Datos del trabajo


Título

BOAS PRATICAS CLINICAS DE ENFERMAGEM RELACIONADAS AO USO DE ANTICOAGULANTES INTRAVENOSOS EM UNIDADE HOSPITALAR

Introdução

Os anticoagulantes intravenosos pertencem a uma classe de medicamentos que são considerados de alto risco, sendo assim necessário muito cuidado no seu manuseio. O objetivo principal desta terapia é a diminuição da coagulação sanguínea em pacientes para tratamento de patologias cardiovasculares que apresentam alto risco de eventos tromboembólicos. Estes pacientes necessitam de cuidados de enfermagem individualizados e orientações especiais pois, esses medicamentos estão relacionados com a maioria dos eventos adversos no contexto hospitalar. Além dos efeitos colaterais, caso seja administrado com técnica ou dose incorretas, podem haver complicações tais como: hematomas, hemorragias, reações de hipersensibilidade, tremores, cefaleia entre outros. Entre as diversas complicações, a hemorragia configura o principal e o mais grave evento adverso do uso destes medicamentos. Neste contexto, os enfermeiros são primordiais no processo de evitar erros, impedir decisões inadequadas referentes aos cuidados prestados visando à realização de melhores práticas de cuidado nos serviços de saúde e por meio do planejamento das ações, da previsão e provisão de recursos necessários para assistência e da potencialização das interações entre os profissionais da equipe de saúde visando uma atuação mais articulada.

Objetivos

Identificar as boas práticas clínicas de enfermagem relacionadas a anticoagulação aos pacientes cardiovasculares em uso de anticoagulantes intravenosos em unidade hospitalar privada no Rio de Janeiro.

Método

Abordagem qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, cujo cenário foi um hospital privado situado na cidade do Rio de Janeiro referência em atendimento cardiológico. Foram coletados os registros dos prontuários de pacientes que estiveram internados no período de 2 anos retrospectivos ao segundo semestre de 2017 (2017-2 / 2017-1 / 2016-2 / 2016-1), juntamente a esta etapa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com enfermeiros, utilizando perguntas relacionadas a boas práticas de enfermagem prestadas a pacientes cardiovasculares em uso de anticoagulantes intravenosos. Foram respeitados os seguintes critérios de inclusão: em relação aos prontuários, foram os de pacientes maiores de 18 anos com patologias cardiovasculares, que fizeram uso da categoria anticoagulante heparina sódica, durante internação hospitalar. Para os enfermeiros, o mínimo de 6 meses de experiência no cenário do estudo, que prestam assistência direta ao paciente. Os critérios de exclusão foram prontuários de pacientes com tempo de internação inferior a 24 horas, enfermeiros que estivessem de férias, ou licença saúde/maternidade no período da coleta de dados, além de enfermeiros dos setores de curta permanência para realização de exames e centro cirúrgico. Após aplicação dos critérios propostos, foram selecionados dados de 15 prontuários e realizadas 27 entrevistas. A coleta ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2017. Foram coletados registros relacionados ao risco de sangramento, dados da prescrição médica e vias de administração, práticas e cuidados prestados na administração de anticoagulantes intravenosos tais como: risco de surgimento de hematomas, interações medicamentosas, possíveis intercorrências e exames laboratoriais. Os dados referentes aos registros foram organizados e analisados através do programa Excel® e das entrevistas pelo software IraMuteq®. O estudo foi aprovado, sob o número CAAE 73277317.8.0000.5238, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem e da instituição coparticipante.

Resultados

Os enfermeiros que aprazaram as medicações anticoagulantes fizeram de forma correta em 100% dos casos investigados e a equipe técnica que realizou a administração destes medicamentos realizaram e registraram dupla checagem em prontuário. Quanto aos cuidados, os enfermeiros possuem autonomia para controlarem protocolo de heparinização venosa, realizando cálculos de dosagem para início e manutenção da terapia, administra o anticoagulante em via exclusiva, utilizam catéteres venosos menos calibrosos, realizam monitoramento laboratorial, através do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPa) a cada 6 horas, para ajuste de doses, além de orientar aos pacientes e familiares quanto os principais riscos desta terapia. No que tange aos dados analisados pelo software IraMuteq® foi analisado um corpus composto por 27 textos, resultando em 1160 lemas, 1072 formas ativas e 80 suplementares, gerando 312 segmentos de textos, dos quais, 229 são analisáveis. O bloco temático analisado constituiu 39,7% de representatividade total da amostra tratando do cuidado no manejo de anticoagulantes intravenosos. Destacaram-se as palavras “ajuste” (Chi2 83), “6 horas” (Chi2 62), “medicação” (Chi2 48), “avaliar” (Chi2 45), “técnico” (Chi2 28) e “iniciar” (Chi2 23). Este estudo encontrou na fala dos enfermeiros e o que corrobora com a literatura, cuidados especiais utilizados no uso da heparina, sendo estes nos cuidados no preparo e manipulação da medicação, fazendo cálculos adequados para início da terapia, orientações a equipe técnica para atentar se ao risco de sangramentos diversos, cuidados com acessos venosos, observando sítios de inserção dos cateteres, ajustes laboratoriais pelo protocolo institucional proposto, onde os enfermeiros o controlam sem intervenções médicas (estes são comunicados de qualquer alteração feita), ajustes da dose da medicação de acordo com o protocolo fixado a cada 6 horas, comunicação aos médicos para avaliação de qualquer necessidade de interrupção do tratamento devido a sangramentos e hemorragias maiores. Os dados nos mostram que uma assistência de enfermagem segura ao paciente em uso de heparina sódica intravenosa deve ter como meta detectar sinais e sintomas precoces de sangramento; minimizar a perda sanguínea e prevenir episódios de sangramento independente da frequência do evento. Sabe-se que a terapêutica pode ter implicações prognósticas, podendo levar ao aumento da mortalidade. A heparina é administrada com dose controlada, e o ajuste da dose terapêutica exige conhecimento por parte do enfermeiro sobre dose mínima, máxima, dose tóxica, estabilidade e compatibilidade, além da capacidade de detectar os principais eventos adversos provocados por esse medicamento.

Considerações Finais

Em razão de haver poucos trabalhos abordando a temática proposta, a presente pesquisa, em caráter preliminar sinaliza a necessidade de desenvolvimento de estratégias educativas sobre a terapia anticoagulante focadas na melhoria do controle da anticoagulação no ambiente hospitalar e na prevenção de complicações decorrentes deste tratamento.

Palavras Chave

ANTICOAGULANTES; HEPARINA INTRAVENOSA; UNIDADES HOSPITALARES; CUIDADOS DE ENFERMAGEM; ENFERMAGEM.

Area

Medicamentos e Assistência Farmacêutica

Autores

Carolina Vianna Abrantes, Marluci Andrade Conceição Stipp, Laura Vargas Acauan, Duane Moisinho Ferreira