Datos del trabajo


Título

ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO EM PROCESSO DE REABILITAÇAO: CUIDANDO ALEM DA TECNICA

Introdução

Diversas são as definições de velhice, podendo variar bastante entre países e culturas diferentes, porém todas elas estão intrinsicamente ligadas ao grau de desenvolvimento socioeconômico, expectativa de vida e as taxas de natalidade registradas nas populações em estudo. No Brasil, projeta-se que teremos, até o final de 2020, o total de 31,8 milhões de pessoas idosas e, desses ¼ apresentarão algum tipo de deficiência decorrente de processos patológicos próprios e esperados ao envelhecimento, tais como as doenças crônicas não-degenerativas, necessitando, dessa maneira, de cuidados especializados prestados por profissionais habilitados técnica e eticamente, capacitados ao trabalho multi e interdisciplinar e dispostos a cuidar desse idoso de maneira que sua multidimensionalidade seja considerada enquanto ponto de partida para esse cuidado diferenciado. A esperança, a fé, os momentos de isolamento e as relações familiares ficam evidenciadas nas falas. Sabemos que esses fatores interferem negativamente no cuidado, aumentando exponencialmente o risco de mortalidade desse idoso, bem como o agravamento das relações fragilizadas na dinâmica familiar, conforme relatam alguns estudiosos: “a saúde de cada membro familiar, individualmente, afeta o funcionamento da família da mesma forma que o funcionamento da família afeta os membros individualmente”. A reabilitação dos idosos com alguma incapacidade é um processo que tem por objetivo permitir que alcancem e mantenham seus “melhores níveis funcionais físicos, sensoriais, intelectuais, psicológicos e sociais. A reabilitação fornece às pessoas as ferramentas que necessitam para atingir a independência e a autodeterminação.

Objetivos

Analisar os aspectos que envolvem a assistência de Enfermagem à pacientes idosos em processo de reabilitação.

Método

Estudo transversal, tipo retrospectivo. Os sujeitos foram escolhidos segundo a intencionalidade da pesquisa. Utilizou a técnica de triangulação de dados: análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação sistemática. A entrevista contou com 05 (cinco) perguntas abertas. Os critérios de inclusão referidos foram: a) pacientes que tiveram seus encaminhamentos realizados por municípios pertencentes as regiões de saúde da AMREC/AMESC durante o recorte temporal estipulado para o estudo; b) pacientes acometidos pelas seguintes patologias: acidente vascular encefálico (AVE), traumatismo cranioencefálico (TCE); traumatismo raquimedular (TRM), amputação; c) pacientes com lesão considerada aguda (até doze meses de lesão); d) pacientes que permaneceram no CER II/UNESC até o final do tratamento; e) paciente idoso.

Resultados

Após a análise realizada individualmente dos discursos, foram elencadas e exploradas duas categorias temáticas a saber: a) A experiência da nova realidade limitada pela diminuição/limitação da funcionalidade e a dependência do cuidador. Essa categoria evidenciou as dificuldades encontradas pelos idosos na adaptação a realidade que agora se apresenta. A perda/diminuição da funcionalidade a partir de então experenciada, bem como as limitações e o “depender” de alguém para a realização de tarefas antes realizadas sozinhas evidenciam o sentimento perda presente nas falas. Quando falamos em cuidar de uma pessoa idosa dependente um aspecto importante a ser considerado é que os relacionamentos familiares tendem a sofrer alterações iniciadas pela situação de dependência, tornando o binômio idoso/cuidador bastante vulnerável. O sentimento de “impotência” e “desesperança”, agora apresentados pelos idosos, é fala comum no discurso das pessoas que apresentam alguma deficiência, independente do ciclo de vida em que se encontrem e são percebidos de maneira mais específica na população idosa, sentimento, esse, que pode ser facilmente relacionado às suas experiências de vida, principalmente no que se refere às experiências prévias com as deficiências, normalmente experiências com o (a) cônjuge. Tal sentimento pode, ainda, estar relacionado com a maneira como as deficiências se apresentaram e ainda se apresentam nas sociedades, levando em consideração “suas expectativas quanto à execução das atividades básicas e instrumentais de vida diária, e a escassez ou a inadequação de condições instrumentais e sociais que lhe proporcionem funcionar adequadamente, mantendo a autonomia e a autoestima”; e, b) Sentimentos negativos como desespero, despreparo, desesperança e relações familiares fragilizadas. Nessa categoria foram agregados e analisados os discursos com base nos sentimentos relatados pelos pacientes tendo por base suas relações familiares/sociais, agora fragilizadas, bem como os sentimentos de negatividade frente às novas condições de vida. Conseguimos perceber que o quão angustiado o idoso se apresenta diante do processo de adoecer e da dependência do familiar/cuidador agora apresentada. A esperança, a fé, os momentos de isolamento e as relações familiares ficam evidenciadas nas falas. Sabemos que esses fatores interferem negativamente no cuidado, aumentando exponencialmente o risco de mortalidade desse idoso, bem como o agravamento das relações fragilizadas na dinâmica familiar, conforme relatam alguns estudiosos: “a saúde de cada membro familiar, individualmente, afeta o funcionamento da família da mesma forma que o funcionamento da família afeta os membros individualmente”. Interessante perceber que, além das competências técnicas esperadas para o profissional, convém reiterar que o Enfermeiro deve considerar, nesse ponto, duas necessidades bastante específicas durante a assistência ao paciente idoso em processo de reabilitação, bem como sua rede relacional. A primeira está relacionada com a maneira como são organizados “os sistemas de saúde, de modo a atender às demandas por serviços e às necessidades de saúde. Sabendo-se que “a presença de algum grau de incapacidade para o desempenho de atividades básicas e instrumentais de vida diária não significa necessariamente impedimento para a continuidade do funcionamento cognitivo e emocional”, evidencia-se a imperatividade necessidade que se faz de trabalhar aspectos emocionais apresentados pelo idoso/familiar/cuidador durante todo o processo de reabilitação, com vistas à superação de sentimentos impregnados de negatividade que possam interferir de maneira significativa na terapêutica até então proposta.

Considerações Finais

Envelhecer é algo complexo, certo e inevitável, caracterizado por sua natureza multifacetada e multidimensionalidade. Para alguns pode se apresentar como uma fase do ciclo vital bastante prazerosa. Para outros se apresenta como uma experiência extremamente solitária e angustiante, caracterizada por uma rede social deficitária, pouco articulada ou inexistente. Está intimamente ligado aos estados de “estar saudável” e “adoecer”. O Enfermeiro tem papel importante e decisivo na forma como esses momentos serão construídos, experenciados e [re]significados por esse idoso, e espera-se que sua capacidade se encontre além do olhar puramente tecnicista.

Palavras Chave

Envelhecimento. Deficiência. Reabilitação. Cuidado

Area

Deficiência, Inclusão e Acessibilidade

Instituciones

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE (UNESC) - Santa Catarina - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Santa Catarina - Brasil

Autores

LUCIANO SILVEIRA PACHECO DE MEDEIROS, MARCO ANTÔNIO DE MEDEIROS, LUCIANE BISOGNIN CERETTA, MARIA MANUELA FERREIRA PEREIRA DA SILVA MARTINS, RAFAELA FERRARI PACHECO, KARINA SILVEIRA DE ALMEIDA HAMMERSCHMIDT, SORAIA DORNELLES SCHOELLER, LISIANE TUON