Datos del trabajo


Título

CONTATO PELE A PELE COMO FORMA DE INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO: UM ESTUDO QUALITATIVO

Introdução

O leite materno é definido pela Organização Mundial da Saúde como o alimento ideal para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis dos bebês. Recomenda-se que as crianças sejam amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses de vida, com o objetivo de atingir níveis de crescimento, desenvolvimento e de saúde adequados1. Além disso, é uma das maneiras mais eficientes de atender os aspectos nutricionais e imunológicos da criança em seu primeiro ano de vida, sendo uma prática natural e eficaz, que favorece o vinculo mãe-filho quando o ato de amamentar é bem vivenciado pelas mães2. Um das boas práticas que estimula o aleitamento materno é o contato pele a pele entre mãe–bebê, a qual deve iniciar imediatamente após o nascimento, ser contínuo, prolongado e estabelecido entre toda a mãe e filho que tenham condições de saúde logo após o nascimento. Esse contato acalma o bebê e a mãe que entraram em sintonia única; auxilia na estabilização sanguínea, nos batimentos cardíacos e respiração da criança; diminui o estresse do recém-nascido, o reduz a perda de energia; e mantém o bebê aquecido pela transmissão de calor da mãe3. Embora os avanços sejam inegáveis, indicadores relacionados ao aleitamento materno estão longe do ideal, sendo necessário investir em estratégias de incentivo à amamentação para que atinjam patamares mais elevados4. Nesse sentido, torna-se pertinente discutir juntamente às mulheres suas percepções e expectativas sobre as boas práticas de incentivo ao aleitamento materno como o contato pele a pele. Desse modo, tem a seguinte questão de pesquisa: ‘como as mulheres percebem o contato pele a pele nas primeiras horas de vida para o incentivo do Aleitamento Materno Exclusivo?

Objetivos

Conhecer as percepções das mulheres em puerpério imediato sobre o contato pele a pele entre mãe-bebê nas primeiras horas de vida, como incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo.

Método

Estudo exploratório descritivo, delineado segunda uma abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada no período dezembro de 2015 a junho de 2016 em um hospital de grande porte localizado na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Participaram do estudo mulheres em puerpério imediato, as quais fizeram parte de uma amostra intencional de dez mulheres. Como critérios de inclusão, foram definidos: estar no período do puerpério imediato; estar em condições físicas e psíquicas de responder aos questionamentos. A técnica escolhida para a coleta dos dados foi um questionário com as seguintes perguntas: você considera que o contato com o bebê, logo após o parto, pode contribuir para o Aleitamento Materno Exclusivo? Por quê? Você recebeu algum tipo de orientação sobre amento Materno Exclusivo nas primeiras horas de vida do seu bebê? De quem? Como você se sentiu amamentando na 1° hora de vida do RN? E quais as suas principais dúvidas em relação à amamentação? Após, os dados foram analisados segundo a Análise de Conteúdo Temática proposta por Bardin5. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram observados os aspectos éticos, conforme Resolução nº. 466/12. A coleta dos dados foi realizada após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética Da Universidade Franciscana, sob o número 1.317.055/2015.

Resultados

As participantes caracterizaram-se por serem mulheres adultas jovens, entre 27 e 42 anos de idades. Quanto ao número de gestações, quatro eram primigestas, duas secundigestas, três tercigestas e uma multípara. A análise dos dados permitiu a construção de duas categorias temáticas: Primeiro contato e sua repercussão no vínculo mãe e bebê e Educação em Saúde para o Aleitamento Materno. Na primeira categoria, são apresentadas as principais percepções das puérperas em relação ao primeiro contato pele à pele entre a mãe e a criança. Algumas puérperas enfatizaram, em suas falas, que o contato com a criança nos primeiros momentos que se seguem ao parto pode contribuir para o aleitamento materno, uma vez que favorece essa prática por parte da mãe e, ainda, estimula a sucção precoce da criança e, consequentemente, a descida do leite. A segunda categoria apresenta os resultados relacionados à perspectiva educativa em saúde no contexto do aleitamento materno nas primeiras horas de vida da criança. As participantes, sob esse aspecto, responderam que os primeiros momentos entre mãe e bebê parecem exercer grande influência na amamentação e que foram fundamentais o apoio e as orientações da equipe de enfermagem da maternidade e do centro obstétrico neste período. Nesse sentido, o Ministério da Saúde preconiza iniciar a amamentação imediatamente após o parto, dando preferência à primeira hora de vida, pois é o momento que o recém-nascido está mais em alerta. Além disso, o contato precoce da mãe com o recém-nascido aumenta a duração e a probabilidade de sucesso do aleitamento materno1. Os dados do estudo, também foram ao encontro dessas orientações, as quais estão previstas na Portaria nº 371 de 2014, que institui diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde6.

Considerações Finais

O estudo permitiu identificar que a maioria das puérperas considerou que o contato com o bebê logo após o parto, influencia de forma determinante no vínculo, afeto, aconchego, tranquilidade e sentimentos de segurança. O incentivo ao primeiro contato mãe e bebê nas primeiras horas do nascimento também se configura como uma ação importante para a humanização do cuidado no contexto da enfermagem obstétrica.

REFERÊNCIAS
1. Diehl JP, Anton MC. Fatores emocionais associados ao aleitamento materno exclusivo e sua interrupção precoce: um estudo qualitativo. Aletheia, 34:47-60, abr. 2011.

2. Carvalho MKJ, Carvalho GC, Magalhães SR. A importância da assistência de enfermagem no aleitamento materno. e-Scientia,4(2):11-20, dez. 2011.

3. Matos TA, Souza MS, Santos EKA, Velho MB, Seibert ERC, Martins NM. Contato precoce pele a pele entre mãe e filho :significado para as mães e contribuições para a enfermagem. Rev.bras.enferm, 63(6):998-1004, nov./dec. 2010.

4. Venâncio SI, Escuder ML, Saldiva SRDM, Giugliani ERJ. A prática do aleitamento materno nas capitais brasileiras e Distritos Federal: situação atual e avanços. J Pediatr., 86:317-24, jul./ago., 2010.

5. Bardin L. Análise de Conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa, Edições 70, 2010.

6. Brasil. Portaria 371 de 07 de maio de 2014. Institui diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido (RN) no Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2014.

Palavras Chave

Aleitamento materno. Saúde materno infantil. promoção da saúde.

Area

Saúde da Mulher

Instituciones

UNIVERSIDADE FRANCISCANA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Marciane Marques , Regina Gema Santini Costenaro , Bibiana Sales Antunes, Cláudia Zamberlan , Juliana Silveira Colomé