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Título

POSSIBILIDADES E DESAFIOS DE ACOLHER PSICOLOGICAMENTE SUJEITOS NA IMPREVISIBILIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

Introdução

Sabe-se que a humanização dos serviços hospitalares é um dos principais objetivos dos profissionais de psicologia neste espaço. Falar em pronto atendimento de saúde remete a um ambiente de tensão, dor e angústia. O acolhimento psicológico neste ambiente é um serviço de assistência à saúde novo e pouco reconhecido, onde o profissional de psicologia averigua de que maneira poderá intervir, levando em conta a imprevisibilidade do local. Estes sujeitos se encontram debilitados fisicamente ou por alguma razão inesperada, os quais buscam o serviço com a intenção de atendimento imediato, na tentativa de amenizar, resolver, “curar”, intervir na dor, que por vezes se manifesta em sintomas físicos devido a um sofrimento psíquico. Considerando o acolhimento como desafio na integralidade do cuidado, há a necessidade de que o foco desse processo seja a atenção ao usuário. O ato de acolher se torna uma forma de estabelecer vínculos de afeto e confiança entre os profissionais da saúde e os usuários (1). A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em 2003 com o objetivo de produzir mudanças no modo de gerir e cuidar, estimulando a relação entre os trabalhadores, gestores e usuários, a fim de construir possibilidades de melhores relações de afeto entre ambos e com isto inibir práticas desumanizadoras que implicam na responsabilidade da equipe multiprofissional e usuários (2). A PNH está vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, conta com um núcleo técnico e equipes regionais de apoiadores que se articulam com as secretarias locais de cada município, com a intenção de construir planos de ação para promover inovação no que diz respeito à saúde (2).

Objetivos

relatar a experiência de identificar as possibilidades de escuta em sujeito em vulnerabilidade, levando em consideração a urgência subjetiva de cada sujeito.

Desenvolvimento

Os prontos atendimentos estão, cada vez mais, sendo usados como uma porta de entrada de usuários ao sistema de saúde. O termo “acolhimento”, por vezes, é usado de forma equivocada, o ato de acolher é bem mais abrangente e hoje, na prática, continua sendo apenas uma triagem. O acolhimento deve levar em consideração as diretrizes constitutivas dos modos de produção da saúde, ou seja, a qualificação da escuta, a construção de vínculos entre os indivíduos, a garantia de acesso com responsabilização e a resolutividade das demandas e das necessidades dos usuários. Sendo um pronto atendimento de urgências e emergências, remete-se a um ambiente de tensão, tendo em vista que a procura por este serviço em princípio seria por razões de risco iminente de morte, como acidentados, suspeita de infartos, acidentes vasculares encefálicos, apendicite, pneumonia, fraturas, entre outras complicações (3). Em pronto atendimento e hospitais, procura-se levar em conta a potencialidade do local, as situações limítrofes que se apresentam e, assim, procura-se observar e se antever à demanda. A busca muitas vezes é por queixas mínimas aos olhos dos médicos e nos fazem pensar que essa procura vai além de um sintoma físico (4). Após a intervenção, os sujeitos relatavam certo alívio, muitos se emocionavam por terem tido a oportunidade de verbalizar seu sofrimento, e, em muitos casos onde eles não sabiam explicar o que os levou a procurar o pronto atendimento, diziam “doer tudo”, após a escuta, muitos nem esperavam a consulta médica e acabavam por ir embora, ficando evidente que sua dor não era física e que esta breve escuta pode ter amenizado seu sofrimento.

Considerações Finais

Buscou-se contextualizar sobre os desafios da intervenção do profissional de psicologia em pronto atendimento. Fica evidente a importância de se refletir acerca da atuação do psicólogo neste ambiente, com olhar atento a dor subjetiva de sujeitos em situações inesperadas, procurando promover o alívio do sofrimento psíquico frente ao seu adoecimento

Palavras Chave

Emergência; Gestão dos Serviços; Psicologia

Area

Organização da Atenção em Saúde

Instituciones

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Suzinara Beatriz Soares de Lima, Daniela Rodrigues Hoffmann, Tanise Martins dos Santos, Valdecir Zavarese da Costa, Vera Regina Real Lima Garcia, Soeli Teresinha Guerra, Dienefer Fortes Fonseca, Rhea Silvia de Avila Soares