Datos del trabajo


Título

FAMILIAR CUIDADOR: PERCEPÇOES E VIVENCIAS DO PROCESSO DE CUIDAR DO IDOSO ACAMADO

Introdução

Dentre os muitos desafios de enfrentamento no âmbito da saúde, o cuidado domiciliar ao idoso acamado é uma vertente de sérios agravos vivenciados em muitos domicílios (1). Quando as orientações não chegam aos familiares, os idosos ficam mais vulneráveis a todas as condições do dia a dia dentro de seus próprios lares e deixam de receber os cuidados necessários.

Objetivos

Este estudo se propôs identificar as percepções e vivências do familiar cuidador no processo de cuidar do idoso acamado

Método

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem exploratório-descritiva, realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Irmão Francisco Galliane, localizada no bairro Itaúna 2, no município de Parintins, Amazonas, Brasil. A amostra foi constituída por 07 (sete) cuidadores familiar de idosos acamados, atendidos pela equipe da unidade de saúde em questão, constituindo 100% da população de acamados. O instrumento constou de um roteiro de entrevista semiestruturado, com questões abertas. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 69270617.8.0000.5016). Para preservar a identidade dos sujeitos deu-se a eles nome de pássaros.

Resultados

Os resultados mostraram que os cuidado de higiene corporal, alimentação e administração de medicamentos aparecem como as principais atividades executadas pelos familiares cuidadores: "Deixei tudo para cuidar dela. Trato, dou banho, de 3 em 3 horas ela está comendo e tomando seu remédio" (Araponga); "Ela já não consegue usar o banheiro, tomar o remédio, e tudo o que a gente pode fazer por ela é isso. Ela sente dores, então a gente tenta ajudar no que pode fazendo a higiene e alimentando" (Cardeal); "Eu penso que cuidando, dando o alimento e o remédio no horário ele vai ter mais vida, vai ficar melhor" (Uirapuru); "Dou conforto para ele nesse sofrimento que ele tá passando. Eu deixo ele melhor com meus cuidados " (Bem-te-vi); "Ela não anda, não fala, não faz mais nada, então é muito importante eu dar banho, dar de comer, fazer higiene íntima quando urina ou faz cocô" (Sabiá). A mobilidade prejudicada no idoso está ligada a diversas causas, como as neuropatias diabéticas, cardiopatias, osteoartrites, osteoporose, doença de Parkinson, déficits sensoriais e barreiras ambientais. Lavinsky e Vieira(2) afirmam que essas circunstâncias fazem os idosos requererem não só dos profissionais de saúde, mas também da família a utilização de conhecimentos e de habilidades para prevenir ou minimizar os efeitos secundários graves, de ordem física e/ou psico-social. Ao relatarem as maiores dificuldades enfrentadas nos cuidados aos seus idosos, a maioria apontou o lidar com a mobilidade prejudicada: "A maior dificuldade é coloca-la na cadeira. Só eu quem cuida dela, então sinto muitas dores nas costas" (Araponga); "Empurrar cadeira é para mim a parte mais difícil" (Uirapuru); "É que ela só sai da cama se a gente carregar e levar. E não tenho apoio da família ou de outra pessoa. Isso é cansativo" (Cardeal). "A dificuldade é a estrutura do ambiente. Minha vontade era ter o banheiro bem perto para não ter que carregar nessa distância porque m sinto doente de tanto fazer esforço” (Sabiá). A situação de despreparo técnico dos cuidadores, somados aos seus problemas de saúde podem comprometer ainda mais a saúde desse cuidador e o acompanhamento do idoso acamado(3). Por vezes, as atividades executadas vêm acarretar sobrecargas pessoais, alterações no modo de viver e exteriorização de sentimentos de sofrimento, posto que não conseguem administrar bem o cuidado de si à medida que cuidam do outro. No que concerne às orientações que deveriam recebem da equipe de saúde, os entrevistados responderam: "Não recebo nenhuma. Só vem visitar ver como ela está, mas nunca me deram uma palestra sobre os cuidados com ela" (Araponga); "Nenhuma orientação. Só o médico que às vezes orienta para dar o remédio" (Cardeal); "Na verdade eles só vieram uma vez aqui. Não me orientaram nada" (Uirapuru); "Ele está assim há cinco meses e eles só vieram aqui uma vez porque eu chamei" (Andorinha); "Eles só ajudam de vez em quando (Bem-te-vi); "Eles quase não vêm por aqui" (Beija-flor); "Eles deveriam vir pelo menos uma vez por mês" (Sabiá). Cuidar de idosos dependentes é tarefa difícil, exaustiva, que exige dedicação e paciência. O cuidador tem a necessidade de dividir esta tarefa com outras pessoas da família, da comunidade, de grupos de auto ajuda ou da equipe de saúde, porém nem sempre possui este suporte. Quando questionados se o idoso é mais bem cuidado com a presença da equipe de saúde em sua casa ou não, o cuidador demonstra certo grau de insatisfação com a equipe de saúde: "Na verdade não vejo diferença, porque eles vêm muito rápido e demoram a vir de novo, então eu cuido do mesmo jeito sem eles (Sabiá); "Eu sei cuidar da mesma forma, mas o médico também seria importante se viessem". “Eles estando aqui ou não ela recebe os cuidados do mesmo jeito” (Araponga). Os serviços de saúde adotaram estratégias para descentralizar o cuidado e modificar a forma tradicional de produção da saúde, entre estas estratégias a principal é a inclusão da atenção domiciliar. No entanto, a ausência do profissional de saúde foi relatada em mais de 50% dos casos.

Considerações Finais

Conclui-se que a falta de conhecimento por parte dos membros das famílias e/ou dos seus cuidadores compromete de forma direta os resultados dos cuidados oferecidos aos mesmos, tornando-os mais vulneráveis a todas as condições do dia a dia dentro de seus próprios lares. Deste modo, enfatiza-se a importância desta pesquisa como meio oportuno de contribuir com a equipe de saúde, no sentido de perceber as dificuldades enfrentadas pelos familiares cuidadores no acompanhamento dos seus idosos acamados.

Palavras Chave

envelhecimento; familiar cuidador; saúde do idoso

Area

Saúde do Idoso

Instituciones

Faculdade Salesiana Dom Bosco - Amazonas - Brasil, Universidade do Estado do Amazonas - Amazonas - Brasil

Autores

Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Fernanda Farias de Castro, Cleisiane Xavier Diniz, Selma Barboza Perdomo, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Fabíola Silva dos Santos, Orlando Gonçalves Barbosa, Dejanira Jacaúna Cidade