Datos del trabajo


Título

PREVENÇAO E CONTROLE DE INFECÇAO: CAPACITAÇAO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL

Introdução

A higienização das mãos (HM) é identificada como a prática mais efetiva para reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), pois impede a transmissão cruzada de microrganismos(1) e, por ser veículo de transmissão de microrganismos de diversos sítios corporais de um mesmo paciente, entre pacientes e entre pacientes e o ambiente da assistência(2). As IRAS representam uma preocupação dos órgãos de saúde, tendo em vista ser um problema de ordem social, ética e jurídica1. A adesão à HM correta tem se constituído em um dos maiores desafios para as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), pois envolve o comprometimento e conscientização de toda equipe de saúde. Esse embate é maior quando em unidades de alta complexidade como de neonatologia, que acolhe recém-nascidos e outros que necessitam de cuidados intensivos. Em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, observou-se que a equipe de saúde não cumpria todas as etapas de higienização das mãos, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) que se referem: a HM antes do contato com o paciente; antes da realização de procedimento asséptico; após exposição a fluidos corporais; após contato com paciente e após contato com o ambiente próximo ao paciente(3). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2007) aborda a responsabilidade dos profissionais de saúde ao colocar em risco a saúde dos pacientes em qualquer ambiente de cuidado à saúde (4).

Objetivos

Relatar a experiência de capacitação realizada junto à equipe de enfermagem, sobre a higienização das mãos, no sentido de prevenir e controlar infecção numa UTI neonatal.

Método

Estudo qualitativo que narra a experiência de capacitação da equipe de enfermagem de uma UTI neonatal, com 16 leitos, de uma instituição de caráter privado do Estado do Rio de Janeiro. Tal empreendimento foi realizado por profissionais de uma empresa de consultoria em CCIH, com vista à redução dos índices de infecções relacionadas à assistência à saúde, envolvendo toda equipe de enfermagem, com exceção dos que em afastamento por férias ou motivo de saúde. Assim, 88% da equipe participaram da capacitação, realizada em serviço, através de dinâmicas, que ocorreram em dezembro de 2017, totalizando 9 (nove) encontros, dirigidos por dois consultores de CCIH e um estagiário. Ocorreram três momentos: esclarecimento de dúvidas e identificação das fragilidades na adesão da técnica de HM; conhecimento dos cincos momentos de HM a demonstração da técnica correta. Posteriormente, o consultor manteve-se junto à equipe para observar a adesão dos profissionais durante o serviço, utilizando novas abordagens quando necessário.

Resultados

Participaram da capacitação 19 técnicos de enfermagem (76%) e 8 enfermeiros (100%), sendo que 63% dos técnicos eram dos plantões diurnos e 37 % da noite. As principais fragilidades identificadas para HM estavam relacionada à crença pessoal e a hábitos adquiridos errôneos; ao déficit de conhecimento quanto à técnica e associação somente a limpeza com água e sabão. Outras se relacionavam a infraestrutura inapropriada, sem planejamento e dificuldade de acessibilidade para HM. O dimensionamento de pessoal para o setor era inadequado e não atendia a exigências da Portaria MS/GM nº 3432/19984, que estabelece critérios de classificação das UTI, o que dificultava a realização do procedimento de forma correta, além de ocasionar sobrecarga física e emocional dos profissionais. Na fase de abordagem do procedimento em seus cinco momentos, foi enfatizado uso correto do álcool a 70%, e seu acesso, substituindo a lavagem das mãos, quando não houver sujidade aparente, especialmente nos procedimentos de baixo risco para infecção ou em situações emergenciais. Foi necessário reforço de conhecimento teórico e da técnica, até que os profissionais demonstrassem estar aptos a realizá-la corretamente. As barreiras percebidas e citadas pelos profissionais confirmam achados da literatura; os prejuízos à pele, a falta de insumos, esquecimento e desconhecimento, ceticismo e a falta de exemplo de colegas e líderes afetando negativamente na adesão dos procedimentos adequados. Autores reforçam a importância da continuidade dos programas educacionais para que o seu efeito não seja diminuído após algum tempo(5).

Considerações Finais

A educação permanente deve ser assumida pela CCIH e gestores, enquanto agentes multiplicadores de ações, para promover mudanças eficazes e duradouras. Considera-se que a vigilância da HM é essencial para verificar a adesão dos profissionais e encontrar caminhos que favoreçam a mudança de comportamento das equipes para o controle, prevenção e disseminação das infecções. As lideranças devem ir além das “cobranças” e aterem-se a humanização voltada aos profissionais além de pensar nas condições estruturais, no quantitativo dos profissionais e no permanente diálogo, fundamental para motivação e satisfação no trabalho.

Palavras Chave

Prevenção e Controle de Infecção, Higienização das mãos, Educação permanente, Equipe de enfermagem

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Autores

Deise Ferreira de Souza, Ana Lilia Vieira Almeida, Marianna de Souza Soares, Cristina Lavoyer Escudeiro, Liliane Belz Reis, Miriam Marinho Chrizostimo