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Título

O USO DE UMA PLATAFORMA VIRTUAL DE CONVERSA COMO INSTRUMENTO DE APROXIMAÇAO E DE EDUCAÇAO EM SAUDE COM MULHERES ADOLESCENTES

Introdução

Os adolescentes são o grupo com maior vulnerabilidade, no que diz respeito a educação sexual. Acabam por apresentar alta frequência de problemas relacionados com a sexualidade, como início precoce da vida sexual, gravidez indesejada e contágios por infecções sexualmente transmissíveis (IST) [1,2]. Assim, é perceptível que a educação sexual dos adolescentes possui um perfil que deve ser conhecido para que, a partir disso, seja possível pensar em formas de intervenções educacionais cujas intenções envolvam a promoção da saúde, prevenção de doenças, esclarecimento de questionamentos, ruptura de barreiras, preconceitos e identificação de mitos e verdades relacionados às IST, gravidez e métodos contraceptivos [1]. Com o avanço da tecnologia e maior facilidade de acesso à meios de comunicação tem-se tornado mais fácil a busca pela informação. Neste sentido, salienta-se o maior acesso à internet, que desempenha papel fundamental na vida dos adolescentes na atualidade, não somente como meio de comunicação, lazer, etc., como também, no armazenamento e na disponibilização de informações. Em contrapartida, é claro, possui suas desvantagens [3]. Torna-se importante trazer aqui alguns dados, como o de que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, a cada mil meninas entre 15 a 19 anos, 68,4% ficam grávidas e têm seus bebês [4]. Além disso, segundo um estudo realizado em 2010, 25% dos jovens com menos de 25 anos já foram contaminados com alguma IST [5]. Com estes dados, é possível perceber que, apesar da informação estar mais acessível atualmente, ela ainda não está chegando para esses adolescentes. Desta forma, faz-se necessário que sejam desenvolvidas ações permanentes de educação em saúde com este grupo, trazendo aqui o foco no sexo feminino, pois há maior necessidade de conhecimentos devido ao sistema reprodutor ser mais complexo. Novas possibilidades na área da educação sexual podem ser expostas aos jovens, além daquelas com as quais costumam ter contato na família, sociedade e/ou religião. Estas novas possibilidades buscam fugir de aspectos repressivos, oferecendo em contrapartida elementos para que o adolescente possa desenvolver seus próprios posicionamentos e ações [2].

Objetivos

Promover uma reflexão acerca do acesso à informação, a utilidade de plataformas virtuais no cuidado em saúde, principalmente no âmbito da Enfermagem e, possibilitar também, a reflexão quanto ao conhecimento das adolescentes sobre saúde da mulher num contexto geral, levando em conta a experiência vivenciada por uma acadêmica de Enfermagem que possui contato com adolescentes de vários locaıs do Brasil, do sexo feminino, há aproximadamente 18 meses, por meio de um aplicativo de conversas online.

Desenvolvimento

Nos dias atuais, pode-se dizer a grande maioria dos adolescentes, estão muito envolvidos com redes sociais e aplicativos, principalmente os aplicativos de conversas. Deste modo, um meio de aproximação e possibilidade de trabalhar com educação em saúde se faz em aproveitar os espaços virtuais. Ao participar de um grupo, formado por 30 meninas, em um aplicativo de conversa, foi possível perceber que muitas adolescentes deste grupo apresentavam falta de conhecimento sobre seus órgãos sexuais, reprodutivos e do sistema urinário, além de não possuírem todas as informações acerca de seu ciclo menstrual e métodos contraceptivos. Demonstrando que, por mais que essas adolescentes estejam inseridas neste e em outros ambientes virtuais, elas não estão tendo acesso às informações ou estas estão chegando a elas de forma errônea. Esses déficits de conhecimento deixavam-nas muito inseguras quanto aos seus ciclos menstruais, pois não compreendiam exatamente o que acontecia em cada fase. Neste grupo, cerca de metade das adolescentes faziam uso do contraceptivo oral ou injeção, mas não sabiam informações completas quanto ao melhor horário a ser ingerida a pílula, efeitos colaterais, interações medicamentosas, o que fazer em caso de esquecimento da pílula e tempo de atraso máximo seguro para aplicação da injeção (o que acabou causando uma gravidez indesejada). Também ocorreram casos onde três adolescentes não sabiam reconhecer seu muco cervical e acreditavam se tratar de alguma infecção e queriam praticar a automedicação. Através das conversas era perceptível que muitas adolescentes possuíam pouco conhecimento acerca de outros métodos contraceptivos para além do anticoncepcional. Identificou-se assim, a baixa adesão ao uso de preservativo durante as relações sexuais, informação preocupante devido ao fato de que, desta forma, estas adolescentes estavam se expondo ao risco de contrair alguma IST.

Considerações Finais

É possível perceber que nos dias atuais, mesmo com o avanço da tecnologia e a maior facilidade de acesso à informação, as adolescentes ainda possuem pouca ou nenhuma informação, ou também, acabam por adquirir informações erradas (o que leva a reflexão sobre o modo que estes assuntos estão disponíveis na internet e, até que ponto a internet “caminha” a favor do conhecimento e empoderamento destes adolescentes). Essa reflexão/estudo teórico-metodológico abre espaço para possibilidades de pesquisas qualificadas junto aos adolescentes para compreender mais sobre a realidade onde esses adolescentes estão inseridos, seus conhecimentos adquiridos, suas fontes de informação e seus próprios desejos de adquirir conhecimento sobre esses assuntos. Além disso, fica destacada a possibilidade de utilizar os ambientes virtuais como meios de estudo e de espaço para que o profissional de Enfermagem realize atividades de educação em saúde com os adolescentes, se possível em conjunto com a família e a escola.

Palavras Chave

Adolescente; Educação em saúde; Plataforma virtual; IST; Métodos contraceptivos.

REFERÊNCIAS:
1. Ferreira JPT, Miranda T, Lunardi AL, Baroni R. Conhecimento sobre as DST entre adolescentes escolares em Vespasıano, Mınas Geraıs. Adolesc. Saúde. Rıo de Janeıro; set. 2016. V. 13, p. 51-59. 2. Sfair SC, Bittar M, Lopes RE. Educação sexual para adolescentes e jovens: mapeando proposições oficiais. Saúde Soc. São Paulo; 2015. V. 24, n 2. p. 620-632. 3. Eduvirges JR, Santos MN. A contextualização da internet na sociedade da informação. UESPi, Piauí. 2011. 4. Organização Mundial de Saúde. UNICEF. Acelerar el progreso hacia la reducción del embarazo en la adolescencia en América Latina y el Caribe. 29-30 agost. 2016, Washington. 5. Rodrigues MJ. Doenças sexualmente transmissíveis (DST) na adolescência. Nascer e Crescer. 2010. V.19,n.3.

Area

Saúde do Adolescente

Autores

Karina Martins Filomeno, Camila do Couto Maia, Franciny da Silva, Sara Bernardo Viríssimo, Gustavo da Cunha Teixeira