Datos del trabajo


Título

CUIDADO AS PESSOAS QUE VIVEM EM SITUAÇAO DE RUA: REFLEXAO COM BASE NA TEORIA DE OREM

Introdução

O autocuidado é o desempenho ou a prática de atividades que os indivíduos realizam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem-estar. As pessoas que vivem em situação de rua tem dificuldade de acesso aos serviços de saúde, e dessa forma deixam de receber cuidado essencial para a prevenção de agravos e promoção da saúde. Na Teoria do déficit de autocuidado proposta por Dorothea Orem, quando a pessoa é incapaz de realizar o autocuidado, uma assistência adequada deve ser proporcionada pelo enfermeiro (CUNHA; CARDOSO; OLIVEIRA, 2005).

Objetivos

Refletir sobre a aplicação da Teoria de Enfermagem do Autocuidado no atendimento a pessoas em situação de rua tendo com base na literatura.

Desenvolvimento

O interesse pela temática surgiu a partir da realização do macroprojeto de pesquisa em Enfermagem/UFPI, intitulado: “Promoção da Saúde e estratégias para o enfrentamento da violência, do HIV e DST/Aids com pessoas que vivem em situação de rua” desenvolvido em uma capital do nordeste brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória fundamentada na Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem. Com base nisso, foi levantada uma reflexão na literatura para embasar e subsidiar o atendimento a essa população. As Pessoas em Situação de Rua (PSR) assim definido pelo decreto de nº 7.053 de 2009 são primeiramente destituídas dos direitos básicos e fundamentais assegurados constitucionalmente como o direito à saúde, moradia, alimentação, trabalho, educação. As PSR são vítimas cotidianas do preconceito social, da violência e da discriminação de diferentes naturezas: de origem, raça ou cor, idade, gênero, orientação sexual e religiosa (BARATA et al., 2015). Nesse contexto, as condições precárias acompanhadas das perdas pessoais repercutem na capacidade desses indivíduos de cuidar de si, pois, de acordo com a Teórica de Dorothea Orem, as ações de autocuidado são afetadas por fatores condicionantes básicos, são eles: idade, sexo, orientação sociocultural, sistemas de atendimento à saúde, sistema familiar, padrões de vida e recursos e fatores ambientais. Dessa forma, as PSR acabam por desenvolver déficit no autocuidado afetando de maneira negativa a saúde física e mental, visto que, muitas vezes se engajam em comportamentos de risco, entre esses: o envolvimento com álcool e outras drogas; maior vulnerabilidade às doenças crônicas, psiquiátricas e infectocontagiosas como: afecções de pele, infestações por piolhos, tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) (GATTIS; LARSON, 2016). Associado a esse cenário existe uma lacuna assistencial voltada para esse fenômeno que ao longo do tempo sempre foi atribuída aos departamentos de justiça, segurança pública e instituições religiosas. Sabe-se que a Teoria de Enfermagem do déficit de autocuidado consiste em três teorias inter-relacionadas: a teoria do autocuidado, a teoria do déficit do autocuidado e a teoria dos sistemas de Enfermagem (CUNHA; CARDOSO; OLIVEIRA, 2005). Durante o atendimento a pessoas em situação de rua, o Enfermeiro deve conhecer o contexto social em que essa pessoa vive, como vive e interage com outras pessoas também em situação de rua e suas características e necessidades individuais. Assim, na teoria do autocuidado no atendimento a PSR destaca-se a teoria dos sistemas de Enfermagem que está baseada nas necessidades e capacidade do paciente para a execução de atividades de autocuidado, sendo assim, vale lembrar os três passos do processo de Enfermagem proposto por Orem, o 1º passo consiste no diagnóstico e prescrição (determina as necessidades do indivíduo); no 2º passo o enfermeiro cria um sistema que seja totalmente compensatório, parcialmente compensatório ou de apoio-educação para o atendimento; e o 3º passo é a execução do sistema criado, de modo a alcançar os resultados identificados (CUNHA; CARDOSO; OLIVEIRA, 2005). Com base nisso, o profissional Enfermeiro faz uso do sistema de Enfermagem apoio-educação quando indivíduo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar medidas de autocuidado terapêutico, esse sistema acontece quando o Enfermeiro orienta as PSR quanto as medidas preventivas para doenças sexualmente transmissíveis, promovendo indivíduos capazes de se auto cuidar, prevenindo doenças e agravos (ANTUNES; ROSA; BRÊTAS, 2016). Vale salientar que outros sistemas de Enfermagem da teoria podem, devem e são utilizados quando necessário, como o sistema de Enfermagem parcialmente compensatório utilizado, por exemplo, quando ocorre a detecção de infecções e o encaminhamento de pacientes ao serviço especializado. Neste caso, através de sua ação, o Enfermeiro efetiva algumas medidas de autocuidado pelo paciente, compensa suas limitações de autocuidado atendendo o paciente conforme o exigido, e o paciente age realizando algumas medidas de autocuidado que regulam suas atividades, aceita atendimento e auxílio do enfermeiro.

Considerações Finais

Os princípios da Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem mostraram-se adequadas para embasar as dimensões biopsicossociais e culturais e articular as relações entre o conhecimento acerca do autocuidado e as repercussões da educação em saúde na melhora da qualidade de vida de pessoas que vivem em situação de rua. A Teoria de Enfermagem do Autocuidado ao fundamentar a assistência realizada no atendimento a pessoas em situação de rua, promove indivíduos capazes de cuidar de si, contribuindo para a prevenção de doenças e agravos à saúde. Acredita-se que o estudo auxiliará a preencher uma lacuna na produção do conhecimento acerca da temática de investigação, embora novas pesquisas ainda sejam necessárias.

Palavras Chave

Pessoas em situação de rua; Autocuidado; Enfermagem

Area

Saúde e populações vulneráveis

Autores

VANESSA MOURA CARVALHO OLIVEIRA, ROMULO VELOSO NUNES, DALILA CINARA PEREIRA SILVA, POLYANNA MARIA OLIVEIRA MARTINS, ROSILANE LIMA BRITO MAGALHÃES