Datos del trabajo


Título

DESAFIOS NO DIAGNOSTICO NA PERSPECTIVA DA PESSOA COM HANSENIASE

Introdução

Dados epidemiológicos revelam que a Hanseníase representa um sério problema de saúde pública no Brasil pela sua magnitude e seu poder incapacitante. Em 2015, de acordo com as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, foram diagnosticados 28.761 novos casos. Os indivíduos portadores dessa patologia e não diagnosticados precocemente, são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão e susceptíveis ao desenvolvimento de incapacidades e deformidades físicas. O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da anamnese e do exame dermatoneurológico. A Atenção Básica, configura-se como porta de entrada preferencial dos usuários no Sistema Único de Saúde, por meio dos profissionais que contemplam a Estratégia Saúde da Família, comumente, institui o primeiro contato com indivíduo com hanseníase, e assim, é responsável pela identificação, diagnóstico, tratamento e acompanhamento contínuo. Destarte, precisam realizar o diagnóstico precoce, baseado essencialmente na história epidemiológica e manifestações clínicas, que deve ser referenciado para obtenção de diagnóstico somente os casos suspeitos de comprometimento neural sem lesão cutânea. No entanto, os indivíduos com hanseníase ainda possuem dificuldades para obtenção do diagnóstico, por preconceito e estigma social da doença e/ou desconhecimento dos sinais clínicos. Tais atitudes podem contribuir para não procura pelo atendimento nos serviços de saúde, soma-se à esses fatores, o desconhecimento dos profissionais sobre a hanseníase, o diagnóstico e tratamento imediato. Vale frisar, que o Brasil está em consonância com as recomendações da Estratégia Global para Hanseníase 2016-2020 da Organização Mundial de Saúde, que tem como principal escopo reduzir a carga da doença. Está pautada em três pilares: o fortalecimento do controle da doença; parcerias governamentais; combate da hanseníase e suas complicações, e o enfrentamento da discriminação com vistas a inclusão social. Esses pilares abrangem a detecção precoce de casos, o tratamento imediato e o desenvolvimento de pesquisas básicas e o enfrentamento do estigma, fomentando a mobilização e sensibilização da população.

Objetivos

Discutir os desafios enfrentados pelos indivíduos acometidos pela hanseníase durante a obtenção do diagnóstico

Método

Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. Compôs a população do estudo 13 pessoas acometidas pela doença e em tratamento, acompanhadas pelos profissionais das Unidades de Saúde da Família no estado da Paraíba, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com roteiro semiestruturado. A análise dos dados se deu por meio da técnica de análise de conteúdo, na modalidade de análise temática proposta por Bardin. As etapas contemplaram: pré-análise; exploração do material; tratamento dos resultados obtidos e interpretação dos dados. Antecedeu-se à essas etapas, a submissão do projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande no estado da Paraíba, sendo aprovado sob o número de protocolo 1.919.634.

Resultados

Após análise dos dados, emergiram três categorias temáticas: encaminhamento para a referência; erro no diagnóstico; dúvidas no diagnóstico. Evidenciou-se que dentro das dificuldades encontradas pelos indivíduos na obtenção do diagnóstico da hanseníase está a não realização da anamnese e o exame físico de forma efetiva e o não encaminhamento para a referência, nos casos identificados como suspeita diagnóstica. Vale ressaltar que o exame clínico durante a anamnese e exame físico são primordiais para o diagnóstico precoce e resolutividade da problemática da hanseníase. O diagnóstico realizado de forma errônea constitui uma dificuldade para o tratamento da doença e está associado à identificação do profissional de saúde, que por falta de capacitação, não identifica de forma adequada as manifestações clínicas da doença, em decorrência da não realização do exame dermatoneurológico. Sob este aspecto, faz-se necessário que os profissionais de saúde estejam qualificados para o cuidado em hanseníase por meio de educação permanente, de modo que se encontrem preparados para a primeira abordagem do paciente com mais comprometimento no reconhecimento de manifestações clínicas e na importância da realização do exame dermatoneurológico, permitindo assim o diagnóstico precoce. Soma-se a esses fatores, a demora para obtenção diagnóstica que ocorre em um período superior a seis meses, o que configura o diagnóstico tardio. Ademais, há um desconhecimento dos sinais clínicos da doença por parte da população, levando ao indivíduo considerar que é uma doença dermatológica simples, o que favorece a manutenção endêmica e incapacidades físicas.

Considerações Finais

As dificuldades encontradas pelos indivíduos atendidos nos serviços de Atenção Básica estão associadas a baixa resolutividade do serviço no que concerne à identificação, acompanhamento e orientações aos indivíduos que procuram o serviço de saúde. Além disso, destacou-se a não confirmação diagnóstica pelas unidades de saúde aos indivíduos submetidos ao atendimento inicial. Tal situação induz aos usuários a procura por atendimento médico especializado e consequentemente à um tempo superior a seis meses para elucidação diagnóstica e início do tratamento indicado. Diante disso, torna-se imprescindível que os profissionais de saúde, sobretudo, da Estratégia Saúde da família estejam atentos para sua qualificação profissional, com vistas a trabalhar ativamente o diagnóstico oportuno e a prevenção de agravos futuros. Ademais, compreende-se a necessidade de melhoria no atendimento oferecido a pessoa acometida pela hanseníase nas Unidades de Saúde da Família em relação ao diagnóstico precoce e uma assistência mais descentralizada e qualificada, diminuindo a transmissão da patologia e as chances de incapacidades, além do enfrentamento do estigma social da doença.

Palavras Chave

Hanseníase. Diagnóstico. Estratégia Saúde da Família.

Area

Outros

Instituciones

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Tássia Regine de Morais Alves, Idalina Sena Pessoa, Rayrla Cristina Abreu Temoteo, Jovanka Bittencourt Leite de Carvalho, Thais Rosental Gabriel Lopes, Glauber Weder dos Santos, Sylvia Silva de Oliveira