Datos del trabajo


Título

PSICOLOGIA DA SAÚDE E PSICOLOGIA HOSPITALAR: ENTENDENDO OS CONCEITOS

Introdução

De acordo com a American Psychological Association (2003) e o Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha, o trabalho do psicólogo em hospitais é apenas um dos possíveis locais em que atua o psicólogo da saúde. Como o termo "Psicologia Hospitalar" só é reconhecido no Brasil, mostra-se relevante definir a diferenciação entre esses dois termos. Para desenvolver esse trabalho foi realizada uma revisão narrativa da literatura, com uma busca dos termos “Psicologia da Saúde” e “Psicologia Hospitalar”, nos canais de busca Scielo e Pubmed que permitiram acesso a artigos publicados em periódicos de alta qualidade. A seleção do conteúdo foi baseada na conformidade dos limites dos assuntos aos objetivos do trabalho. Além dos resultados da busca, a revisão também abrange autores que trazem contribuições relevantes acerca do tema, com conceitos importantes utilizados para o desenvolvimento deste estudo.

Objetivos

Sendo o Brasil o único país que reconhece o termo “psicologia hospitalar”, uma vez que em outros países a denominação utilizada é Psicologia da Saúde para o mesmo tipo de atuação, este trabalho busca discorrer acerca da diferença entre os conceitos Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar.

Desenvolvimento

A Psicologia da Saúde é o campo de aplicação da Psicologia dedicado aos cuidados de saúde geral. Nesse sentido, tem como prioridade as assistências de promoção de saúde e de prevenção de doenças, onde as práticas do psicólogo se alargam para além das práticas clínicas e da saúde mental (Alves, 2008). A Psicologia da Saúde teve seu inicio em 1973, nos Estados Unidos, com a criação da Task Force on 24 Health Research, baseada na ideia de estudar "a natureza e a extensão da contribuição dos psicólogos para a investigação básica e aplicada dos aspectos comportamentais nas doenças físicas e na manutenção da saúde" (Apa Task Force on Healh Research, 1976, P.263). Assim, a Psicologia da Saúde iria estudar as doenças físicas e na saúde, ao contrário da Psicologia Clínica que estuda a saúde mental e as doenças mentais. Segundo Matarazzo (1980; 1982), a Psicologia da Saúde consiste nos conhecimentos vindos das diversas áreas da Psicologia em direção à promoção e proteção da saúde, à prevenção e tratamento das doenças, à identificação da etiologia e diagnósticos relacionados com a saúde, com as doenças e disfunções associadas, à análise e melhoria do sistema de cuidados de saúde, e ao aperfeiçoamento da política de saúde. Ainda Matarazzo (1980), corroborado por Lovelle (2003), afirma que a Psicologia da Saúde pode ser entendida como uma área de contribuições profissionais, científicas e educacionais da Psicologia para a promoção e a manutenção da saúde. Nessa lógica, Ribeiro (2011) esclarece que as características da Psicologia da Saúde vão além do enfoque nos aspectos de saúde e de doenças não mentais, tendo como nova perspectiva não mais no polo “doença”, passando a considerar a saúde como objeto epistemológico diferente das doenças, com definição própria e métodos de intervenção e de avaliação específicos. Jesus e Rezende (2006) concordam com a definição anterior e ainda acrescentam que a Psicologia da Saúde “funda-se na perspectiva de ultrapassar as dicotomias tradicionais de indivíduo/sociedade, natureza/sociedade e saúde/doença” (p.123). Os psicólogos da saúde, segundo Teixeira (2004), podem trabalhar em diferentes contextos do sistema de saúde, tanto nos serviços públicos, quanto nos serviços privados (consultórios, clínicas, empresas) e ainda no setor social, podendo trabalhar também em universidades, nas áreas do ensino, formação e investigação e em organismos do Ministério da Saúde. Já em relação à Psicologia Hospitalar, Yanamoto, Trindade e Oliveira (2002) e Chiattone (2000), explicam que o termo “Psicologia Hospitalar” é inadequado, pois toma como referência o local para determinar as áreas de atuação, e não prioritariamente às atividades desenvolvidas. Buscando uma justificativa para essa especialidade e se opondo às afirmativas dos autores anteriormente citados, Simonetti (2004) afirma que mais que uma atuação determinada por um local, a “Psicologia hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento”, aquele que se “dá quando o sujeito humano, carregado de subjetividade, esbarra em um “real”, de natureza patológica, denominado “doença”” (p. 15). Simonetti (2004, p. 15) ainda completa: “a psicologia hospitalar não trata apenas das doenças com causas psíquicas, classicamente denominadas “psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença”, pois “toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por isso pode se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar”. Assim, apenas no Brasil há uma especialidade profissional reconhecida e designada como Psicologia Hospitalar, que surgiu com o intuito inicial de juntar os psicólogos que trabalhavam em hospitais. Marcon, Luna e Lisboa (2004) contam que a inserção da Psicologia nos hospitais iniciou entre os anos de 1954 e 1957, onde o trabalho consistia na preparação psicológica de crianças para a realização de cirurgia do aparelho locomotor, mas era uma iniciativa isolada no país. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2003), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria.

Considerações Finais

Conclui-se então que a Psicologia Hospitalar tem sua atuação definida pelos preceitos da Psicologia da Saúde, mas delimitada pelos limites do hospital como instituição, trabalhando, assim, com a prevenção secundária e terciária. Portanto, tratar Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar como sinônimos é inadequado, já que há intervenções em saúde que são realizadas fora do hospital, principalmente na prevenção primária. Com o decorrer do trabalho percebe-se que, de fato, em termos técnicos, tal como a Psicologia Clínica e a Psicologia da Saúde se confundem, a Psicologia da Saúde e a Psicologia Hospitalar também são definições que podem não apresentar limites tão claros, mas que possuem significados distintos.

Palavras Chave

Psicologia da Saúde; Psicologia Hospitalar

Area

Outros

Autores

Carolina Fernandes de Castro, Alberto Manuel Quintana, Mikaela Aline Bade München, Dorian Mônica Arpini, Zoica Bakirtzief da Silva Pereira