Datos del trabajo


Título

EMOÇOES NEGATIVAS EXPRESSAS POR CRIANÇAS EM UM GRUPO DE PROMOÇAO DE SAUDE MENTAL NA ESCOLA

Introdução

A política de promoção da saúde se destaca pelo seu potencial estratégico, pela participação social e pela articulação de parcerias e atuações intersetoriais; entre elas saúde e educação, almejando promoção do bem estar biopsicossocial da comunidade.¹
Nesse cenário, a escola é considerada um espaço importante para se trabalhar a educação em saúde, pois é nesse local que a criança permanece várias horas do seu dia durante a semana. A inclusão de crianças, adolescentes e suas famílias na escola proporciona a criação de um elo entre a saúde e a educação, fundamental para a promoção da saúde.2
Dessa forma, destaca-se a importância da inserção do enfermeiro no contexto escolar infantil desenvolvendo ações educativas e promovendo saúde.
As estratégias de promoção de saúde mental infantil desenvolvidas pelos enfermeiros dentro do espaço educacional, possibilitam abordar as emoções, o fortalecimento dos processos saudáveis de reconhecimento e empoderamento emocional, dos pensamentos e das reações comportamentais.3

Objetivos

o objetivo deste trabalho foi identificar os sentimentos negativos expressos por crianças em um grupo de promoção de saúde mental na escola.

Método

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de análise documental em diários de campo.4Os dados aqui obtidos fazem parte de um projeto de extensão que ocorreu no ano de 2012 “A contação de histórias como ações de enfermagem: promovendo saúde mental infantil”. Este projeto iniciou no ano de 2012 em uma escola municipal que faz parte do território de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) em um bairro de vulnerabilidade social. Viu-se a necessidade no ano de 2014 de elaborar a pesquisa “Crianças e o reconhecimento das emoções: verificando resultados de um grupo de saúde mental” para avaliar os avanços e dificuldades encontrados na extensão.
As atividades foram desenvolvidas por três acadêmicas de enfermagem e a professora coordenadora do projeto com alunos dos 4º e 5º anos do ensino fundamental; os diários de campo, foram relatados pelas acadêmicas extensionistas- estas observavam as atividades e relatavam no diário o desenvolvimento da atividade, descrevendo as emoções que as crianças estavam sentindo no dia da intervenção e os motivos que as deixavam daquela maneira. No grupo foram realizadas atividades de contação de histórias infantis e confecção de carinhas emotivas.6Participaram do estudo 118 alunos, com idades entre 09 a 14 anos, nos turnos matutino e vespertino. Os nomes verdadeiros das crianças foram trocados por fictícios- nomes de super heróis, preservando assim a sua identidade.
A coleta de dados se deu por meio dos diários de campo produzidos. Esses foram categorizados, transcritos e codificados em D1, D2, e D3 através da análise de conteúdo.4
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pelo parecer Nº 490.857, o uso dos diários de campo foi autorizado por suas autoras acadêmicas extensionistas. Os responsáveis pelas crianças assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e essas assinaram o Termo de Assentimento.

Resultados

Após a análise documental este estudo identificou a seguinte categoria temática: Emoções negativas expressas por crianças em um grupo de promoção de saúde mental na escola. Esta categoria verificou que os relatos apresentaram quatro emoções básicas que foram entendidas por esse estudo como negativas, sendo elas: o medo, a raiva, a tristeza e a ansiedade.
Nas falas estudadas as crianças relatam sentir medo do escuro, de ficarem sozinhas, de bichos e da morte de familiares, corroborando com um estudo realizado no estado do Rio Grande do Sul, em 2009, o qual verificou que as crianças de 7 a 10 anos de idade possuem os mesmos medos.3
A segunda emoção relatada pelas crianças foi à raiva que se encontra presente na contrariedade, quando algo que as crianças estão acostumadas a fazer é interrompido, ou seja, diante da sensação de perda, ou ainda quando estão frustradas com relação às atividades propostas. A terceira emoção foi a tristeza a qual é vista pelas crianças quando faltam-lhes o afeto necessário das pessoas as quais elas mantém um vínculo afetivo grande. A ansiedade também foi um sentimento manifestado pelas crianças. A qual está presente, por exemplo, diante de processos avaliativos que são corriqueiros dentro da vida escolar dos alunos.

Considerações Finais

Ao final deste estudo pode-se verificar que as crianças conseguiram verbalizar suas emoções, mesmo quando essas se mostravam confusas, principalmente aquelas entendidas como negativas socialmente, o que confere aos espaços de expressão emocional uma nova oportunidade para que se estabeleçam novas formas de adaptação e resolução de conflitos. Também verificou-se que a escola é um espaço com grado potencial para a promoção de saúde.
Referências

1.BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional De Promoção Da Saúde: PNPS: revisão da Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006; Brasília 2015. [citado 2016 nov 20]. Disponível em: http://promocaodasaude.saude.gov.br/promoca
odasaude/arquivos/pnps-2015final.pdf.
2. Santiago LM, Rodrigues MTP, Junior ADO, Moreira TMM. Implantação do Programa Saúde na Escola em Fortaleza – CE: atuação de equipes da Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília. [internet]. 2012. [citado 2016 nov 20] 65 (6): 1026-1029. Disponível em http://www.redalyc.org/pdf/2670/267025361020.pdf.
3. Braga GC, Silveira EM, Coimbra VCC, Porto AR. Promoção em saúde mental: a enfermagem criando e intervindo com histórias infantis. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre. [internet]. 2011. [citado 2016 nov 25]. 32 (1): 121-128. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v32n1/a16v32n1.pdf.
4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. 12 ed. São Paulo: Hucitec; 2010.

Palavras Chave

saúde mental; crianças; enfermagem; emoção;escola

Area

Promoção da saúde

Instituciones

IFPR - Paraná - Brasil

Autores

Zeila Espindola Lima , Gimene Cardozo Braga, Micheli DE JESUS FERREIRA, Romário Daniel Jantara