Datos del trabajo


Título

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES VIVENCIADAS

Introdução

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a adolescência como a segunda década da vida (10 a 19 anos)1. Neste período, ocorrem as primeiras mudanças inerentes a passagem da infância para a idade adulta, que impactam no biológico e psicossocial2. Assim, o cuidado de enfermagem nesta fase objetiva principalmente promover a saúde dos adolescentes, pois de acordo com a OMS, quase 35% das doenças do mundo surgem na adolescência 3.

Objetivos

Discutir as fragilidades e potencialidades que envolvem a gravidez na adolescência.

Método

Pesquisa-ação desenvolvida de julho a setembro de 2017. Participaram 31 adolescentes, com idade entre 14 a 19 anos. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevista coletivas, durante 16 encontros semanais realizados na Unidade Básica de Saúde. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo temática. Possui aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 2.196.700.

Resultados

As adolescentes consideraram que a vida mudará após o nascimento do filho, referindo-se ao significado do ser mãe. Na4 adolescência, essa fase se constitui um momento de transição, na qual ocorre a passagem da dependência para a independência em relação à família. Na literatura, entende-se que essa transição seria processual e poderia ser confirmada a partir dos marcos das histórias de vida4,5. Para as participantes, a descoberta da gravidez é um momento de sentimentos mistos de felicidade e medo, assim como a decepção e a dúvida se receberiam apoio dos seus parceiros. O aumento da incidência de gravidez entre adolescentes tem sido atribuído à falha nas políticas públicas de saúde, cujo objetivo é prevenir a gravidez não planejada e promover a educação sexual e reprodutiva6,7. Para as adolescentes deste estudo, são muitas as mudanças vivenciadas no período da maternidade, principalmente em relação às novas responsabilidades. Também ocorre, em muitos casos, o abandono escolar após o nascimento do filho. Há, ainda, falta de diálogo na família, contudo, o fenômeno da gravidez na adolescência desenvolve um processo de buscar compreender suas múltiplas formas e significados8. Assim, proporcionar espaços de diálogos com as adolescentes nas escolas, com profissionais de saúde, em especial enfermeiros, é primordial9. A promoção de encontros com os adolescentes pode agregar conhecimento e experiência para a vida dos mesmos, e os profissionais da saúde, em especial os enfermeiros, necessitam firmar esse compromisso para aprimorar estudos e práticas junto a essa população10. O papel da família, também foi identificado nas falas das adolescentes como aquele que causa maior prazer na vida, mas também o maior sofrimento11. Assim como ocorre na infância, a família é fundamental para a saúde durante a adolescência, pois as boas relações familiares retardam o início das atividades sexuais e diminuem o índices do uso de álcool e cigarro12.. No que se refere às potencialidades vivenciadas na gravidez da adolescente, considera-se que o período da maternidade é complexo devido as mudanças físicas e emocionais, sendo que pode ser intensificado quando associado às transformações e aos conflitos inerentes à fase da adolescência13. Pode-se afirmar que são muitos os espaços para discutir e promover saúde empoderando e estimulando as adolescentes para o autocuidado, objetivando a prevenção de doenças e os cuidados gerais com a saúde que devem efetivamente ser iniciados desde cedo e ser enfatizados na adolescência e logo transmitidos ao segmento familiar e social de relação imediata.

Considerações Finais

Este estudo oportunizou a metodologia pesquisa cuidado em grupo estar sendo desenvolvida num grupo de adolescentes, proporcionando aos participantes um envolvimento no cuidado do próximo. Por meio dos encontros, foi possível destacar ganhos na educação em saúde e envolvimentos nos grupos, onde o coletivo fortalece o individual, e o cuidado, assim, atinge todos.
REFERÊNCIAS
1 World Health Organization ( WHO ). Home care in Europe: the solid facts. Copenhagem, CPH; 2008.
2 Mello JS, Kerber NPC, Oliveira AMN, Busanello J, Silveira TS, Pohlmann FC. Inserção do acompanhante no cuidado da adolescente em um centro obstétrico do sul do país. Rev. Ciênc. Cuid. Saúde. 2011; 10 (4):781-8
3 Nkowane AM. A Enfermagem no Cuidado Básico: habilidades e práticas do cuidado: uma perspectiva global. Seminário Nacional da Atenção Básica na Saúde SENABS- dias 06 a 08 de julho - São Luís do Maranhão 2016.
4 Camarano AA. Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição? Rio de Janeiro: IPEA; 2006.
5 Fiedler MW, Araujo A, Souza MCC. A prevenção da gravidez na adolescência na visão de adolescentes. Texto Contexto Enferm. [Internet]. 2015 Jan-Mar
6 Baraldi ACP. Gravidez na adolescência: estudo comparativo das usuárias das maternidades públicas e privadas. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2007; 15 (número especial): 799-805.
7 Carvalho GM, Merighi MAB, Jesus MCP. Recorrência da parentalidade na adolescência na perspectiva dos sujeitos envolvidos. Texto Contexto Enferm 2009 jan/mar; 18 (1): 17-24.
8 Hoga LAK, Borges ALV, Reberte LM. Razões e reflexos da gravidez na adolescência: narrativas dos membros da família. Esc. Anna Nery Rev. Enferm. 2010;14(1):151-7.
9 Nascimento MG, Xavier PF, Sá RDP. Adolescentes grávidas: a vivência no âmbito familiar e social. Adolesc. Saúde. 2011; 8(4):41-7.
10 Costenaro RGS, Rangel RF, Lacerda MR. Metodologia de pesquisa cuidado em grupo. In Costenaro RGS, Lacerda MR. Quem cuida de quem cuida? Quem cuida do cuidador? Teia de possibilidades de quem cuida. Porto Alegre, Moriá Editora, 2012.
11 Silva MLM, Rangel RF, Zanatta FB, Backes DS, Costenaro RGS, Piovesan C, et al. Indicadores de risco associados à qualidade de vida de escolares de uma comunidade vulnerável do sul do Brasil. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 14, n. 1, p. 163-171, 2013.
12 Viner RM, Ozer EM, Denny S, Marmot M, Resnick M, Fatusi A, et al. Adolescence and social determinants of health. The Lance 2012 379(9826), 1641-1652,
13 Dias AB, Aquino EML. Maternidade e paternidade na adolescência: algumas constatações em três cidades do Brasil. Cad. Saúde Pública 2006 jul; 22 (7): 1447-58.

Palavras Chave

Pesquisa qualitativa. Gestação na adolescência. Enfermagem.

Area

Saúde do Adolescente

Autores

REGINA GEMA SANTINI COSTENARO, PRISCILA MATTOS CASTRO, BIBIANA SALES ANTUNES, JULIANA SILVEIRA COLOMÉ , SANDRA STANKOWSKI , CAROLINE PACHECO ARAÚJO