Datos del trabajo


Título

A Sistematização da Assistência de Enfermagem como viabilizador do Processo de Enfermagem no contexto da Unidade de Terapia Intensiva.

Introdução

A complexidade de cuidados intensivos, cujas condições de saúde dos pacientes podem mudar a cada minuto, exige cuidados de enfermagem fundamentados num método sistematizado, que privilegie a tomada de decisão baseada em conhecimento técnico-científico padronizado e atualizado e tenha como objetivo prevenir, detectar e atender às diversas demandas de cuidados. Emergiu a seguinte questão de pesquisa: “Como a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) pode ser utilizada como viabilizador do Processo de Enfermagem (PE) no contexto da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)?”, justifica-se assim a realização desta investigação.

Objetivos

Contextualizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem como viabilizador do Processo de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva.

Método

Revisão integrativa temática, com rigor científico garantido mediante as etapas: 1) Identificação do tema e questão de pesquisa; 2) estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; 3) identificação e seleção dos artigos; 4) categorização dos dados; 5) análise e interpretação dos resultados; 6) síntese do conhecimento. Critérios de elegibilidade: artigos disponíveis online, na íntegra; idiomas: português, inglês e espanhol; indexadas nos últimos 10 anos; excluídos aqueles que não atenderam ao objetivo. Fonte: Bases de dados Medline; SciELO e Lilacs; descritores: Enfermagem, Cuidados Críticos e Processo de Enfermagem, uso do operador Boleano AND, período de investigação: Janeiro a Maio de 2018, recurso utilizado: Termo exato; pré-selecionados 40 artigos com inclusão de 19 destes.

Resultados

Houve uma homogeneidade entre os objetivos das publicações, adensavam-se entre os 2015 a 2018. Delineamento metodológico: 17 eram de abordagem qualitativa e três quantitativa. A UTI é classificada como uma área crítica do hospital destinada à assistência de pacientes graves, que requerem atenção e cuidados de forma multidisciplinar especializada contínua, materiais específicos e tecnologias em saúde necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia para fins de reabilitação, estabilização ou cura das doenças e agravos à saúde. A Enfermagem configura-se enquanto ciência da saúde, baseada numa ampla estrutura teórico-científica e prática clínica na qual o PE apresenta-se como ferramenta por meio da qual é possível estruturar e aplicar o arcabouço de conhecimentos científicos à prática clínica sendo considerado um método sistematizado e processual para resolução dos problemas identificados para cada paciente, com a finalidade de atender suas necessidades de forma holística. A equipe de enfermagem intensiva é composta apenas por Enfermeiros Intensivistas e Técnicos em Enfermagem, conforme legislação vigente se faz presente continuamente de maneira direta e indireta, em todos os momentos assistenciais, desde a admissão até a finalização do tratamento intensivo. O instrumento metodológico capaz de orientar o cuidado profissional e a documentação de sua prática é o PE, que deve estar organizado e articulado de forma sinérgica entre cinco etapas inter-relacionadas e interdependentes: Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento das Intervenções, Implementação da Assistência e Avaliação de Enfermagem. A essência da profissão pode ser captada pela metodologia própria do PE, por meio da organização das atividades e incorporação de cuidados fundamentados ao paciente, desenvolvendo nos profissionais de enfermagem habilidades como: pensamento crítico, tomada de decisão, respaldo científico e teórico de suas intervenções e cuidados profissionais permitindo a resolução dos problemas de saúde identificados na assistencial ao paciente. O paciente na condição intensiva requer um efetivo cuidado de enfermagem com práticas assistenciais específicas, seguras, contínuas e de forma processual. Neste âmbito o enfermeiro assume o papel de gestor da unidade e sendo responsável pelas ações executadas pelos membros de sua equipe, devendo este exclusivamente construir os diagnósticos frente aos problemas identificados, planejar e prescrever as intervenções de enfermagem, ancorado na SAE, ferramenta que favorece a organização dos serviços de Enfermagem. Esta ferramenta, representa um método científico organizacional embasado em princípios científicos e capaz de proporcionar qualidade ao PE, oferecendo respaldo científico, segurança ao paciente, organização e direcionamento para suas ações, promover autonomia e corroborar com a orientação, capacitação profissional e educação permanente da equipe de Enfermagem. Tal prática sistematizada organiza o PE quanto ao método, pessoal e instrumentos e viabiliza sua operacionalização. As prioridades assistências apresentadas por cada paciente podem ser trabalhadas, numa estrutura lógica de ações, com direcionamento de intervenções de enfermagem capazes de influenciar positivamente a qualidade de vida e o processo saúde-doença vivenciados pelos pacientes. Desse modo a SAE é composta pelas etapas: Histórico de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Prescrição de Enfermagem; Implementação da Assistência e Evolução de Enfermagem. Dentre os vários modelos teóricos, dos quais o Enfermeiro deve se apropriar e incorporar à sua prática assistencial, temos as Taxonomias de Enfermagem, sistemas de classificação inter-relacionados, mais conhecidos na SAE são: North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), para a elaboração dos Diagnósticos de Enfermagem; Nursing Interventions Classification (NIC), para a Prescrição de Enfermagem e; Nursing Outcomes Classification (NOC); para os resultados de enfermagem esperados decorrentes de cada intervenção de enfermagem realizada, todas numa linguagem universal, padronizada e com o uso de uma terminologia comum. O Diagnóstico de Enfermagem, construído através do raciocínio clínico acerca de dados coletados via entrevista e exame físico, e foram definidos pela IX conferência da NANDA Internacional como “julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos processos vitais, aos problemas de saúde atuais ou potenciais, os quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”. Seu destaque, enquanto etapa vital da SAE é devido ao mesmo ser uma atividade intelectual complexa, sistemática na qual o enfermeiro deve utilizar conhecimentos, habilidades cognitivas, interpessoais e atitudes profissionais, para avaliação clínica das respostas do paciente ou grupos aos problemas de saúde.

Considerações Finais

Na UTI a SAE é o viabilizador do PE, sendo fermenta essencial nos cuidados intensivos capaz de promover Intervenções de Enfermagem, adequadas aos Diagnósticos de Enfermagem, focadas na resolução dos problemas identificados, cujos eixos podem estar inseridos na prevenção, reabilitação, monitorização, tratamento, controle e cuidados específicos ao paciente. As implicações para a prática de enfermagem deste viabilizador é dado através da adoção, apropriação e incorporação de Taxonomias próprias como: NANDA/NIC/NOC, a prática clínica intensiva do Enfermeiro otimizando assim a promoção do reconhecimento profissional.

Palavras Chave

Enfermagem, Cuidados Críticos , Processo de Enfermagem

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Autores

JULIANA Silva JEREMIAS, Laercio Deleon Melo, Daniella Andrade Silva