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Título

ANALISE DO DISCURSO NA PERSPECTIVA DE MICHEL FOUCAULT: UMA CONSTRUÇAO METODOLOGICA

Introdução

A condição de produzir verdade relaciona-se ao discurso(1). A construção do discurso está além de um enunciado, contextualizado diante da circunstância vivenciada. Os discursos podem ser compostos de acordo com contextos que relacionam o cotidiano da sociedade em diversas dimensões como: civil, espiritual, científica, entre outros(1). Neste propósito a pessoa se delimita a partir do discurso, o qual não se estabelece fora dos acontecimentos(2). A análise na perspectiva discursiva propõe compreender o enunciado em seu contexto, firmando seus limites, a fim de compor suas relações entre outros enunciados, estabelecendo suas condições de existência(3). Foucault não estabelece uma linearidade a fim de estruturar a sua análise, não há um método a ser seguido, mas reflexões quanto o que fundamentou a construção de um discurso, em seus aspectos sociais, culturais e históricos.

Objetivos

Organizar conceitos que envolvam a análise do discurso, a fim de estabelecer mecanismos que favoreçam a análise de um estudo envolvendo políticas públicas em prol das pessoas com amputação, enfermeiros e pessoas com amputação.

Desenvolvimento

Em um estudo cujo o material empírico foi tão diverso, o intuito foi elevar quais os discursos se faziam presentes na atenção à saúde das pessoas com amputação. Atualmente no Brasil, as políticas públicas de saúde em prol das pessoas com deficiência são amplas, envolvendo os diferentes níveis de atenção. Em contraponto, a realidade apresentada é algo que está distante ao esperado, uma atenção à saúde de qualidade. Denota-se que o discurso se estabelece por certa regularidade, não é único e original, podendo sofrer influências, está em constante mudança relacionando-se ao contexto histórico que o sustentou(1). Tal característica pode-se observar no decorrer da construção das políticas públicas de saúde, neste caso, em prol as pessoas com amputação. No entanto, ao olhar daqueles que vivenciam e enfrentam os desafios do dia-a-dia, sejam aqueles que prestam o cuidado e aqueles que necessitam dele, o discurso segue uma regularidade em descompasso ao preconizado as políticas de saúde. Tal reflexão torna-se possível ser evidenciada, pois considera-se que o discurso não expressa a opinião exclusiva de alguém, mas a composição dos conceitos, a organização dos objetos e dos tipos de enunciados que possibilitam uma formação discursiva. Afinal, não se recolhe ao discurso destacado, envolve-o ao contexto relacionado, considerando aspectos socioeconômicos e políticos que resultam em um discurso pronunciado(4). As regras de formação sustentam os discursos que surgem, explicando a formação dos discursos, demarcando a sua estruturação(4), os direcionando a uma certa regularidade(3). Destaca-se que a análise do discurso está relacionada a compreensão de diversos fatores que estão intrínsecos ao contexto estudado, o que fundamenta a origem da prática discursiva(3), a qual é composta por “um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre determinadas no tempo e no espaço, que definiram, em uma dada época e para uma determinada área social, econômica, geográfica ou linguística, as condições de exercício da função enunciativa”(3:144). Logo, a prática discursiva determina-se pela circulação/regularidade do discurso posto em prática. Ressalta-se que os estudos desenvolvidos por Foucault são munidos de contextualizações fundamentam e permitem analisar pesquisas sociais e educacionais(2), e consequentemente, serem aplicadas em pesquisas na área da saúde, como a enfermagem. Por esta maneira, quanto a contextualização do estudo, foi possível evidenciar que o discurso da atenção à saúde para a pessoa com amputação está aquém do esperado, em que é proposto inicialmente pela Constituição Federal e a posteriori pelo Sistema Único de Saúde, não é alcançado mesmo depois de décadas. Todos são responsáveis pela atenção a saúde da pessoa com amputação, sejam elas, os profissionais de saúde e o Estado. Pela possível ineficiência no processo de atenção à saúde da pessoa com amputação, seja pelo distanciamento constate entre o que é prescrito pela política e o que é vivenciado pelo envolvido nesse contexto, é possível considerar que a maneira pela qual o processo de recuperação/reabilitação é delimitando estaria relacionado ao modo como a pessoa com amputação e o enfermeiro é e age quanto ao cuidado à saúde.

Considerações Finais

A referida discussão sustenta que a qualidade na construção metodológica de um estudo resulta na sua efetividade. O empoderamento do referencial metodológico permite delimitar estratégias que auxiliam a análise e possibilita uma melhor compreensão do material empírico. Sendo assim, destaca-se que o conjunto de enunciados compõem o discurso e este é proferido pelos envolvidos no estudo e sustentando as regras de formação, as quais permeiam o conjunto de discursos que enunciaram a problemática do estudo. Por esta maneira, pode-se evidenciar a construção de um “novo” discurso, a partir das novas possibilidades que foram destacadas pelo conjunto de discursos já proferido, resultando em uma formação discursiva. A formação discursiva condiz ao agrupamento dos discursos que se sustentam à temática abordada e contexto histórico envolvido. Por fim, traz-se a prática discursiva, a qual determina-se pela circulação/regularidade do discurso posto em prática. Ressalta-se ainda, os estudos desenvolvidos por Foucault são munidos de contextualizações fundamentam e permitem analisar pesquisas sociais e educacionais(2), e consequentemente, serem aplicadas em pesquisas na área da saúde, como a enfermagem.

REFERÊNCIAS:
1. FOUCAULT M. A ordem do discurso. 24. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
2. VEIGA-NETO A. Foucault & a educação. 2. ed. 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2007
3. MACHADO R. Foucault, a ciência e o saber. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
4. FOUCAULT M. A Arqueologia do Saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

Palavras Chave

Pesquisa em Enfermagem; Métodos de Análise; Enfermagem

Area

Deficiência, Inclusão e Acessibilidade

Autores

Ana Maria F B Marques