Datos del trabajo


Título

MIGRAÇAO FORÇADA E ALIMENTAÇAO DE MULHERES REFUGIADAS: REVISAO INTEGRATIVA

Introdução

Os conflitos internacionais e decorrentes crises humanitárias obrigam as populações a migração forçada internacional. A América figura como uma possibilidade de acolhida com proteção, para aqueles que perderam seus lares e direitos 1,2. A crise dos refugiados na Europa e Venezuela desencadeou a busca por novos países e nesse cenário surgem as questões de Segurança Alimentar e Nutricional 3,4.

Objetivos

O objetivo deste estudo é analisar as consequências da migração forçada sobre a alimentação e nutrição de mulheres refugiadas, na literatura científica, entre 2013 a 2018.

Método

Revisão Integrativa da literatura, método amplo de pesquisa de revisão, que inclui pesquisas experimentais e não experimentais, combinando dados da literatura empírica e teórica. Segundo Galvão e colaboradores (2004), “um recurso importante da prática baseada em evidência” 5.
Para conduzir a revisão integrativa, formulou-se as seguintes questões: “Quais as consequências da migração forçada sobre a alimentação de mulheres refugiadas?” e “Quais as consequências da migração forçada sobre o estado nutricional de mulheres refugiadas?”
Para a busca e seleção de artigos foram utilizadas as bases de dados: biblioteca virtual Scientific Eletronic Library online (SciELO), Pubmed Central (PMC) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Foram pesquisadas, também, referências originais presentes nos artigos identificados no levantamento realizado em Abril de 2018.
Para o rastreamento das palavras chaves de acordo com a base, “DECs”, “Mesh” e “Títulos” respectivamente, os seguintes descritores foram utilizados: “migração humana”, “refugiados”, “alimentação” e “mulheres”; e seus respectivos em língua inglesa. A fim de combinar os descritores, nas diferentes estratégias de busca, foram utilizados os operadores booleanos OR e AND.
Os critérios de inclusão estabelecidos para a presente revisão foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponibilizados nas bases de dados, na íntegra, no período compreendido entre 2013 e 2018. A temática principal pauta-se na alimentação e nutrição de mulheres refugiadas. Os critérios de exclusão estabelecidos foram: teses, dissertações, monografias, editoriais, manuais, livros, capítulos de livros, ou artigos que não tivesse disponibilização total do conteúdo.

Resultados

Todos os estudos encontrados abordaram as mulheres refugiadas e novos aspectos da alimentação e nutrição.

Aculturação
Dois estudos evidenciaram as consequências do contato com novas culturas sobre a alimentação 6,7. O Estudo de Arroyo-Izaga, Muñoz e Demon (2016) comparou o perfil de alimentação antes e após estabelecimento de refugiadas Saarianas na Espanha, e demonstrou que antes da migração, a alimentação destas era rica em carboidratos porém com baixo consumo calórico, fibras e ácidos graxos monoinsaturados e a maioria das micronutrientes. Após a migração o aporte de macronutrientes se equilibrou, mas se manteve baixo o consumo de gorduras mono e polinsaturadas e fibras. Os autores evidenciaram que quanto aos grupos alimentares, os participantes passaram a consumir quantidades superiores as recomendações de: doces, cereais, azeite de oliva, alimentos proteicos, e também realizaram menor consumo de frutas e verduras que o recomendado, concluindo que os hábitos alimentares das refugiadas Saarianas não se adequou a dieta Mediterrânea, possívelmente devido: a falta de conhecimento, a publicidade e a influência da alimentação ocidental 6. Uma revisão sistemática sobre refugiados acentados nos Estados Unidos aponta as dificuldades de mães refugiadas em adaptação e compreensão ao novo ambiente alimentar, o desconforto e a falta de familiaridade com ingredientes em comidas embaladas, e aponta que a ingestão de frutas, verduras e legumes varia com o status socioeconômico, a insegurança alimentar, o passado de privação alimentar, tempo vivendo nos Estados Unidos, região de origem, e idade 7.

Crenças sobre Alimentação Materna e amamentação
Três estudos evidenciaram o papel da mulher lactente no refúgio em virtude do tempo de estabelecimento no país anfitrião 8,9,10. O estudo de Tyle, Kirby e Rogers (2014) demonstrou que refugiadas Sudanesas em Queensland-Austrália, amamentavam exclusivamente por menos tempo, em comparação ao hábito em seus países de origem. A crença de que a alimentação materna no país anfitrião não favorecia a produção de leite materno e a facilidade de acesso a fórmulas infantis associado a necessidade de se sentir inclusa no novo estilo de vida foram apontados como possíveis causas 8. Já no Estudo de Hufton e Raven (2016), refugiadas em Liverpool e Manchester - Inglaterra, possuíam extenso conhecimento sobre os benefícios do aleitamento materno exclusivo, porém menos da metade amamentou exclusivamente seus filhos das refugiadas HIV-negativas, constatando que na prática o conhecimento não foi aplicado a realidade 9. Já o Estudo de Woldeghebriel e colaboradores (2017) sobre refugiadas liberianas vivendo em Gana (África) por no mínimo oito anos foram propensas ao aleitamento materno exclusivo quando comparadas as ganenses, sugerindo que este fato se devia ao suporte educacional oferecido só as refugiadas liberianas 10.

A Saúde Nutricional durante o refúgio
Dois estudos pautaram-se em avaliar o estado nutricional de mulheres refugadas 11,12. O primeiro estudo, avaliou a suplementação de micronutrientes, em gestantes refugiadas que viviam em campos de refugiados na Thailandia. Este demonstrou que a fortificação de alimentos é uma estratégia que contribui pra melhoria dos estados de anemia, porém sugere que a suplementação alimentar associada a criação de animais e a produção de hortas é capaz de reduzir a prevelencia de deficiência de micronutrientes em gestantes refugiadas 11. O Estudo de Hossaim e colaboradores (2016) analisarou a saúde e nutrição de mulheres sírias refugiadas resindindo no Iraque, na Jordânia e no Líbano, e concluíram a baixa prevalência de desnutrição aguda - menos de 1,1% em mulheres e crianças - apesar da prevalência de anemias leve e moderada 12.

Considerações Finais

Na migração forçada, as novas culturas alimentares possuem impactos ora positivos e ora negativo sobre a disposição de alimentos pra família, na saúde nutricional e nas práticas do aleitamento materno.

Palavras Chave

migração humana; refugiados, mulheres, alimentação

Area

Saúde e populações vulneráveis

Autores

Juliana Vidal Vieira Guerra, Valdecyr Herdy Alves, Marcia dos Santos Vieira