Datos del trabajo


Título

ENTRE A FORÇA E A EXAUSTAO: O COTIDIANO DE MAES EM UNIDADES NEONATAIS DE UM HOSPITAL PULICO DO NORDESTE BRASILEIRO

Introdução

O cotidiano das mulheres com filhos prematuros em hospital público de alta complexidade é marcado pela vivência materna em locus estranho ao seu planejamento inicial da gestação, necessitando permanecer por longos períodos internas, acompanhando os neonatos, e vivenciando experiências até então desconhecidas. Portanto, marcado de solidão familiar, medo da condição de saúde do filho e adaptação à ambiência de tecnologias duras. Desse modo, a referida pesquisa é de extrema relevância na medida em que contribui com as discussões acerca da temática, podendo resultar em melhorias no atendimento a esse segmento nos serviços públicos de saúde.

Objetivos

Descrever as vivências cotidianas das mães em acompanhamento aos recém- nascidos internados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatologia de um hospital público do município de Fortaleza-Ceará.

Método

Este estudo realizou-se em um Hospital de Atenção Terciária, referência na assistência materno-infantil, integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), localizado em Fortaleza-CE, região nordeste. Os sujeitos desta pesquisa foram mães que estavam acompanhando seus filhos internados em unidades neonatais no referido hospital, no período de junho a setembro de 2017. Utilizou-se como método de coleta de informações o Grupo Focal, técnica não diretiva, caracterizada por grupo constituído de pessoas com interesses e identidades similares. Para orientar as discussões o grupo contou com moderadoras esclarecendo pontos de vistas e, assegurando uma participação relativamente igual para todas. Identificou-se um total de 57 mães com filhos internos. Destas, foram sorteadas três mães de cada unidade para compor a pesquisa. Ao total, dez mães participaram do Grupo Focal. Utilizou-se um formulário autoaplicado para conhecer o perfil sociodemográfico das puérperas, contendo: idade, estado civil, nível de escolaridade. Utilizou-se um roteiro de perguntas norteadoras para iniciar os diálogos do grupo. As respostas foram gravadas com a devida autorização escrita das participantes através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e, posteriormente, transcritas para a comprovação dos dados obtidos. As falas foram apreciadas através da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2010). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 710.692, junho de 2014

Resultados

As interlocutoras da pesquisa possuem as seguintes características sociodemográficas. No que se refere à faixa etária: identificou-se 04 mulheres com idade equivalente entre 18 e 23 anos de idade. 03 mulheres entre 24 a 29 anos. E, por último, 03 puérperas na faixa etária de 30 a 35 anos. Quanto à escolaridade: os achados demonstraram 03 mulheres com ensino fundamental, 05 com ensino médio e somente 02 com nível superior incompleto. No que diz respeito ao estado civil: 05 eram casadas e 05 solteiras. Quanto à procedência: 05 afirmaram residir em Fortaleza e 05 eram procedentes do interior do Estado do Ceará. Após a coleta do perfil sóciodemográfico, foram analisadas as falas. Estas contribuíram para a formação de 09 categorias empíricas. Contudo, por exequibilidade do estudo, elegeram-se (4) quatro categorias empíricas mais significativas. A primeira “o olhar fixo no oximétro” denota a dificuldade das mães em compreender a ambiência de uma unidade neonatal e o emprego das tecnologias duras no cuidado à saúde. Na segunda categoria “a importância de uma rede de apoio” evidencia a relevância do suporte logístico e emocional dos familiares durante a internação do recém-nascido, já que a mãe ausente de suas tarefas cotidianas seja em casa, no trabalho, com os outros filhos necessitarão de sua família a compreensão e apoio neste momento complexo. A terceira “o dilema entre receber alta hospitalar e permanecer com o filho internado” demonstra o contexto de conflito das mães em aceitar a alta médica e retornar ao domicílio ou permanecer enquanto acompanhante de seu filho, conforme normatização do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Outro conflito diz respeito à pressão social que as mães absorvem, já que são tidas como as principais cuidadoras dos bebês, pois ao assimilar tal pressão, muitas vezes elas se negam a ir para a casa, pois se sente que está abandonando o filho no hospital. Na quarta e última “rotina exaustiva” denota o cansaço físico e emocional diante da hospitalização do bebê e das rotinas que precisam ser apreendidas: as idas constantes ao Banco de Leite, a unidade neonatal, a difícil adaptação à rotina hospitalar, dentre outras.

Considerações Finais

Os sujeitos, muitas vezes, que desconhecem seus direitos sociais. No cenário hospitalar observamos puérperas que residem no interior do estado e que após sua alta permanecem no hospital para acompanhar seus recém-nascidos, bem como puérperas do município de Fortaleza que diariamente comparecem ao hospital para acompanhar seus bebês. Constata-se que este público possui um perfil sociodemográfico bastante diversificado . Constatou-se portanto que a participação das mães em cuidados com seus filhos internos contribuíram para o fortalecimento de vínculos mães e bebês, garantindo também o exercício de aprendizagem para o período pós alta. Referido processo cumpriu com as recomendações da Política de Humanização do Sistema Único de Saúde.

Palavras Chave

cuidado materno- neonatologia - saúde da criança

Area

Saúde da Criança

Autores

MÁRCIA JANE LOPES DIAS VIEIRA, LARISSA GABRIELLE DIAS VIERIA, TÁRCIA SIBELE DIAS VIEIRA, NEUBEJAMIA ROCHA DA SILVA LEMOS , ITALA NUNES CIPRIANO , TAMIRIS GOMES DINIZ VIEIRA , SÔNIA REGNA MIRANDA DA MOTA