Datos del trabajo


Título

CULTURA E SAUDE: A INFLUENCIA DA RELIGIAO NO PROCESSO DE ADOECIMENTO

Introdução

A cultura surge com a capacidade do ser humano simbolizar, norteando a organização humana oferecendo padrões de condutas, tornando a vida segura e duradoura e que pode se modificar com o tempo (1). Para a psicologia a cultura está relacionada com as maneiras de agir, valores e costumes que perpassam gerações, tais aspectos influenciam diretamente no processo saúde de saúde e doença (2). A religião como parte da cultura humana, desempenha um papel importante nos comportamentos e crenças relacionados à saúde e doença. O processo de adoecimento como fator limitante, mobiliza no ser humano crenças em uma dimensão espiritual, transcendendo as questões da medicina (3).

Objetivos

Diante disso, o presente trabalho teve como finalidade compreender a influência da religião no processo de hospitalização de pacientes hospitalizados nas unidades de internação de neurologia e clínica médica de um hospital geral público do estado de São Paulo.

Método

Trata-se de um relato de experiência construído a partir da vivência da autora, supervisionada por uma docente, enquanto estagiária. em psicologia da saúde. A prática foi realizada em um hospital geral público do município de Franca-SP, a partir do estágio curricular obrigatório em saúde do curso de psicologia, de uma universidade privada do interior de São Paulo, durante onze semanas, sendo três horas semanais, no primeiro semestre de 2018. Foram atendidos 23 pacientes, sendo estes abordados nos leitos por duas estagiárias nas unidades de internação de neurologia e clínica médica. As estagiarias seguiam um roteiro de entrevista semiestruturado, elaborado pelas mesmas a partir de referências bibliográficas sobre psicologia da saúde, consistiam em questões sobre o período de hospitalização e adoecimento. Pretendiam investigar as repercussões emocionais e psicológicas manifestadas pelos pacientes em decorrência do processo de adoecimento e o papel que a espiritualidade do doente exercia noa processo saúde x doença.

Resultados

Através da abordagem dos pacientes nos leitos foi possível perceber a influência da religião no processo de hospitalização. Na maioria dos casos atendidos a fé era vista como um recurso de enfrentamento diante das limitações impostas pela doença. A fé ajuda as pessoas a transpassarem os momentos difíceis, como o adoecimento, que raramente se opõe a medicina, sendo uma força de superação (3). Era comum pacientes hospitalizados verbalizarem que Deus era fonte de força e equilíbrio diante da doença, e através da intervenção psicológica foi possível identificar que a oração era um meio de tranquiliza-los em períodos de crise, já este um valor importante para os pacientes. Porém, ao mesmo tempo em que a fé agia como recurso de enfrentamento, houve casos em que ela contribuiu para o agravamento o processo de adoecimento, como no caso de pacientes que se recusavam a se submeterem a procedimentos cirúrgicos, devido à possibilidade de ser realizada a transfusão sanguínea. Os pacientes acreditavam que poderiam ser curados através do divino e consideravam tal tratamento desobediência aos preceitos religiosos. Frente a está situação, o psicólogo hospitalar deve estar livre de julgamentos, pois esta é a verdade particular e individual do paciente, se refere a seus anseios diante do processo de adoecimento (3). O indivíduo, em sua autonomia, possui pensamento analítico e reflexivo, para opinar nas decisões de saúde para cuidar de si mesmo (4). Mesmo diante de situações de risco, o tratamento era para os pacientes uma expressão de pecado, porém, eles tinham autonomia para opinarem e tomarem decisões em relação à saúde.

Considerações Finais

Através da experiência no hospital geral, foi possível perceber as influências da cultura religiosa no processo de adoecimento, seja ela como recurso de enfrentamento, ou como fator agravante da doença. O papel do psicólogo não é fazer com que o paciente se submeta aos procedimentos médicos sem que este seja o seu desejo, mas sim ter uma postura livre de julgamentos e juntos refletirem sobre os preceitos religiosos, suas influências e possíveis consequências no processo de saúde-doença. Diante disso o psicólogo entra em contato com a verdade da dimensão psicológica e cultural do paciente, sendo importante identificar as questões contratransferenciais, compreendendo seus sentimentos, respeitando os princípios do paciente.

Referências Bibliográfica:

1.NASCIMENTO, V. da S. WHITE, Leslie A.; DILLINGHAM, Beth: O conceito de cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009.

2.STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde: Uma abordagem Biopsicossocial. 3ed. Porto Alegre: Artemed, 2015.

3.SIMONETTI, Alfredo. Manual de Psicologia Hospitalar: O mapa da doença. 8. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016.

4.MACHADO, M.F.A.S.; MONTEIRO, E.M.L.M.; QUEIROZ, D.T.; et al. Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS - uma revisão conceitual. Ciência e Saúde Coletiva, 12 (2); p. 335 - 342, 2007.

Palavras Chave

psicologia; hospital; religião.

Area

Cultura e saúde

Instituciones

UNIFRAN - São Paulo - Brasil

Autores

Maíra Ferro de Sousa Touso, Nayara Cristina Fernandes, Glória Lúcia Alves Figueiredo