Datos del trabajo


Título

CRITERIOS DE ADMISSAO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Introdução

A Unidade de Terapia Intensiva é um setor hospitalar indicado para prestar assistência aos pacientes com doenças agudizadas que podem ser reversíveis ou recuperáveis, e assim, é considerado como um ambiente de alta complexidade devido à mesma ofertar assistência especializada por meio de recursos tecnológicos. Portanto, a carência de leitos especializados nesses cuidados, a escassez de recursos tecnológicos e profissionais, diante da grande demanda de pacientes é uma das principais causas limitadoras para as admissões nesses setores. Neste sentido, torna-se necessário e de suma importância padronizar e avaliar os critérios para admitir o paciente na UTI. Neste interim, cabe ao enfermeiro ponderar e analisar as necessidades de cada paciente de maneira integrada e contínua, concomitantemente com a equipe de saúde, visando que este processo admissional seja realizado de forma adequada e que possa atender as particularidades de cada paciente holisticamente.

Objetivos

O objetivo deste estudo é relatar a experiência vivenciada relacionada aos critérios de admissão de pacientes em uma Unidade de Terapia Intensiva, na Atenção terciária em saúde em um hospital universitário da região metropolitana do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Método

Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciada por enfermeiros no ano de 2017 durante uma semana na unidade de terapia intensiva adulto, onde este possui assistência de media média e alta complexidade, com 20 leitos sendo 10 leitos para pacientes com comprometimento cardiológicos e cirúrgicos, e o restante para pacientes acometidos com moléstias clínicas.

Resultados

Diante da vivência percebeu-se que os pacientes são admitidos na unidade de terapia intensiva adulta devido à instabilidade do quadro clínico e cirúrgico, onde os pacientes que necessitam de cuidados específicos da equipe de saúde e de monitorização frequente, apresentam maiores critérios para a admissão. No entanto, essa admissão está atrelada a uma lista de espera, onde na maioria das vezes, a liberação de um leito pode ou não ser para beneficiar aquele que se encontra mais instável na lista de espera. A questão de identificar quem realmente precisa de suporte avançado em uma unidade de terapia intensiva, diante de uma lista de espera é ainda mais complexa. Com relação à admissão, diversos modelos já existentes devem ser considerados, como de diagnóstico, de parâmetros objetivos, e o modelo de priorização. Contudo, percebe-se que o modelo adotado pela instituição é de priorização do internamento na UTI adulto, pois os pacientes foram selecionados segundo suas necessidades. A primeira prioridade está relacionada com o quadro clínico do paciente, pois a gravidade e a instabilidade demandam cuidados de terapia intensiva e monitoração contínua que não podem ser providas fora de ambiente de UTI. Assim, o risco de óbito torna-se um critério de seleção mesmo sendo o primeiro paciente da lista de espera. A segunda prioridade está relacionada com a necessidade de monitoração contínua em virtude de possíveis instabilidades, que demandem intervenção imediata. Mais precisamente, são pacientes com doenças classificadas como graves e potencialmente fatais. A terceira prioridade aborda os pacientes críticos, mas que tem possibilidade reduzida de sobrevida pela doença de base ou natureza da sua doença aguda. Assim, pacientes considerados terminais são excluídos desta prioridade. A última prioridade é relacionada com casos que podem ser resolvidos nas unidades intermediárias ou que não demandem de intervenções imediatas. Contudo, observou-se a partir da vivência que alguns pacientes considerados prioridade 4, são admitidos na UTI adulto por segurança e solicitação médica. Um dos casos vivenciados foi de um paciente em fase terminal, onde o mesmo necessitava apenas de cuidados paliativos, como a proporção de alívio da dor, conforto e descanso. A questão de como alocar o paciente na UTI também não é fácil de responder e depende de muitos fatores, que variam entre as diferentes instituições e incluem a disponibilidade de profissionais, além de outras considerações. Essa afirmativa foi vivenciada pela influência do profissional enfermeiro na avaliação e execução no processo de seleção dos possíveis pacientes a serem recepcionados na UTI, onde precisa dimensionar o pessoal, atentar-se a disponibilidade de materiais e equipamentos que por vezes, pode estar indisponível, e impossibilita receber o paciente. Deste modo, conclui-se que o julgamento técnico-científico acerca da seleção e recusa de vagas para admissão de pacientes na UTI é, além de complexa, muito desafiadora para qualquer profissional do setor. Mais precisamente, a decisão de admitir para a UTI é uma complexa prática diária, que pode ser muito pesada em tempos de demanda elevada. Além disso, essa vivência demonstrou que nem tudo que a literatura preconiza pode ser utilizado na prática clínica, pois independentemente das orientações e dos critérios de admissão, os profissionais devem levar em conta as políticas locais do hospital.

Considerações Finais

Espera-se que a vivência deste estudo sobre os critérios de admissão de pacientes na UTI, possa influenciar outros profissionais a buscar estratégias ou métodos que possa contribuir de maneira significativa para o entendimento e esclarecimento sobre as particularidades referentes a estes critérios.

Palavras Chave

Terapia intensiva, admissão do paciente, enfermagem

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Autores

Letice Dalla Lana, Carla Chaves Pereira