Datos del trabajo


Título

APRENDIZAGEM EXPERIENCIAL E DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DE ENFERMAGEM: REVISAO INTEGRATIVA DE LITERATURA (2013-2017)

Introdução

Ao longo da trajetória histórica da educação superior no Brasil, em particular na área da saúde foi possível observar mudanças significativas com a finalidade de acompanhar as transformações ocorridas na sociedade brasileira. Para acompanhar este processo foi necessário um esforço conjunto do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, para criar as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação (DCN).
As DCN de enfermagem preconizam os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de enfermeiros, que devem ser capazes de atender às necessidades sociais e de saúde de indivíduos e de comunidades(1).
Ao profissional/egresso deve estar assegurada uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, atuando com responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Destacando a capacidade de aprender continuamente, seja no exercício profissional ou mesmo durante o processo acadêmico(1). Além disso, a formação desses profissionais deve ter aderência ao Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na integralidade da atenção, na qualidade de vida e na humanização do atendimento.
A enfermagem reúne saberes de diferentes áreas do conhecimento para que o profissional alcance a excelência no cuidar. Porém, parte dos conhecimentos ofertados durante a formação serão ressignificados apenas após experiências profissionais. Desse modo, a aprendizagem experiencial permite o primeiro contato do estudante com a prática clínica, desenvolvendo competências profissionais(2).
A aprendizagem experiencial é uma teoria que lança mão dessa vertente de pensamento, formulada pelo teorista David Kolb, que a definiu como o processo pelo qual o conhecimento é construído a partir da transformação da experiência(5). O referido autor acredita que a experiência faz parte de um processo lógico e constante de aprendizagem, estando presente de forma permanente ao longo da vida. As experiências com finalidades pedagógicas contribuem para o desenvolvimento do indivíduo, uma vez que apresentam um objetivo específico para com a aprendizagem(6).

Objetivos

Diante do que foi exposto, esta pesquisa teve como objetivo conhecer as contribuições da aprendizagem experiencial para o ensino da Enfermagem.
Adotou-se a revisão integrativa da literatura como método, constituída por seis etapas: identificação do problema, estabelecimento de critérios de inclusão/exclusão (seleção da amostra), definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados, análise das informações, interpretação dos resultados e apresentação da revisão(7).
Esta investigação teve início após consultas às bases de dados BVS, PubMed NCBI, Scopus, Web of Science e ERIC, com base na seguinte questão norteadora: quais as contribuições da aprendizagem experiencial para a educação em enfermagem? Os critérios para inclusão foram: artigos disponíveis eletronicamente na íntegra nos idioma português, espanhol e inglês, publicados no período de janeiro de 2013 a agosto de 2017. Excluíram-se deste estudo editoriais, cartas, artigos de opinião, comentários, ensaios e notas prévias, bem como as publicações duplicadas em mais de uma base de dados, teses, dissertações e manuais.
Esta busca resultou em 2.315 artigos. Destes, 980 encontravam-se repetidos, 772 apresentavam outro método de aprendizagem, 223 não envolviam estudos na enfermagem, 233 não explicitaram metodologias de aprendizagem, 11 eram editoriais e 53 não permitiam acesso ao artigo na íntegra. Após isso, foram selecionados 43 artigos para análise.

Desenvolvimento

Os artigos foram analisados considerando as competências e habilidades gerais contidas nas DCN de Enfermagem, a maioria das publicações não foi produzida no Brasil, no entanto os artigos examinados abordam questões que podem ser relacionadas com a formação nos cursos brasileiros, trazendo aspectos semelhantes aos apresentados nas DCN.
Dos 43 artigos analisados, 36 apontam questões relacionadas à atenção à saúde, 11 com a tomada de decisão, 18 abordam aspectos de comunicação, nove tratam da liderança, quatro discutem a formação para ações de administração e gerenciamento e 17 educação permanente.
Ressalta-se que os cenários do SUS são considerados espaços passíveis de integração entre ensino-serviço-comunidade, favorecendo a formação de recursos humanos, a educação e o desenvolvimento de pesquisas(4,8). Ademais, as relações estabelecidas entre a comunidade, os estudantes, os docentes e os profissionais traz benefícios mútuos para todos os envolvidos em virtude dos vínculos construídos, assim como da formação de profissionais mais qualificados para a atenção e a produção de conhecimento em saúde.

Considerações Finais

Ao analisar o uso da aprendizagem experiencial no ensino em enfermagem evidenciou-se que as contribuições dos artigos examinados relacionam-se com as competências e habilidades gerais definidas pelas DCN, ressaltando o potencial da aprendizagem experiencial para atingir o pensamento crítico-reflexivo na formação profissional, utilizando diferentes estratégias do Ciclo de Aprendizagem de Kolb.
Dentre estas, destaca-se a simulação como estratégia mais empregada nos estudos, capaz de propiciar aos estudantes habilidades clínicas por meio da aprendizagem experiencial.

1. Câmara de Educação Superior (BR). Resolução CNE/CES n. 3, de 7 de novembro de 2001. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial da União, [Internet] 09 nov 2001 [acesso em 20 nov 2017]. Disponível: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf
2. Cunha M, Ribeiro O, Vieira C, Pinto F, Alves L, Santos R, et al. Atitudes do enfermeiro em contexto de Ensino Clínico: Uma revisão da literatura. Rev Millenium. [Internet] 2010;(38) [acesso em 02 set 2017]. Disponível: http://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8262/5874
3. Santos EO, Nunes CK, Demarco DA, Amestoy SC. Aprendizagem baseada em problemas no ensino da enfermagem. Revista Contexto & Saúde [Internet] 2017;17(32) [acesso em 02 set 2017]. Disponível: https://doi.org/10.21527/2176-7114.2017.32.55-66
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Educação Permanente em Saúde: um movimento instituinte de novas práticas no Ministério da Saúde: Agenda 2014. .[Internet] Brasília : Ministério da Saúde, 2014. [acesso em 20 nov 2017]. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/educacao_permanente_saude_movimento_instituinte.pdf
5. Kolb DA. Experiential learning: experience as the sourse of learning and development. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall. 1984.
6. Pimentel A. A teoria da aprendizagem experiencial como alicerce de estudos sobre desenvolvimento profissional. Estud psicol. [Internet] 2007;12(2) [acesso em 02 set 2017]. Disponível: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2007000200008.
7. Ganong LH. Integrative review of nursing research. Res Nurs Health. [Internet] 1987;10(1). [acesso em 02 set 2017]. Disponível: https://doi.org/10.1002/nur.4770100103
8. BRASIL. Ministério da Saúde. A proposta da CIT de mudança na Política Nacional de Atenção Básica - PNAB. Nota técnica Nº 30/2017. Brasília, 24 de agosto de 2017. Saúde. [acesso em 02 set 2017]. Disponível: http://www.cnm.org.br/cms/biblioteca/NT_30_2017_Proposta_CIT_PNAB.pdf

Palavras Chave

Educação em Enfermagem, Educação Baseada em Competências, Enfermagem, Ensino, Aprendizagem.

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Autores

PAULA BRESOLIN, JUSSARA GUE MARTINI, DANIELE DELACANAL LAZZARI, ISIS DA SILVA GALINDO, JEFERSON RODRIGUES, MARIA HELENA PIRES ARAUJO BARBOSA