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Título

CONHECIMENTOS DE AGENTES COMUNITARIOS DE SAUDE SOBRE HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA E DIABETES MELLITUS

Introdução

Os Agentes Comunitário de Saúde (ACS) possuem papel fundamental na Equipe de Saúde da Família (ESF) pois estabelecem interação e troca de informação com a comunidade. A atuação dos ACS ocorre em atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças durante visitas domiciliares, na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou nos demais espaços da comunidade(1). Para desempenhar estas atribuições os ACS necessitam de conhecimentos em saúde, além de dispor de atenção especial às demandas locais e às doenças mais prevalentes(1). As atividades realizadas na rotina dos ACS ajudam a identificar os fatores de risco precocemente, incluindo as doenças crônicas. Porém, ocorrem dificuldades no fazer cotidiano dos ACS que podem estar relacionadas à falta de conhecimento a respeito das suas práticas, considerando que a maioria não tem formação em saúde. Quanto às doenças crônicas, há preocupação global com o aumento de casos de Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), constituindo fatores de risco para doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, renais e demais alterações, sendo o maior desafio relacionado à adesão aos tratamentos devido à complexidade e duração dos mesmos. Assim, considera-se relevante a atuação dos ACS junto às pessoas com HAS e/ou DM, sendo necessário conhecer seus conhecimentos acerca do tema com vistas à qualificação dos serviços de saúde.

Objetivos

Identificar os conhecimentos de Agentes Comunitários de Saúde sobre Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus.

Método

Consiste em pesquisa qualitativa interpretativa, utilizando entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados. Participaram 31 ACS, entrevistados individualmente em seu ambiente de trabalho. Como critério de inclusão adotou-se: estar no exercício das funções laborais de ACS e atuar nas UBS selecionadas. Como critérios de exclusão: não estar exercendo a função de ACS, estar em férias, afastadas por problemas de saúde e/ou aposentados. As entrevistas individuais tiveram duração entre 20 a 30 minutos, com o áudio gravado, posteriormente transcrito e submetido a análise de conteúdo do Bardin. A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2016, em duas UBS vinculadas ao Sistema Único de Saúde do município de Lages/SC. Foram cumpridos todos os requisitos éticos previstos na resolução 466/2012, incluindo a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Planalto Catarinense, sob parecer nº 1.637.208 e CAAE nº 57734116.8.0000.5368.

Resultados

Identificou-se que os ACS reconhecem o momento de Visita Domiciliar (VD) como oportuno para a realização de orientações em saúde relacionadas às doenças crônicas, porém dão ênfase para as informações básicas sobre o funcionamento das UBS e sobre as atividades lá desempenhadas. Também apontam ser possível fornecer esclarecimentos acerca da atuação da equipe multiprofissional na UBS, com ênfase na marcação de consultas e obtenção de medicação. Quanto ao reconhecimento de usuários que necessitam de acompanhamento mais frequente, colocaram ser mais complexa a realização desta atividade, principalmente por falta de conhecimentos específicos sobre HAS e DM, além da falta de informações acerca dos reais diagnósticos de saúde de cada integrante das famílias acompanhadas. Informaram que a VD centra-se na realização de ações de apoio e orientações básica acerca das doenças crônicas, enfocando o seguimento da prescrição médica e redução do consumo de sal e/ou açúcar na alimentação. Apesar de apresentarem dificuldades para a elucidação das necessidades de atenção à saúde de adultos com doenças crônicas, os ACS apontam estabelecer vínculos afetivos com os usuários por eles atendidos, aproximando a população da UBS para que então sejam assistidas pela equipe multiprofissional. Foi possível identificar que os ACS apresentam conhecimento similar ao da comunidade geral a respeito de doenças crônicas, não desempenhando de maneira satisfatória as atividades de promoção da saúde e prevenção de agravos. Apesar do Ministério da Saúde(1) do Brasil lançar a cartilha de rotinas e de atuação dos ACS e nela constarem definições básicas e condutas relacionadas às doenças crônicas, observou-se que pouco deste conhecimento é utilizado na prática. Aponta-se para a necessidade de realização de educação permanente em saúde enfocando a atuação dos ACS (3), para que estes possam efetuar ações que vão além do controle da frequência em consultas médicas e uso de medicação. Destaca-se que com a aprovação da nova Política Nacional de Atenção Básica (2) (PNAB) em setembro de 2017, o trabalho dos ACS no Brasil ganha uma nova perspectiva, são convidados a se capacitar e a desenvolver um trabalho não só de cadastro, orientações e visitas domiciliares. Este novo panorama aponta para a necessidade de ampliar ações de educação permanente para ACS, principalmente com ênfase à atenção ao adulto com Doenças Crônicas.

Considerações Finais

Destaca-se a necessidade de realizar ações de educação em saúde com vistas a capacitar os ACS para a atuação junto aos adultos com HAS e DM, considerando que foram evidenciadas lacunas no conhecimento específico. Considera-se que estes profissionais atuam diretamente com a comunidade e possuem potencial para auxiliar na qualificação da assistência em saúde desempenhada na atenção básica. Referências (1) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia prático do Agente Comunitário de Saúde. Ministério da Saúde. Brasília. 2009. 260p. (2) Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Ministério da Saúde. Brasília. 2017. (3) Peres CRGB, Caldas Júnior AL, Silva RF, Marin MJS. O Agente Comunitário de Saúde frente ao processo de trabalho em equipe: facilidades e dificuldades. Rev Esc Enferm USP [on line] 2011. 45(4) [capturado 09 abr. 2017]; 905-11. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n4/v45n4a16.pdf

Palavras Chave

Agentes Comunitários de Saúde; Estratégia de Saúde da Família; Doenças Crônicas; Educação contínua; Visita Domiciliar.

Area

Doenças crônicas/condições crônicas

Instituciones

Universidade do Planalto Catarinense - Santa Catarina - Brasil

Autores

Julio Cesar de Castro Ozorio, Fabiula Maria Mocelin, Fabiana Medeiros Branco, Juliana Cristina Lessmann Reckziegel