apontaram que os enfermeiros têm conhecimento da importância de alguns cuidados, porém, não os realizam. Exemplo disto é o teste de Allen, exame consagrado que avalia o fluxo arterial através dos arcos palmares da mão, tendo sua importância comprovada quando puncionada a artéria radial, a fim de evitar complicações. Este estudo também possibilitou perceber que alguns cuidados foram citados por uma minoria dos participantes. São eles: verificação dos parâmetros de ventilação antes da punção, inserção da agulha no ângulo de 45º nas punções em artérias radiais, homogeneização da amostra após a coleta e retirar o ar residual da seringa. Sendo assim, faz-se necessário que os enfermeiros busquem o aprofundamento técnico-científico acerca da punção arterial para gasometria, pois se trata de um procedimento que exige rigor para atender a sua finalidade e segurança do paciente. Este estudo poderá contribuir para a reflexão e melhoria dos procedimentos adotados pelos enfermeiros acerca da gasometria arterial, qualquer que seja o local da prática assistencial, e poderá subsidiar futuros estudos para ampliar a produção científica acerca do tema. Sugere-se que as instituições padronizem a coleta de sangue arterial para gasometria com a elaboração de instrumentos como Bundles, Procedimento Operacional Padrão e Protocolos.

Palavras Chave

Gasometria, Gasometria Arterial, Análise de Gases do Sangue Arterial.

Area

Processo de trabalho e profissionalização