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Título

APLICABILIDADE DA SIMULAÇAO CLINICA NA ATENÇAO A SAUDE DA MULHER EM UM CURSO DE GRADUAÇAO EM MEDICINA: UM RELATO DE EXPERIENCIA

Introdução

A formação médica no Brasil deve ser pautada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (DCN), que definem o perfil de formação do profissional médico para todo o território brasileiro. Por meio da articulação entre áreas como atenção, gestão e educação em saúde, o profissional médico deve, dentre outros aspectos, ter uma formação humanista, crítica, reflexiva e ética. Dessa forma, para que um curso de graduação em Medicina possa atingir o perfil profissional desejado, torna-se necessária a utilização de estratégias de ensino como a simulação clínica, que possibilita a aprendizagem por meio da observação, da execução e da reflexão sobre as atividades vivenciadas. Destaca-se que a simulação clínica pode ser realizada nos diversos níveis de complexidade da atenção à saúde e nos diferentes ciclos de vida. Dentre essas possibilidades, há a atenção à saúde da mulher na atenção primária à saúde (APS).

Objetivos

O objetivo deste relato de experiência é compartilhar a vivência do uso da simulação clínica, na faculdade de medicina de uma universidade federal do Brasil, para o desenvolvimento de competências e habilidades na atenção à saúde da mulher na APS.

Desenvolvimento

Esta experiência foi desenvolvida com 30 estudantes do quarto semestre do curso de Medicina em uma disciplina denominada Práticas de Integração Ensino – Serviço - Comunidade (PIESC). As simulações clínicas ocorreram em dois dias, neste ano, e mobilizou 4 docentes. Os discentes foram divididos em 4 grupos com no máximo 8 estudantes. O cenário foi preparado no Laboratório de Habilidades Médicas da Faculdade de Medicina que dispõe de estrutura física e recursos materiais necessários para realização de exame preventivo de câncer de colo do útero e exame clínico das mamas. Na estratégia da simulação clínica foi utilizada a dramatização por meio do role play e manequins de baixa fidelidade. Todas as cenas incluíram o profissional médico, um técnico de enfermagem e um paciente. Duas cenas apresentaram além dos papéis mencionados anteriormente, a figura do acompanhante. Todos os papeis definidos para o role play foram realizados pelos graduandos. Durante o briefing o contexto da simulação foi abordado com informações sobre o objetivo da simulação, o tempo de cena e a situação do paciente. O tempo de duração de cada cena foi de 30 minutos e foram realizadas 3 cenas com mulheres nos diferentes ciclos de vida. Nas três vivências simuladas eram exigidos o juízo clínico, a tomada de decisão, a comunicação interprofissional e entre médico-paciente. O debriefing foi guiado pelo checklist que os estudantes preenchiam enquanto acompanhavam a cena por meio de uma parede de vidro espelhado e sistema de áudio do laboratório. O debriefing ocorreu após o término de cada cena simulada.

Considerações Finais

A simulação clínica é uma estratégia de ensino que oportuniza ao estudante o aprendizado em um ambiente seguro e os erros cometidos podem contribuir para o desenvolvimento da consciência crítica sobre o tema da vivência e por isso está em consonância com as DCN do curso de medicina. A utilização da estratégia de dramatização com role play permitiu que o estudante refletisse sobre os mais diversos aspectos que circundam a atenção à saúde da mulher na APS. Pois, assumindo diferentes papéis como pacientes, acompanhantes, profissionais médicos ou como outros membros da equipe de saúde, os educandos puderam vivenciar diferentes emoções, aplicar habilidades técnicas, discutir sobre suas performances e identificar as lacunas do conhecimento deles sobre o tema. Como limitação da experiência destaca-se o acompanhamento da cena por meio da parede de vidro espelhada e o sistema de áudio que integrava a sala onde a cena era desenvolvida e o local em que os outros educandos estavam a acompanhando. Esta limitação é decorrente da não disponibilidade de sistema de vídeo no laboratório da faculdade. Pois, embora o vidro impedisse que os participantes do role play identificassem quem estava fora da sala onde a cena ocorria, o áudio e os barulhos produzidos pelos outros educandos indicavam que havia mais pessoas presentes. Esses fatores podem ter interferido no desempenho dos educandos pelo desconforto de saber que estavam sendo avaliados. Sendo assim, embora esses contratempos não inviabilizem a realização da simulação clínica, sugere-se que todos os fatores externos à cena e que são disparadores de sentimentos como insegurança, medo e ansiedade sejam reduzidos para que não interfiram negativamente no desempenho dos educandos.

Palavras Chave

Educação médica; Simulação de pacientes; Aprendizagem baseada em problemas; Competência clínica

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Instituciones

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - Pará - Brasil

Autores

MARIA HELENA PIRES ARAÚJO BARBOSA, Erika Fernandes Costa Pellegrino, Helane Conceição Damasceno, Bruna Grazielle Carvalho Jacomel , Rosiane Luz Cavalcante, Osvaldo Correia Damasceno, José Adailton da Silva, Franciane Schneider, Paula Bresolin